(Noé Neto)
É chegado o período do ano onde é permitido aos alunos que não alcançaram a média nas notas escolares participarem de novas avaliações com o intuito de recuperá-las. O verbo recuperar indica a capacidade de superar as dificuldades encontradas, significar conteúdos, reaver as ausências que os acidentes de percurso e imprevistos do cotidiano muitas vezes nos impõem.
Esse é o período de recuperação não apenas escolar, é também momento de readquirir os ânimos e esperanças, recobrar as energias e se colocar disposto a iniciar novas batalhas, novos desafios e conquistas.
A neurociência afirma que a felicidade se encontra em situações de prazer, mas que a plenitude da felicidade ocorre quando o indivíduo aprende algo novo ou se supera nas atividades desenvolvidas. Por isso, na recuperação escolar, muitos alunos se erguem, ganham fôlego e atingem o ápice do prazer de superar as próprias dificuldades.
O mesmo ocorre nas recuperações da vida. É comum após grandes desastres, como já vivenciamos com as enchentes em nossa cidade e infelizmente estamos vivenciando nas cidades vizinhas essa semana, o sentimento da recuperação se fazer presente nas pessoas.
O primeiro impacto da queda é negativo, para aquele que nela vê fracasso, assim como as tragédias são negativas para aqueles que nela só enxergam destruição. A mudança nesse pensamento, fazendo da tragédia a possibilidade de recomeçar, é o fator que fará a diferença nos resultados que ela proporcionará.
A primeira coisa a se restaurar nas situações de crise é a ação. Seres ativos superam os desafios, ultrapassam os próprios limites (muitas vezes imposto por nós mesmos) e alcançam a plenitude da felicidade.
As quedas fazem parte do percurso de todos nós, barreiras são encontradas em todos os caminhos, encostas caem e rios enchem ao longo de nossas vidas. Quando esses fatos acontecem, é preciso transbordar os corações de solidariedade, derrubar as barreiras do egoísmo e recuperar a esperança, a confiança e o amor próprio e ao próximo.
Assim como as disciplinas escolares, a vida nos colocará muitas vezes de recuperação. O mais importante é fazermos delas, pontes firmes para superar os desafios e alcançar um novo nível, uma nova colocação, para assim chegar ao patamar almejado. Nesse novo estágio, provavelmente, novas recuperações serão necessárias, afinal, extrapolar limites é a grande provocação da humanidade desde sempre.
Prof. Msc Noé Comemorável.
Escola “Prof. Jairo Grossi”
Centro Universitário de Caratinga – UNEC
Escola Estadual Princesa Isabel