O que tem acontecido com nossas igrejas?
Houve muita gente – fiel a Jesus e que entendeu bem a sua mensagem – que começou um movimento novo. Alguns foram mais felizes, mas a grande maioria – quando dá certo, após um período de tempo maior ou menor, – cai nos mesmos problemas de sempre: uma pessoa, uma família ou um grupo (nem sempre os mais fiéis ou mais ‘éticos’) assume a liderança, e o verdadeiro Líder, JESUS, fica no canto, ou de fora.
Por quê? A ideia geral é que há uma programação que deve ser seguida ‘religiosamente’, a qual tem alvos nem sempre claros, mas que visam ‘sempre’ o ‘progresso’, enfim, uma linha predeterminada – sendo que, às vezes, essas instruções e diretrizes vem de fora, até de outro país, de outra cultura.
Convido meu leitor a examinar comigo cinco Princípios que têm se repetido na nossa história sacra. Por quê e será que eles são imutáveis? Todos cremos que a igreja é uma comunidade na qual Jesus deve ser o Cabeça:
- Temos de nos tornar como crianças. Encontramos exemplos muito claros sobre isso nos Evangelhos. Exemplo: como alimentar uma multidão. O raciocínio lógico seria mandar todo mundo pra casa, ou então, ir aos mercados, e comprar cada um sua comida. Jesus foi uma criança ao aceitar a oferta daquele menino: os cinco pães e dois peixinhos. Isso não fazia sentido nenhum diante das milhares de pessoas com fome. E daí? O Senhor – o Cabeça da igreja – FEZ O MILAGRE. Posso dizer também que quando respeitei as crianças, ouvi suas sugestões, seus conselhos – vi milagres!!! Por isso Jesus foi categórico: Se não vos transformardes como esta criança, NEM ENTRAREIS no meu reino. Muitas decisões são tomadas sem ouvirmos e respeitarmos os pequeninos, os bem simples e ‘incapazes’ (aos nossos olhos), e que muitas vezes trazem a palavra sábia, do Senhor!
- Você vai se machucar. Isto é, você será atingido onde você é vulnerável – e é nos nossos sentimentos que geralmente vem aquelas coisas que nunca esperávamos: “Ele nem reconheceu o que eu fiz!” Ou, “quem é ela para dizer aquilo sobre mim?” E “eu que fiz tanto por essa comunidade, agora fui colocado de lado – será que não tenho algum direito?” E etc. Ser ferido é algo indispensável para que o nosso “eu” seja lapidado. Quantos “eus” grotescos, rudes, como pedras brutas (ou bem ‘diplomáticos’, falsos) que estão na liderança de nossas comunidades, ou casas, e que se escondem atrás de um manto religioso, de “direitos institucionais” de liderar… e que não CAPTARAM o “jeito” do Bom Pastor Jesus! Por isso, temos de saber que – se queremos uma comunidade de verdade, tipo um corpo, e que atua como tal – vamos ser machucados!
- Seja paciente com o progresso do grupo. Ao contrário do que acontece nas empresas do mundo de hoje que aceleram – melhor, que precisam acelerar o seu crescimento, a igreja é o corpo de Cristo – isto é, o corpo naturalmente precisa do tempo necessário para crescer, amadurecer e mais ainda: os da liderança precisam ser pacientes com as pessoas que sofrem recaída, para as crises das infâncias, ou das adolescências, ou das idades adultas, ou das velhices (inicial, média, avançada). Em cada nova etapa, o Cabeça, o Líder, o Senhor, está presente, e pronto para dizer e fazer o que é mais apropriado e necessário. Se estivermos atentos, se formos humildes como uma criança, ouviremos a Sua instrução e a comunidade vai dar mais um passo em direção à maturidade – no amor, na ajuda mútua, no perdão, em dar nova oportunidade, etc. A igreja verdadeira segue a Jesus, o único Líder!
- Pessoas vão sair do seu grupo, vão abandonar o barco. Por quê? Muitas razões diferentes, algumas parecem mais válidas que as outras – mas pode até ser que elas estavam no lugar errado, na comunidade errada, e elas devem buscar o seu lugar no “rebanho do bom Pastor”. Se aqueles que se sentem no lugar certo ‘forçarem’ ou não deixarem o indivíduo tomar sua decisão pessoal de sair, isso pode fazer o grupo todo retroceder a uma etapa anterior – com menos qualidades do corpo de Jesus, o nosso modelo em tudo e, sobretudo, para o corpo da igreja. Temos de, portanto, aceitar cada etapa do desenvolvimento deste corpo fabuloso, cuja missão é de “andar na Terra como Jesus andou – fazendo o bem, não importa a quem”.
- Pessoas vão ter experiências espetaculares tanto no crescimento espiritual como em cura e outros milagres. A História da Igreja contém muitos capítulos onde o Jesus pleno de momentos miraculosos, oferecendo ajuda aos necessitados, está ausente. Quando eu era membro “tradicional”, era difícil aceitar pessoas de outros grupos como “verdadeiros seguidores do Senhor”. Naquela época eu pensava (e cria) que o batismo no Espírito Santo – por exemplo – era uma palhaçada de cristãos ‘exagerados’. Por que eu pensava (e agia) assim? Pela falta de conhecimento. Quando enfim, meus olhos foram abertos, eu não somente pude crer que milagres são possíveis em nossos dias, como também que um seguidor de Jesus pode experimentar a cada novo dia um milagre novo. Basta ter coragem! Basta ser simples, menos orgulhoso de “minha” igreja ou do meu cabedal de conhecimentos, e mais buscador e mais aberto para saber a opinião ou direção do Senhor.
Alguém (J. O. Sanders, um seguidor de Jesus da Nova Zelândia no século passado) disse sabiamente: “Tem havido muito mais fracassos por causa de cautela do que da coragem de experimentar novas ideias. Aplicando isso ao reino de Deus: as fronteiras do reino de Deus nunca foram aumentadas por pessoas cuidadosas demais.”
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum E-mails: [email protected] ou [email protected]