Meninos com idade entre 12 e 13 também serão imunizados
CARATINGA- Postos de saúde de todo o País iniciaram, nesta semana, a vacinação contra o HPV de meninos entre 12 e 13 anos. O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a ofertar a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. A faixa-etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9 anos até 13 anos.
A expectativa é que mais de 3,6 milhões de meninos sejam imunizados em 2017, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/Aids, que também passarão a receber as doses. Para isso, o Ministério da Saúde adquiriu seis milhões de doses, ao custo de R$ 288,4 milhões. Não haverá custos extras para a pasta, já que, no ano passado, com a redução de três para duas doses no esquema vacinal das meninas, o quantitativo previsto foi mantido, possibilitando a vacinação dos meninos.
Além disso, também receberão as doses as meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as duas doses indicadas. A estimativa é de que 500 mil adolescentes estejam nessa situação. Até o ano passado, a faixa etária para o público feminino era de 9 a 13 anos. Desde a incorporação da vacina no Calendário Nacional, em 2014, já foram imunizadas 5,7 milhões de meninas com a segunda dose, completando o esquema vacinal. Esse quantitativo corresponde a 46% do total de brasileiras nessa faixa etária.
HPV para meninos
O esquema vacinal para os meninos contra HPV é de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.
Atualmente, a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países (Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá). A estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa-etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus.
A vacina disponibilizada para os meninos é a quadrivalente, que já é oferecida desde 2014 pelo SUS para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV, com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.
HPV para meninas
Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da OMS indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus. Em relação ao câncer do colo do útero, estudos apontam que 265 mil mulheres morrem devido à doença em todo o mundo, anualmente. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 16 mil novos casos.
Para a produção da vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde promoveu Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Butantan. A transferência está sendo feita de forma gradual e tem reduzido o preço ano a ano. Até 2018, a produção da vacina HPV deverá ser 100% nacional.
CARATINGA
Nos postos de Caratinga, as doses da vacina também já estão disponíveis. O DIÁRIO DE CARATINGA conversou com o secretário de Saúde, Giovanni Corrêa, o Dr. Giovanni, que falou sobre a importância da participação dos caratinguenses na campanha. “Convoco a população de Caratinga para que procure os postos de saúde, as mães podem levar os filhos, meninos de 12 a 13 anos e as meninas de 9 a 14 anos que não foram vacinadas durante a campanha. No ano passado a meta não foi atingida, então, o Ministério da Saúde está pedindo para que estas meninas compareçam e os meninos, que agora foram incluídos no programa. Isso muitas vezes depende mais dos pais ou de um parente próximo do que da criança, pois ela não tem a iniciativa de ir até lá. Pedimos que os adultos tomem essa providência, você estará evitando no futuro o câncer”.
Questionado sobre a situação dos postos de saúde do município, Dr. Giovanni afirmou que nos primeiros dias de governo já foi possível percorrê-los e identificar suas principais deficiências. “Encontramos de uma maneira que estava muito a desejar. Estamos nos empenhando para montar as equipes, que em função da passagem do governo que havia muitos contratados foram desarticuladas. Mas, como saúde é questão de urgência estamos trabalhando na contratação de médico que não era efetivo, enfermeiros e técnicos de enfermagem, para cada posto”.
No ano passado, a Reportagem foi procurada por funcionários dos postos de saúde, que denunciaram a falta de equipamentos mínimos para o atendimento aos pacientes. De acordo com o secretário, esse problema já foi detectado pela nova gestão, que está equipando as unidades. “Já estamos também providenciando o envio para esses postos, daquilo que precisavam para funcionar com a mínima condição, que são medicamentos, luvas, material de insumo; à medida que vão chegando as solicitações. E em breve a população de Caratinga terá uma saúde funcionando plenamente, é só uma questão de tempo”.