Mercado
Os contratos de café na bolsa oscilaram pouco até quinta-feira (23). Na sexta-feira (24) recuaram 245 pontos nos contratos para março próximo e acabaram levando o balanço da semana para o negativo. O mercado físico brasileiro continuou calmo, com baixo volume de negócios fechados, porém com bastante interesse comprador. Os produtores que deixaram para vender parte de sua produção no início de 2020 vêm colocando lotes no mercado, mas as bases de preços oferecidas pelos compradores não os anima a fecharem negócios. Existe uma diferença de 15 a 20 reais entre o valor das ofertas dos compradores e o preço pedido pelos cafeicultores.
Pouco café
Estamos no início da entressafra brasileira e é pouco o café em mãos de produtores. Faltam seis meses de embarques neste ano-safra e assim nossos cafeicultores, cientes dos baixos estoques existentes, recusam as ofertas atuais. Querem aguardar preços no mínimo no patamar que foi praticado em novembro e dezembro de 2019. Acumularam prejuízos no decorrer de 2019 e com a escalada do dólar frente ao real ao longo do ano passado, arcam agora com uma forte alta nos fertilizantes, defensivos e combustíveis. Fazendo contas Com o grande volume de café que ainda temos de embarcar, mais uma vez vamos chegar ao final de um ano-safra, em junho próximo, sem estoques remanescentes.
Chuvas
São boas as chuvas que começaram no final de novembro. Essas chuvas devem propiciar que nossa safra 2020/2021 seja de fato de ciclo alto, mas não uma safra recorde, acima da de 2018. O consumo no Brasil e no mundo continua crescendo e teremos de usar toda nossa safra 2020/2021 para atender nossas exportações e o consumo interno brasileiro no novo ano-safra que se inicia em julho próximo. Em 2021 nossa safra será de ciclo baixo.
Cafés especiais
O reaquecimento da economia brasileira – e, consequentemente, do consumo – deverá fazer de 2020 um ano propício a novos investimentos no mercado brasileiro de cafés, principalmente os especiais. É o que aponta o estudo “The Brazilian Coffee Market”, recém-concluído pelo banco holandês Rabobank. O estudo indica que a receita com as vendas de cafés – especiais e tradicionais -, deverá crescer 34,2% (US$ 3,4 bilhões) no país entre 2019 e 2024. É o equivalente a 66% do crescimento projetado para toda a América Latina no período.
Cafés especiais II
Em 2018, esse mercado movimentou US$ 10 bilhões. O consumo de cafés especiais no Brasil deverá crescer 22% este ano, em linha com a média registrada desde 2017, para 1,2 milhão de sacas. Em 2023, o estudo do Rabobank projeta que o volume deverá alcançar 1,8 milhão de sacas. Considerando o mercado como um todo, a expectativa é que o consumo no país tenha encerrado 2019 em aproximadamente 21,5 milhões de sacas e chegue a 22,1 milhões em 2020 – um crescimento de 2,8% (fonte: VALOR ON LINE).
Nova Iorque
A bolsa de Nova Iorque – bolsa de mercado futuro do café, do fechamento do dia 17, sexta-feira, até o fechamento de sexta, dia 24, caiu nos contratos para entrega em março próximo 200 pontos, ou seja, R$ 11,09 por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na bolsa fecharam no dia 17 a R$ 617,74 por saca, e sexta dia 24 a R$ 609,64. Na sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 245 pontos.
Chuvas
As chuvas de verão que há anos não aconteciam com essa intensidade, caíram nos últimos dias em todo leste mineiro e em Caratinga. Em Matipó e Manhuaçu os estragos foram ainda maiores. Vídeos amadores mostraram armazéns de café, por completo, sendo tomado pelas águas na região da baixada e casas desmoronaram na periferia das cidades. Também houve mortes na região de Manhuaçu.
Chuvas II
Na santa terrinha do São João do Caratinga as chuvas também atingiram tanto a população ribeirinha como a população das encostas. A criação de um comitê de gerenciamento de crise conseguiu monitorar, alertando e agindo proativamente aos acontecimentos, diminuindo os impactos danosos das enchentes.
Chuvas III
Um bom trabalho realizado pela prefeitura de Caratinga na limpeza dos rios fez com que os impactos fossem menores. Quem viu o volume de água escoado pelo rio no centro de Caratinga e volumes informado pelo CEMADEM na estação meteorológica instalada pela Secretaria de Agricultura no centro da cidade de 23 horas do dia 24 à 11 horas do dia 25, as chuvas chegaram a um volume de 124,2 mm de pluviosidade. Em 2003 e 2004 volumes menores provocaram grandes enchentes na cidade, ao passo que a calha do rio suportou esse grande volume com menores avarias.