Regiane Ferreira
Parece cômico o título? Minha intenção é “chamar atenção” sobre esse medicamento e ao mesmo tempo fazer um alerta.
Rivotril virou queridinho das farmácias, sendo um dos remédios mais vendido nos dias atuais. E não é por acaso que o medicamento virou uma febre. Com a vida agitada é preciso esquecer os problemas de alguma maneira e o rivotril promete a paz em forma de pílulas ou gotas. Ele faz parte da classe dos benzoadiazepínicos: são medicamentos que afetam o humor de quem os consome, deixando essas pessoas mais calmas.
Ele é muito usado para quem apresenta distúrbios do sono, pois a cada dia vem aumentando devido ao estresse, essa correria que a maioria hoje em dia vive. Com isso o sono é o primeiro a ser afetado e quando se vai ao médico logo já se fala no bendito rivotril, claro que não estou generalizando todos os médicos, mais sim existe uma grande parcela que já prescreve o rivotril de cara por que o rivotril: é seguro, eficaz e barato.
Quando se prescreve esse medicamento não se fala no mal que pode vir depois, como depressão, alucinações, amnésia, tentativas de suicídio e dificuldades para articular a fala.
Quando resolvi falar da insônia e o rivotril, foi porque sou usuária do mesmo. Sou dependente dele há mais de 10 anos. Comecei a tomar porque tinha medo de dormir sozinha, foi quando meu problema de insônia começou então uma coisa foi levando a outra e não parei mais. Ora se esse medicamento é para ser um tratamento por no máximo 90 dias, porque até hoje estou nele? Confesso que eu fazia acompanhamento com um médico que gostava muito aqui do meu bairro, mas depois que ele se foi, continuei com a medicação, mas não fiz o acompanhamento direito, porém, quando vou a outros médicos eles continuam com o rivotril e porque já sou dependente, na verdade eu me acomodei acho que com a maioria que toma também se acomoda. Hoje em dia eu mesma venho fazendo meu desmame e não é fácil.
E hoje como sou estudante de psicologia venho aqui falar que a insônia, a depressão, ansiedade, pânico e outros distúrbios psicoemocionais não devem ser tratados apenas com remédios. Se a uma causa de fundo psicológico obviamente é necessário psicoterapia para atacar a causa, e não apenas os sintomas. Psicofármacos não cura doenças, só atua sobre os sintomas.
As pessoas resistem muito a fazer terapias, preferem remédios, porque é mais fácil e cômodo tratamento com fármaco deve ser temporário, reservado a casos específicos. Não existe remédio seguro, não existe remédio ideal, não existe remédio que imite o sono fisiológico. O objetivo da terapia cognitivo comportamental é por meio de mudanças de hábitos, reprogramar o cérebro para ensiná-lo adormecer. Seja qual for à causa da insônia, um psicólogo pode ajudar a tratá-la. Em primeiro lugar o profissional vai ajudar o paciente a descobrir o que está causando a insônia só então junto a ele, vai procurar uma solução. Se o problema for causado por maus hábitos, ele pode ajudar o paciente a mudar seu comportamento para melhorar.
Na terapia você conversar com seu psicólogo sobre sua saúde física, emocional, seus problemas, crenças e hábitos. A partir disso ele pode começar a identificar o que está causando o estresse, a ansiedade ou o que mais estiver interferindo no seu sono.
Confesso depois que li mais sobre o rivotril e seus efeitos colaterais e me preocupei muito, já comecei minha terapia porque hoje eu sei que meu problema é de fundo psicológico e somente com a ajuda de um profissional, poderá me ajudar a me livrar do queridinho rivotril.
Regiane Ferreira é acadêmica do 4º período do Curso de Psicologia do Centro Universitário de Caratinga.