A frase que intitula esta matéria é da Maria Aparecida de Medeiros, 47 anos, uma mulher corajosa, de muita fé e que venceu o câncer de mama. Ela nos conta como venceu essa batalha
CARATINGA – Com o slogan “Cuidado com as mamas, carinho com seu corpo”, o Ministério da Saúde lançou, no último dia 7, a campanha do Outubro Rosa de 2020. A ação busca conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Para este ano, são estimados 66.280 novos casos de câncer de mama em mulheres no Brasil. Para reverter esse número, a prevenção é essencial.
Maria Aparecida de Medeiros, 47 anos, descobriu o tumor a tempo de ser tratado de forma rápida, em um exame de rotina. Ela estava se mudando de Brasília (DF), com seu esposo Paulo César Amâncio, para Caratinga, onde ficaria mais perto de familiares, quando obteve o resultado positivo para o câncer. O que era para ser uma mudança de lugar e de vida, com ótimas expectativas, se tornou um momento de dúvidas e muita luta. Mas Maria Aparecida venceu o câncer, e conta como reuniu forças para passar por uma retirada completa da mama e não desistir da cura.
Como descobriu que estava com câncer?
Ao fazer uma mamografia de rotina, a médica que dá o laudo viu umas alterações, pediu que eu voltasse para refazer, e fez umas marcações, e disse que a princípio não seria nada, mas me encaminhou pra um mastologista. Este por sua vez disse que foi encontrado uns cristais comuns em mulheres depois dos 40, mas que pelo formato, quantidade e rapidez com que apareceu era melhor investigar, e pediu uma mamotomia, é um agulhamento que retira estes cristais ou parte dele pra biópsia e periculosidade, então foi contatado câncer.
O que sentiu e pensou ao saber do resultado?
Em princípio me senti entrando em um nevoeiro, meu marido chorando, sem chão, eu também chorei, foi quando eu senti Deus me levantando e senti forças pra perguntar que profissional deveria procurar, não queria saber mais nada! Mas meu marido perguntou a gravidade e o que seria feito
Como foi o tratamento e quanto tempo durou?
O tratamento durou três meses e seis dias, foi só cirúrgico. Quando o médico disse que estava no princípio, que era uma forma leve, e que provavelmente com a retida de parte da mama, ou com a mastectomia resolveria o problema, me senti grata por este diagnóstico. Dias antes havia comentado com uma prima que estava fazendo mamografia pra trazer pra Minas e ela me deu o telefone da Dra. Gisele de Ipatinga. Respirei, pedi a Deus e liguei pra marcar a consulta, só tinha vaga pra dois meses depois, falei pra secretária que eu era de fora, que estava de mudança e que tinha recebido um diagnóstico de câncer de mama. Já estava chorando ao terminar a frase, ela se compadeceu e me colocou na segunda-feira, eu tinha feito a mudança de Brasília para Caratinga no sábado. Após olhar os exames ela foi da mesma opinião, e optei pela retirada do quadrante, já que era viável, e faria sessões de radioterapia pra assegurar o procedimento, mas a oncologista questionou a margem de segurança, e a mastologista pediu uma ressonância, e foi diagnosticado outro foco e a indicação foi da retirada total da mama, o que fiz. E com a retirada não vai ser mais preciso fazer radioterapia, e com a biópsia deste procedimento, a mastologista disse que estou livre da doença, dia 5 de novembro voltei à oncologista, e descobri que estou curada, graças a Deus!
Em algum momento teve medo de morrer?
Não pensei em momento algum que iria morrer, só queria me livrar logo da doença, pedia a Deus, a Jesus e a Nossa Senhora, que me desse o livramento e forças pra seguir com pensamento positivo.
De onde tirou forças para conseguir passar por um momento tão difícil?
Deus muitas vezes me carregou nos braços. Pedi Ele a cada exame, a cada procedimento que estivesse guiando e mostrando o deveria ser feito, que usasse cada profissional para reestabelecer minha saúde!
Quando recebeu a notícia que precisaria passar pela mastectomina, sua autoestima ficou muito abalada?
Como disse só queria me livrar da doença, pra ser sincera, na consulta com o cirurgião plástico, quando ele disse com todas as letras que era uma reconstrução, que poderia não ficar tão estético, me abalou um pouquinho, mas imediatamente me recompus, e mais uma vez me coloquei nas mãos de Deus e pensei que daria tudo certo. Meu marido ainda disse: “com peito ou sem peito, vou te amar do mesmo jeito”.
E quanto à cicatriz?
Vai me lembrar o quanto devo ser grata à vida, a Deus! E que sou forte e que não estive sozinha, que muita gente orou e sofreu comigo, se tivesse que descrever tudo isto em uma só palavra, seria gratidão.
Estamos no Outubro Rosa, que é o mês de conscientização para controle do câncer de mama. Qual a mensagem que deixa para as mulheres?
Em pleno Outubro Rosa com esta notícia maravilhosa, me sinto responsável em alertar todas as mulheres a importância da prevenção. Sou a prova viva de como um diagnóstico precoce salva vidas, um tratamento menos agressivo, e uma cura mais rápida. Ter câncer não é uma sentença de morte, é uma batalha a ser vencida! E tenha certeza que Deus vai lutar junto com você e que em nome de seu filho Jesus Ele vai te dar a vitória.