* Inês A. S. Azevedo
Em nossa sociedade atual, tornou-se comum dizer que a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) está presente em todos os lugares, em tudo que fazemos. Mas, será exagero essa afirmação ou estamos envolvidos cotidianamente com as TIC? O que entendemos por TIC? Todos os cidadãos têm acesso a essas tecnologias do momento? E nas escolas, qual é o lugar das TIC?
Nos dias atuais, quando nos referimos às TIC estamos destacando aquelas desenvolvidas nas ultimas décadas, a partir dos avanços atingidos nas áreas da eletrônica, telecomunicação e informática, abrangendo o computador, a televisão a cabo e por satélite, as tele e videoconferências, entendendo-as como fruto da evolução da sociedade e pertencentes à lógica de nossa época (SIMÕES, 2002)
Não é exagero a afirmação de que as TIC nos envolvem cotidianamente. Basta olhar ao redor e quantificar as pessoas que estão acessando a rede digital através do telefone móvel, ou observar as transações bancárias realizadas via computador, os pagamentos por cartões de crédito e outros. As Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC – estão por toda parte. Elas correspondem a todas as tecnologias que interferem e medeiam os processos informacionais e comunicativos que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e de ensino e aprendizagem.
Moran (2009) nos escreve que “tecnologias são todos os instrumentos que nos ajudam a realizar o que precisamos”. Na educação, em sentido amplo, tecnologia é tudo o que nos ajuda a aprender e a ensinar: a voz, os gestos, a linguagem, a lousa, os livros, os jornais, a TV, o computador, a internet. O livro, no século XVI era considerado uma nova tecnologia. Hoje, apesar de ser considerado importante para a aprendizagem, não é mais novo. Essa delimitação do que é novo nas tecnologias muda rapidamente.
Podemos considerar como novas tecnologias, hoje, os celulares 3G e as ferramentas colaborativas Web 2.0 (como blogs, Wiki ou o Google docs.), que permitem aprender juntos on line, interagir de forma fácil e sem custo, rompendo barreiras temporais e geográficas.
Sobre a abrangência do uso dessas TIC, percebemos que ainda é restrita a um grupo de pessoas, causando assim, o aumento dos aspectos que promovem a divisão entre as populações dos países ricos e dos países pobres, dificultando o desenvolvimento do Terceiro Mundo. No Brasil, milhões de pessoas ainda são privadas do acesso à informação no espaço digital por causa do alto custo das TIC disponíveis no mercado. Ressaltando que não é somente esse fator que contribui para esse quadro, uma vez que, falar de acesso à tecnologia digital implica também falar em “analfabetismo digital”. Infelizmente, entre os profissionais da educação encontramos muitos ainda excluídos do mundo digital por fatores econômicos e educacionais. Inclusão digital implica inclusão social.
Verificamos que muitas escolas públicas brasileiras são beneficiadas por programas governamentais e recebem computadores e internet para uso da comunidade escolar. No entanto, ter computadores nas escolas não é sinal de inclusão digital efetiva. O laboratório de informática existe, mas não é usado, é como a biblioteca que fica aberta o tempo todo, mas vazia. O professor não leva o aluno, não desenvolve projetos que possibilitem a utilização da internet, não prioriza tempo e espaço para frequentar o laboratório e se familiarizar com o computador, com a internet.
Não se trata de atribuir às TIC o papel de “redentora da educação”, nem tampouco assumir uma posição de tecnofóbico diante de todo o aparato tecnológico que nos cerca. Na verdade, o que se espera é um envolvimento dos profissionais de educação de forma a aproveitar o potencial dos alunos considerados “nativos digitais” para que a educação acompanhe toda essa (r) evolução digital envolvendo as TIC.
È isso, precisamos investir na melhoria do nível de inclusão digital do professor e demais profissionais envolvidos com a educação, pois, é na escola que se forma cidadão para atender às necessidades da hora! Não é mesmo?
Prof. MSc. Inês A. S. Azevedo
Professora do Centro Universitário de Caratinga – UNEC
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do?metodo=apresentar