CARATINGA – A Associação da Enfermagem de Caratinga e Região já esta devidamente registrada. Seu presidente é Eugênio Ribeiro da Silva. A entidade já conta com 250 associados. Segundo o presidente, a criação dessa associação era uma grande necessidade. “Agora vamos lutar para conseguir melhores condições de trabalhar para enfermeiros e técnicos de enfermagem. Estamos organizados e unidos poderemos valer nossos direitos”, pontuou Eugênio Ribeiro.
A sede da Associação está localizada na Rua Doutor Maninho, 336.
Nesta entrevista, o presidente fala sobre os desafios e anseios da categoria.
Eugênio, qual motivo o levou a criar essa associação?
Observando a organização das outras classes em associações e sindicatos, resolvi chamar doze excelentes profissionais que trabalham há muitos anos nesta área e juntos criamos a entidade. A Associação foi criada porque os profissionais estão carentes de tudo.
Na sua avaliação, a classe está desvalorizada?
Sim. Temos muita responsabilidade, corremos riscos de contágios, riscos com pacientes que surtam e se tornam agressivos. Estudamos para formar, pagamos o curso e pagamos o Corem (Conselho Regional de Enfermagem/MG). Atualmente não está compensando trabalhar como técnico de enfermagem, pois os salários estão baixos. E os enfermeiros que possuem curso superior, em muitos lugares chegam a receber três salários mínimos. Este problema não é só de Caratinga, mas vem acontecendo por todo o Brasil, já que os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) são insuficientes para atender a demanda.
A Associação já é uma realidade. Quais são os benefícios oferecidos aos associados?
Teremos parcerias com clínicas médicas, clubes sociais, faculdades e seremos porta-vozes dos associados em busca de suas reivindicações.
A Associação tem parceria com algum sindicato?
Estamos dialogando com um sindicato muito forte de Minas Gerais. Essa parceria irá nos ajudar muito, mas para que isso aconteça, precisamos da união de todos.
Está parado no Congresso Nacional um projeto que trata do piso salarial para a categoria. Qual sua opinião sobre isso?
Precisamos nos unir ao Corem. Profissionais, sindicatos, associações e até mesmo os hospitais precisam pressionar o Congresso Nacional para que volte a discutir este projeto. O deputado Marcelo Aro (PHS) participou de uma reunião na Câmara de Caratinga e prometeu voltar com essa discussão na Câmara dos Deputados. Caso isso não aconteça, o jeito é a categoria se mobilizar e fazer uma greve. Infelizmente o governo só cede quando uma categoria faz movimento grevista.
Eugênio, devido à criação dessa entidade, você teme alguma retaliação?
Não. Se fosse para ter medo, não poderia aceitar o cargo a mim confiado. Além do mais, todos os profissionais tem o direito de se organizar em uma associação.