Foi enorme a repercussão da coluna especial dos 40 anos do título do Esplanada em 1982. Muito obrigado a todos que parabenizaram. As dificuldades encontradas parar desenvolver um trabalho desses, é recompensado em dobro pela repercussão positiva, a alegria dos homenageados e familiares. Sem falar na sensação de voltar no tempo, numa época áurea do nosso futebol.
A história do título da LCD conquistado pelo Verdão em 82, foi tão marcante, que uma coluna apenas não é suficiente para contar. Principalmente para apresentar aos jovens, personagens que mesmo depois de tantos anos permanecem vivos nos corações de torcedores que viveram de perto e presenciaram seus feitos. Como já cansei de dizer e escrever, sou privilegiado por ter vivido os anos oitenta intensamente, mesmo sendo apenas uma criança. Assim como me marcou, imagino que muitos da minha geração também não se esquecem daquele timaço do Esplanada. Muitos daqueles heróis seguiram no futebol. Mas, ninguém foi tão longe como Perrola, o craque da camisa dez.
Filho dos saudosos Baiano borracheiro e dona Filinha, Perrola nasceu Adagualberto numa família com 13 filhos, 11 jogadores de futebol. Era o camisa 10 do time mágico do Esplanada de 1982. Depois da conquista, foi desfilar seu talento no Tupi de Juiz de Fora, Botafogo de Ribeirão Preto, Portuguesa entre outros times paulistas. Destaque por onde passou, atravessou o Atlântico e desembarcou em Portugal onde jogou no Marítimo e Salgueiro, times da primeira divisão. Depois de novamente se destacar, foi contratado pelo Celta de Vigo, primeira divisão da Espanha, Porém, dias antes de se apresentar, numa pelada com os amigos, rompeu o tendão de Aquiles, mesmo depois de várias tentativas, infelizmente encerrou a carreira aos 24 anos. Atualmente, mora na cidade do Porto em Portugal onde trabalha. De lá, mandou para coluna suas lembranças do título de 1982:
Perrola: ” Vou tentar resumir os 180 minutos da decisão. Era o jogo entre o gato e o rato, nós éramos o rato. Mas, não tínhamos medo do gato. Realmente individualmente eram melhores, mas, nosso coletivo era mais forte, sem falar que a gente queria muito estar ali”.
Perrola: ” O primeiro jogo foi de sufoco e nada dava certo no primeiro tempo, o Caratinga fez 1 a 0, mas, como muita gente dizia que eu era o melhor, era opinião deles e não minha, nunca me achei melhor que nada, resolvi que tinha que chamar a responsabilidade. Sofri duas faltas do Maguila, que o Getúlio meteu na gaveta, depois de virar o jogo, tivemos mais confiança, Robson e Miltinho fizeram mais dois e vencemos por 4 a 1”.
Perrola: “No jogo da volta, mesmo com toda pressão, fomos melhores outra vez, Miltinho fez o gol, o Caratinga empatou, mas, se meu irmão Sula estivesse no dia dele, seria 4 ou 5 outra vez pra nós. Mas o empate valeu. Fomos campeões, um título inédito, bom pra mim, para toda a torcida do Esplanada, um time de jovens com apenas três veteranos. Agradeço a você Rogério por sempre lembrar da gente. Da família do senhor Baiano borracheiro, tinha três titulares naquele time. Obrigado”.