Esta semana, ao falar com a “Mãe Agripina”, por telefone, ouvi dela o seguinte: “Uma mãe jamais esquece os seus filhos. Nem os que ela gerou em seu útero e em seu coração, nem os que ela gerou, apenas, no coração. Por isso, meu filho, eu nunca me esqueço de você”. Você vai concordar comigo: isso é algo muito, mas muito bom de ouvir.
A cada vez que falo com a minha querida D. Miriam Mangelli, escuto dela, com frequência, frases do tipo “Fala meu filho” ou “até logo meu filho”. Sei que você, mais uma vez, há de concordar comigo: isso é algo muito, mas muito bom de ouvir.
Essas minhas “Mães do coração”, que possuem muitos outros filhos biológicos e alguns outros do coração, fazem parte desta legião de seres inacreditavelmente dóceis, gentis, amáveis e calmas durante boa parte do tempo; bravas e severas sempre que é preciso, mas principalmente, guerreiras durante uma vida inteira.
É muito comum ouvirmos a frase de que as mães são “anjos de Deus aqui na Terra”. Houve um momento em que eu não aceitava muito bem essa definição emprestada às mães. Por uma razão simples: se, de acordo com os especialistas no assunto, os anjos compõem a parte inferior do Céu, ocupam o espaço equivalente à parte mais baixa da hierarquia celestial, não ficava bem compará-los às mães, já que estas – na minha concepção e, certamente, na sua – deveriam ocupar os lugares mais altos na hierarquia, aqueles mais próximos de Deus.
Ocorre que – ainda de acordo com os estudiosos do assunto – os anjos atuam como interlocutores entre os homens e a Divindade, transformando a linguagem da luz em linguagem do som e vice e versa. Ou seja, o anjo é um grande operário do Senhor, alguém do tipo “faz de tudo”, alguém que propicia que a comunicação flua, que a paz de espírito reine, que as pessoas se entendam e que a felicidade seja possível a todos. Mãe, também, é assim, esforçando-se o tempo todo, às vezes se sacrificando, para que a paz se faça presente no lar, para que todos se relacionem harmoniosamente e para que a alegria esteja presente na vida de cada um dos membros da família.
E, hoje, é o dia dela… Dia das Mães. Aliás, todos os dias deveriam ser o “Dia das Mães”. Um Ser assim, bonito, iluminado, merece ser reconhecido por sua existência todos os dias. Nenhuma Mãe deveria chorar, entristecer-se, ficar amargurada ou passar qualquer tipo de dificuldade. Mãe foi feita para sorrir, para receber carinho, para ser beijada e amada. Mães, assim como os anjos, deveriam viver eternamente, apesar de sabermos que elas detestariam – e sofreriam muito também -, ter uma longevidade maior que a de seus filhos.
Neste dia, quando a saudade bate mais forte em meu peito por não ter mais a presença física de minha Mãe comigo, quero reverenciar todas as Mães do mundo. Quero acreditar que são amadas, felizes, presenteadas, respeitadas, queridas e homenageadas como foi a minha mãezinha em sua profícua estada conosco. Quero desejar, a todas as Mães, que os seus dias sejam sempre felizes, que os seus passos sejam iluminados, que os seus fardos sejam leves e que, se em algum momento da caminhada se sentirem cansadas, que sejam carregadas no colo.
Sim, colo! Mães merecem afago, aconchego, carinho, palavras amenas, elogios e presentes. Mães merecem bons filhos, bons maridos, bons netos… Mães merecem tudo de bom, pois são anjos, anjos em forma de gente, mandados a Terra, por Deus, com o nome de Mãe!
E se Mães são anjos de Deus na Terra, então, que recebam o Céu, na Terra! Pois nelas, vemos cumprido o verdadeiro sentido do Amor, “que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”, e, mesmo assim, mantêm, intacto, seu eterno Amor por seus filhos!
* Eugênio Maria Gomes é escritor, professor e pró-reitor de Administração da Unec. Grande Secretário de Educação e Cultura do GOB-MG. Membro das Academias de Letras de Caratinga e Teófilo Otoni, do MAC, do Lions Itaúna e da Loja Maçônica Obreiros de Caratinga.