* Henrique Fonseca Genelhu Soares
No século XVIII, durante a evolução Industrial, as portas das fábricas eram ocupadas por uma massa incalculável de operários em busca de emprego, enquanto os engenheiros que as administravam eram disputados. Tal desequilíbrio na distribuição de mão-de-obra acarreta desigualdade dos salários e das condições de trabalho. Hoje, no Brasil, a disparidade na oferta e procura, de profissionais e vagas, é um dos principais entraves para o desenvolvimento sustentável do mercado de trabalho.
Em alguns setores da economia brasileira, a mão-de-obra especializada é disputada e, algumas vezes, é necessário até importar força de trabalho qualificada de outros países. A indústria da Tecnologia da Informação é um exemplo. Já em outras áreas, o acesso de trabalhadores, mesmo qualificados e atualizados, é limitado. Isto ocorre, por exemplo, com muitos profissionais da Educação e Saúde, que mesmo com cursos de pós-graduação, recebem baixos salários e ocupam vagas abaixo de suas expectativas.
Embora nos últimos anos o acesso ao ensino técnico tenha sido incentivado por políticas públicas, o mercado de trabalho ainda necessita de mais mão-de-obra especializada e diversificada. Caso contrário, o futuro de alguns setores da economia ficará comprometido e a desigualdade entre algumas profissões tenderá a aumentar.
Sendo assim, torna-se premente a necessidade de o governo, em parceria com as instituições privadas, fomentar a qualificação e a formação dos mais diversos profissionais, atendendo à demanda de setores que carecem de mão-de-obra especializada. Isto pode ser feito, por exemplo, a partir do estímulo de intercâmbio internacional de profissionais destinados aos setores mais defasados da economia. Além disso, as escolas devem levar à sala de aula discussões que orientem o jovem acerca do mercado de trabalho, criando maior interação entre o presente, focado na teoria, e o futuro, que será o tempo da aplicação dos conhecimentos adquiridos.
* Henrique Fonseca Genelhu Soares é Mestre em Economia pelo Ibmec-RJ e economista pela UFJF. Atua como Professor dos cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis da Unec – Centro Universitário de Caratinga.