Exatos 721 km separam Belo Horizonte de Almenara, via BR-381. Onde ocorreu trágico acidente com caminhão baú da Isofort, que colidiu em reta violentamente contra um Siena. Na reportagem divulgada por um jornal da capital mineira, o encarregado de logística diz que “conversou com o motorista e que o mesmo admitira que quando acordou já estava tombado”. De forma fria, disse ainda que “vai conduzir o motorista para avaliação psicológica para saber se o mesmo tem condições de voltar a dirigir na sua empresa”.
Impressionante. Três vítimas inocentes, sendo duas delas professores do Genoma e outros cursinhos, morreram estupidamente quando trafegavam na sua mão de direção, em uma reta.
Aí vem a pergunta: o motorista teve seu descanso respeitado? Parece que o acidente foi por volta de 20hs e esse já teria cochilado? Será que em Almenara e região não teve uma extenuante jornada de entregas e depois convocado a voltar com o caminhão vazio para novo carregamento?
Cabe a polícia científica verificar o tacógrafo e verificar qual era a jornada desse profissional. Se confirmado excesso, quem deve ser punido é a empresa pela negligência em autorizar um retorno, mesmo com baú vazio, num trecho longo de mais de 700 km.
Para a empresa, seus advogados, seu seguro, será apenas mais um sinistro. Coisa “banal” acontece na ‘rodovia da morte’. Ou não seria a ‘rodovia dos condutores da morte’???
Hoje em sua casa, tranquilamente, esse frio encarregado de logística com certeza jantará e dormirá com sua família. Já as famílias das vítimas, com certeza não.
Não é a BR-381 a rodovia da morte. São os usuários da mesma que teimam diariamente em vários tipos de infração proporcionar a si e a inocentes o risco de morte.
Para terminar, o motorista, com certeza também estará com sua família tranquilamente em casa.
Álvaro Celso Mendes
Caratinga – MG