*Brunela Demoner Rossoni Laignier
O corpo da mãe durante a gravidez armazena alguns nutrientes e energia, se preparando assim para a lactação. Pelas existências de variações no estado nutricional antes e depois a gestação, torna-se difícil a determinação das necessidades de nutrientes para a lactante.
A lactação é o estágio da vida em que a criança de dependerá do leite materno para seu crescimento e desenvolvimento. As recomendações de nutrientes para o período de lactação baseiam-se nos conhecimentos sobre a quantidade de leite produzida, o conteúdo energético e nutricional do mesmo e as quantidades de energia e reservas nutricionais maternas. A dieta materna é considerada determinante da reserva energética para a lactação, porém, segundo pesquisas realizadas em populações de mães bem nutridas, ela pouco afeta a composição do leite humano. A composição do leite humano varia consideravelmente entre mulheres e grupos étnicos, e também em diferentes amostras de uma mesma mulher ao longo do dia, no decorrer da lactação e em diferentes mamadas.
O custo energético total da lactação provém do teor energético do leite mais a energia necessária para produzi-lo. O valor energético do leite materno varia de 2,7 MJ/l a 3,1 MJ/l. A razão entre o teor de energia do leite e o custo total da lactação constitui a eficiência da produção do leite.
As estimativas atuais para o aleitamento materno exclusivo sugerem que o custo energético da lactação seja de aproximadamente 2.625 MJ/dia com base em uma produção média de leite de 750 g/dia com uma densidade energética de leite de 2,8 KJ/g e uma eficiência energética de 0,80. No caso de mulheres bem nutridas, o custo energético da lactação é parcialmente atendido peça mobilização de energia a partir de tecidos adiposos, de cerca de 0,65 MJ/dia (para uma redução do peso corporal de 0,5 Kg de gordura/mês), resultando em um aumento efetivo de cerca de 2,0 MJ/dia (=480 kcal) em relação a mulher que não está grávida, nem amamentando.
Durante a lactação, não ocorrem náuseas, vômitos, azia e constipação intestinal. No entanto, deve-se preconizar uma maior hidratação da lactante, através da ingestão de água, sucos, leite, normalmente, as próprias mulheres referem mais sede no período de amamentação, estima-se uma ingestão média diária de água total durante a lactação em torno de 3,8 litros para lactantes na faixa etária de 14 a 50 anos. Não somente a hidratação, mas a nutriz deverá preconizar o consumo de proteínas, sendo estas aumentadas suas necessidades em proporção a produção do leite; podendo ocorrer a introdução de suplementação de vitaminas e minerais se necessário.
A concentração de alguns nutrientes no leite materno aumentará se houver mais deles na dieta da lactante: vitaminas hidrossolúveis, vitamina A e ácidos graxos poli-insaturados. A concentração da maioria dos outros componentes do leite materno (proteína, lactose, gordura total e cálcio) não parece ser influenciada pela ingestão materna.
Durante a lactação a ingestão diária recomendada de vitamina A sofre um acréscimo de 15 a 20%, em relação a recomendação preconizada pela organização mundial de saúde (OMS) de 3.000 a 4.000 UI/dia para mulheres em idade produtiva. A vitamina A apresenta-se em produtos de origem animal (retinol) e vegetal (caratenóides). Os alimentos fontes de origem animal são óleo de fígado de peixe, manteiga, gema de ovo e queijo. Os alimentos fontes de origem vegetal incluem manga, mamão, cenoura, tomate, batata doce, etc …
No Brasil, o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A – Vitamina A Mais-, do Ministério da Saúde, distribui megadoses de vitamina A nas áreas consideradas de risco. A vitamina A é fornecida em forma de capsulas de 100.000 UI (para crianças de 6 a 11 meses de vida) e de 200.000 UI (para crianças de 12 a 59 meses). O Programa também garante a suplementação com megadoses de vitamina A para puérperas no pós- parto imediato, antes da alta hospitalar. Assim, essa suplementação dada as lactantes logo após o parto aumentará os níveis de vitamina A não só de suas reservas corporais, mas também do leite materno, o qual deverá fornecer quantidades adequadas de nutrientes ao bebê ate o 6° mês. Sendo para necessário para nutrizes o consumo da vitamina A de 1.200 a 1.300 µm/dia.
A mãe que amamenta dever ser orientada a ingerir grande variedade de alimentos, não se limitando apenas a alguns tipos, por crenças e tabus, para que a possa ter contato o mais precocemente possível com diversos sabores e aceite mais facilmente a introdução de alimentos, de forma que ela possa ter um padrão alimentar saudável, incluindo todos os grupos de alimentos.
*Brunela Demoner Rossoni Laignier é nutricionista, professora e coordenadora do Curso de Nutrição do UNEC- Centro Universitário de Caratinga.
-Mais informações sobre autor: http://lattes.cnpq.br/9130128564227510.