Caso veio à tona após autoridades desconfiarem da quinta morte de criança da mesma mulher em Timóteo
Originária do bairro Ana Moura, em Timóteo, uma mulher de 40 anos foi presa em Coimbra, Portugal, acusada de envenenar os próprios filhos ao longo de 15 anos. De acordo com o jornal Correio da Manhã, a mulher estava foragida desde o início de 2024 e foi localizada pela Polícia Judiciária portuguesa após a emissão de um mandado internacional de captura, coordenado pela Europol e pela Interpol. Ela foi identificada como Gisele Oliveira, conforme apurado pela reportagem do Diário do Aço. Conforme a investigação de policiais da Delegacia de Polícia Civil em Timóteo, Gisele é responsável pela morte de cinco filhos, entre os anos de 2008 e 2023, em crimes cometidos em Minas Gerais. Consta no inquérito que Gisele teria administrado doses elevadas de sedativos às crianças, especialmente durante a noite, o que provocou complicações de saúde que resultaram nas mortes, inicialmente atribuídas a causas naturais. As primeiras duas mortes ocorreram em 2010. Outras duas ocorreram em 2019, e as últimas em 2023. O padrão, somado a novas informações obtidas pela Polícia Civil levou à reabertura das investigações.
Avó também é investigada
Diferentemente do que foi divulgado pela imprensa portuguesa, não foi uma pessoa da família, a avó, quem denunciou o caso à polícia. O que ocorreu é que, após a quinta morte de um filho da mesma mulher, assistentes sociais e pessoas ligadas aos movimentos de Direitos da Criança e do Adolescente começaram a desconfiar da natureza das mortes, o caso foi levado à Polícia Civil e a investigação encontrou indícios de um crime hediondo. No rol de investigados está, inclusive, a avó materna das vítimas. Descoberta, Gisele fugiu para Portugal e vivia na cidade de Coimbra desde maio de 2025, sustentada pelo companheiro, também brasileiro, que atua na construção civil em solo português.
Investigação sob sigilo
O advogado Kaster Lúcio Rodrigues Abreu explicou à reportagem do Diário do Aço que foi contratado por familiares de Gisele Oliveira, para atuar em sua defesa. Conforme Kaster, o caso tramitava em Segredo de Justiça e, por isso, não tinha sido feita nenhuma divulgação em torno da situação até agora. O advogado acrescentou que somente agora, com a prisão, poderá ter acesso a outras partes do inquérito. “O que sabemos é que outras pessoas serão ouvidas ainda. Era aguardada essa prisão, para o prosseguimento do caso”, resumiu.
Resistência à prisão
Conforme o Correio da Manhã, quando foi descoberta terça-feira (5), a mulher resistiu à prisão, mas acabou sendo detida por agentes da Unidade de Informação Criminal da Polícia Judiciária. A brasileira deverá comparecer nesta quarta-feira ao Tribunal da Relação de Coimbra, que vai decidir sobre as medidas de coação enquanto aguarda o processo de extradição para o Brasil. Caso seja levada a julgamento para responder pela morte dos cinco filhos e seja reconhecia a culpa, poderá pegar até 154 anos de prisão.
Fonte: Diário do Aço