Égua usada em tratamento de criança autista morre após ser envenenada em Santana do Paraíso

Um caso de crueldade contra animais revoltou os moradores do bairro São Francisco, em Santana do Paraíso. Uma égua utilizada no tratamento de equoterapia de uma criança autista morreu na noite desta terça-feira (23), após ter sido vítima de envenenamento. O crime foi descoberto no estábulo localizado na rua Mangueira.

Segundo fontes da Polícia Militar, uma câmera de segurança próxima ao local flagrou um indivíduo chegando e saindo do estábulo, na noite de segunda-feira (22). Pouco tempo depois, a égua começou a se debater. O animal chegou a ser atendido por dois veterinários diferentes, mas não resistiu e morreu cerca de 24 horas depois do envenenamento.

O solicitante, homem de 33 anos, contou aos policiais militares que a égua, carinhosamente chamada de “Boneca”, era de seu filho, que é autista, e dependia do animal para sessões de equoterapia, atividade que fazia parte do tratamento da criança. Ele confirmou a situação ao Diário do Aço.

As imagens das câmeras serão analisadas pelos policiais para tentar identificar o autor que invadiu o estábulo. Até o momento, o suspeito não foi identificado. O caso segue sob investigação, e a Polícia Civil deverá dar continuidade às apurações. Qualquer denúncia pode ser feita, anonimamente, no telefone 181 do Disque Denúncia Unificado.

Luta para salvar o animal
O pai do menino, Wesley Batista da Silva, contou em entrevista à reportagem do Diário do Aço o drama vivido pela família ao tentar salvar o animal.

Segundo ele, Boneca havia sido doada justamente para auxiliar no tratamento do filho. “Essa égua foi doada para o nosso filho para ele fazer o tratamento de equoterapia dele. A gente tratava dela quatro vezes por dia, de manhã, ao meio-dia, às 5h da tarde e às 9h da noite. Na segunda-feira eu coloquei a última ração às nove horas, e quando foi por volta de 10h30 da noite, um vizinho nos ligou dizendo que ela estava se debatendo. Corremos para o local e já a encontramos inchada e ofegante”, relatou Wesley.

A família acionou veterinários que, inicialmente, cogitaram um caso de cólica, mas logo confirmaram o envenenamento. Apesar de medicamentos e diversas tentativas de estabilização, a égua morreu na noite de terça-feira (23).

Emocionado, o pai destacou a importância do animal para o filho. “O nosso menino ajudava a cuidar dela todos os dias. Levava o balde de ração, acompanhava o trato. Quando ele estava nervoso, colocávamos ele em contato com a Boneca. Era incrível, rapidamente ele se acalmava. O cavalo tem essa capacidade de regular os batimentos cardíacos e isso fazia parte essencial do tratamento dele”, explicou.

A égua Boneca, de apenas cinco anos, também era querida pelos vizinhos, segundo Wesley. “Ela estava em um lote que antes era abandonado e cheio de bichos. Depois que colocamos ela lá, o espaço ficou limpo, e as crianças da vizinhança adoravam estar em contato com ela. Houve denúncias anônimas contra a presença dela, mas todos aqui perto gostavam muito e até nos ajudavam a cuidar dela”, afirmou.

O pai encerrou o depoimento pedindo justiça: “A gente só pede que a polícia consiga identificar o criminoso e que ele pague pelo que fez. Foi um ato covarde, e nosso filho e as crianças da vizinhança estão muito abalados com essa perda”, concluiu.

Fonte: Diário do Aço

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