A questão do aborto está novamente em pauta. Desta vez foi por causa do terrível acontecimento em que uma menina de 10 anos engravidou, vítima de estupro. Sabendo-se que, antes, ela tinha sido molestada durante 4 anos pelo tio, irmão da mãe.
Como a grande maioria da população opta sempre pelo aborto, ela foi conduzida a um hospital e o feto abortado. Hoje, o aborto é feito com a naturalidade de um ato qualquer. O feminismo exagerado até admite que ele seja uma conquista da mulher. Uma conquista que tira a vida e fere a conduta ética, social e também religiosa. Religiosa porque é contra um mandamento da lei de Deus.
O aborto é o assassinato de um ser indefeso. É tirar a vida de um ser humano inocente. Não importa o tempo de gestação, seja de alguns dias ou de meses, a morte impede que e existência continue. Independente dos motivos, o aborto é sempre a execução de uma sentença de morte. Como disse nosso papa Francisco “o aborto mata alguém para que outras pessoas se livrem de dificuldades”. Desde sempre o aborto é contemplado. Milhares de mulheres fazem dele um anticonceptivo. Um número incontável recorre ao aborto em clínicas clandestinas e muitas acabam morrendo pela falta de cuidados médicos em locais sem higiene e procedimentos adequados.
Em nenhum momento vimos alguém sugerir uma atitude contra o aborto. A menina em questão, havia completado cinco meses de gestação. Diante disso, poderia haver a possibilidade de ela dar sequência à gravidez por mais um pouco, oferecendo a ela todos os cuidados, e depois deixar nascer de um parto prematuro. Se a menina não quisesse criar o filho, poderia entregá-lo à adoção. Muitos casais gostariam de criá-lo, pois recém nascidos são a opção que mais ocorre entre casais que desejam adotar.
Agora não há mais lugar para outras razões. Quando ocorre um aborto propagado, fico sempre pensando nas mãos do médico abortista, que as estendeu no dia da formatura e, proferindo o juramento de Hipócrates, proclamou trabalhar pela vida. Fico pensando no olhar desse médico sobre a criança que ele vai matar. Busco as palavras de nosso papa Francisco quando diz “que toda criança não nascida, condenada impiedosamente a ser abortada, tem o rosto de Jesus Cristo, tem o rosto do Senhor. É preciso defender o evangelho da vida.”
Outras questões, que ficaram menos faladas por causa do alarme do aborto, terão de ser consideradas. A primeira dúvida vem sobre a mãe que sendo zelosa e atenta, notaria mudanças no comportamento da filha. Só que a mãe da menina já morreu. Então, suponhamos que ela fora criada sem a devida assistência materna e, nesse caso, serviu de presa fácil dos familiares pedófilos. Também, a menina de 10 anos poderia ter contado sobre os constrangimentos. Mesmo ameaçada pelo tio, ela poderia ter dado alguma dica aos familiares. Mas o certo é que não deve ter havido ninguém que a amparasse ou lhe suscitasse a confiança.
Outra questão: Será que o molestador, que já teve passagem pela polícia, será severamente punido? Tem ocorrido, muitas vezes, uma punição, diminuída pelas esquinas das leis, que deixa solto o criminoso que sai cantando vitórias. E esse caso ainda tem um detalhe igualmente trágico: o tio estuprador pediu que fizessem o DNA do feto. Ele afirmou que o avô da menina e o irmão também a molestavam. É preciso haver uma punição severa, pois é um crime hediondo o que foi praticado por esses marginais. A prisão perpétua, pelo menos, deixaria a nossa indignação um pouco aplacada.
Lembrar que o aborto deixa marcas de arrependimento na maioria das mulheres. Muitas carregam o peso dessa tristeza para o resto da vida.
Enfim, as palavras do papa querido: “Existe a falsa compaixão: aquela que considera uma ajuda à mulher ao favorecer o aborto. Suscita horror o simples pensamento de que haja criança que não poderá jamais ver a luz, vítima do aborto.”
Marilene Godinho
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