Brenda Sophia Melo de Santana sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu; prefeitura de Bom Jardim publicou alerta sobre perigos do uso de smartphones e redes sociais
Parece inofensivo, mas o “desafio do desodorante” pode causar tragédias e danos graves à saúde. O perigo, disseminado na internet, fez mais uma vítima no Brasil. Brenda Sophia Melo de Santana, de apenas 11 anos, morreu no último domingo (9) em Bom Jardim, no Agreste de Pernambuco, após inalar desodorante aerossol. A menina chegou a ser socorrida, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória no trajeto até o hospital e não resistiu.
A tragédia aconteceu depois que Brenda inalou o desodorante como parte de um desafio compartilhado nas redes sociais. A Polícia Civil de Bom Jardim classificou o caso, como “morte acidental” e aguarda o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) para confirmar a causa do falecimento. De acordo com os relatos da família, ela já havia sido advertida sobre os riscos, mas ainda assim manteve o hábito.
A Prefeitura de Bom Jardim se manifestou por meio de nota oficial, expressando solidariedade à família e alertando para os perigos desses desafios. “Nos solidarizamos com os familiares e amigos de Brenda Sophia, expressando nossas mais sinceras condolências e colocando a Secretaria Municipal de Assistência Social e Combate à Fome à disposição para acolher e amparar a família”, dizia o comunicado.
A gestão municipal também ressaltou a importância do diálogo familiar sobre o uso seguro da internet e dos riscos de substâncias químicas. Assim como os perigos relacionados “ao uso de smartphones, internet e redes sociais, especialmente em desafios virtuais que podem comprometer a saúde e a vida dos jovens”.
Não é a primeira vez
Desde 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os chamados “jogos perigosos” como um distúrbio comportamental na Classificação Internacional de Doenças (CID). Segundo a entidade, esses desafios são caracterizados por “um padrão de jogatina online ou offline que aumenta sensivelmente o risco de consequências prejudiciais à saúde mental ou física”.
Infelizmente, o caso de Brenda não é isolado. O mesmo desafio já fez outras vítimas fatais nos últimos anos. Em 2018, Adrielly Gonçalves, de 7 anos, morreu em São Bernardo do Campo (SP) após inalar grande quantidade de desodorante aerossol. Ela tentava imitar um vídeo viralizado na internet quando desmaiou. A família a levou imediatamente para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas os médicos não conseguiram reanimá-la.
Dois anos depois, em 2020, um menino de 12 anos faleceu em Aracaju (SE) ao inalar um vidro inteiro de desodorante. A “brincadeira” consistia em testar quem conseguia suportar por mais tempo a inalação do produto químico.
Em 2022, um caso semelhante ocorreu em Belo Horizonte (MG). O garoto João Vitor Santos Mapa, de 10 anos, inalou aproximadamente metade de um frasco de desodorante dentro do guarda-roupa. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu, apesar da rápida chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Fonte: O Globo
