Grunge? Metal? Hard Rock?
Afinal de contas, como podemos rotular ‘Purple’?
Não meus caros cachaceiros depressivos… não podemos rotular Purple.
As bandas do Grunge (subgênero do rock alternativo que surgiu no final da década de 1980 em Seattle), em geral, não seguem um determinado padrão em suas músicas. O Stone Temple Pilots é a banda perfeita para comprovar isso, principalmente a partir de “Purple”, lançado em 7 de junho de 94, sendo o segundo álbum de estúdio da banda após “Core”, 1992.
Apesar de “Core” ter sido um sucesso comercial, a banda californiana estava insatisfeita com as comparações com as demais bandas da época, sobretudo, Nirvana e Pearl Jam. E, realmente, o som de Core soa a influência dos queridinhos de Seattle.
Contudo, dois anos após, os Pilots entram em estúdio e gravam “Purple”.
A partir daí, a banda passa a ter uma identidade própria. O interessante do álbum seria o próprio paradoxo: a identidade do som da banda era não ter uma identidade padronizada. Os próximos discos dos Stones confirmariam essa tese.
Segundo críticos, essa forma de trabalho foi o que rendeu o sucesso e o fracasso comercial após o “Grunge is Dead”.
Em relação ao enredo do álbum, destacam-se as melodias e letras que são trabalhadas em conjunto. O tema “drogas”, muito presente em “Core”, ainda está lá. Entretanto, um louco apaixonado também surge em meio à esse caos, e transforma “Purple” em um misto de decepções amorosas e pessoais, temas recorrentes no mainstream daquela época.
Além disso, o vocal de Weiland soa mais agudo e rasgado. Os riffs de Dean se tornam harmônicos e progressivos, variando do pesado ao melódico. Robert apostou em um baixo simples, porém com qualidade, dando o peso ideal que a música pedia. E por fim, uma bateria mais quebrada por parte de Erick Kretz.
Esse amadurecimento concedeu ao STP o topo da Billboard e o fim das comparações. Agora o Stone Temple Pilots, era de fato, Stone Temple Pilots.
Apesar do grande sucesso comercial, Scott Weiland foi condenado a um ano de prisão devido à porte de drogas, o que resultou no cancelamento de grande parte da turnê.
Paulo Bonfá
Produtor Cultural
luadecera.blogspot.com