CARATINGA – A angústia de uma mãe tem se prolongado por mais de um mês em Caratinga. Rosângela Maria Ferreira, de 60 anos, procura incansavelmente por sua filha, Nelcimar Ferreira da Silva, de 37 anos, que está desaparecida desde o dia 3 de julho. Segundo relatos da família, esta é a primeira vez que ela permanece tanto tempo fora de casa.
Moradora da rua Nailton Gomes, no bairro Esperança, Rosângela contou ao jornal que Nelcimar saiu de casa usando uma calça capri marrom e uma blusa preta com a frente branca e um desenho também em preto. Desde então, a família tem percorrido ruas e bairros em busca de informações sobre seu paradeiro, mas sem sucesso.
“Já fizemos boletim de ocorrência, buscamos por toda parte. Um diz que viu, outro diz que viu, mas quando chegamos ao local, ela já não está mais”, relata a mãe, com a voz embargada pela dor. “A última informação que tivemos foi que ela poderia estar na vilinha perto do bairro Santa Cruz, mas nada foi confirmado”, acrescenta.
Nelcimar é mãe de três crianças: um menino, de 9 anos, uma menina, de 7, e a caçula, de apenas um ano e um mês. “Os dois maiores perguntam por ela todos os dias. Me perguntam se ela comeu, se está dormindo na rua, se alguém está fazendo mal a ela. Eu tento acalmá-los, digo que a mãe vai voltar… mas está cada dia mais difícil”, lamenta Rosângela, que atualmente cuida da neta mais nova sozinha.
Segundo a mãe, Nelcimar é dependente química e enfrenta problemas com uso de álcool e drogas. Ela já foi internada anteriormente em uma clínica de reabilitação na cidade de Oliveira, próxima a Belo Horizonte, mas deixou o tratamento antes do tempo previsto. A família já solicitou junto ao Ministério Público a internação compulsória da jovem. “Já fui ao fórum, estou tentando por todos os meios. O processo está em andamento, mas é demorado. E eu tenho medo do que pode acontecer até lá”, desabafa.
A mãe pede que quem tiver informações verdadeiras sobre o paradeiro de Nelcimar entre em contato pelo telefone (33) 99990-6824. E faz um apelo para que não haja trotes nem comentários maldosos nas redes sociais: “As pessoas julgam sem saber o que estamos passando. Não é fácil conviver com alguém dependente químico, é uma doença. Só quero tirá-la da rua. Eu não durmo, não como direito. Só penso na minha filha.”
Ela também pede ajuda dos órgãos públicos para que a filha seja encaminhada o quanto antes a uma clínica: “Não tenho condições de pagar. Por isso, peço ajuda à Prefeitura, ao Cras e demais instituições. A minha luta é para salvar minha filha.”
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