Com diagnóstico de desgaste da cartilagem dos joelhos, Ernícia Estevam, moradora do Bairro Bom Pastor, aguarda há dois anos por cirurgia
CARATINGA– Ernícia Estevam Felisbina, moradora do Bairro Bom Pastor, entrou em contato com o DIÁRIO DE CARATINGA para fazer um apelo. A caratinguense que foi diagnosticada em 2016 com gonartrose bilateral, que se refere ao desgaste da cartilagem do joelho, sofre diariamente com fortes dores. Com toda documentação, incluindo exames e até mesmo o relatório de risco cirúrgico, ela ainda está à espera de liberação de cirurgia.
Os poucos passos que Ernícia precisou percorrer para abrir o portão da residência para a equipe da Reportagem, foram de muitas dificuldades. Em entrevista, ela relembrou quando começaram as primeiras dores, que indicavam que havia algo errado com os seus joelhos. “Toda a vida trabalhei carregando muito peso, em restaurante, em lavoura, na construção dessa casa carreguei muito peso, concreto e quando a gente está nova não aparece. Depois o tempo foi passando, tomei um tombo em frente à Igreja Nossa Senhora da Conceição e comecei a sentir dor, fui no plantão e eles falaram que não era nada. Foi só agravando, olha a grossura do meu joelho. O osso da perna direita chegou a entortar para fora. Fiz um raio-x há dois anos e constatou esse desgaste nos dois joelhos. Deu um cisto também”.
De acordo com a dona de casa, são anos de espera, por isso outras partes do corpo acabaram sendo afetados também. “Estou sofrendo demais e eles vêm me enrolando já vai para dois anos. Agora está prejudicando até o meu pé, arde igual pimenta se eu esforçar, não aguento nem calçar um chinelo. Não estou aguentando isso mais. Já está me doendo até a coxa, a coluna já pegou há muito tempo. Para ir para a rua, um carro tem que me pegar na porta e me trazer. Não posso ir a lugar nenhum, é só aqui dentro de casa. E vivendo de remédio, estou com meu estômago ‘gastado’ de tanto antibiótico. É uma dor 24 horas, deita está doendo e quando levanta então, parece que os ossos já estão desgastados mesmo, então eles arredam do lugar”.
Ernícia ainda alega tem toda a documentação guardada e depende apenas que a cirurgia seja agendada, o que ela espera que ocorra o quanto antes. “Tudo pronto, inclusive o risco cirúrgico, fiz todos os exames, disseram que iam operar na outra semana e nisso já vão para dois anos já. Não sai a cirurgia. Meu marido já foi lá hoje (ontem) e disseram que mês que vem sai. Mas, a gente sabe que quando falam mês que vem, aí passa outro mês que vem e nada. Já operaram umas cinco pessoas na minha frente e a minha vez não chega. Não aguento andar mesmo de jeito nenhum, não tenho mais firmeza”.
Para os afazeres domésticos, ela conta com o auxílio do esposo e lamenta não ter condições de fazer suas atividades diárias. “Meu marido que está dando conta das coisas aqui dentro de casa, eu não aguento fazer nada. Só ele para me ajudar. Ele trabalha a noite de vigia, então fico sozinha. Não é como uma dor de dente que você põe álcool e passa, eu não tenho sossego. Tem dia que não tenho fome, vontade de fazer nada. O único filho que eu tinha para me ajudar, andar comigo, mataram. Agora somos somente eu e meu marido”.