Expectativa é incluir projeto definitivo para orçamento deste ano e início das obras em 2018
CARATINGA- A unidade local do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de Caratinga está com um novo supervisor. Robson Carlindo Santana Paes Leme chegou no início do mês de junho. Na tarde de ontem, ele recebeu o DIÁRIO DE CARATINGA e falou sobre os desafios e expectativa de trabalho.
Antes de vir para cidade, Robson atuou na Administração da Hidrovia do São Francisco (AHSFRA). “Sou funcionário de carreira do setor público do Ministério do Planejamento e sou cedido ao Dnit. Morei 13 anos em Brasília, depois fiquei um ano em Rondônia e minha última procedência é a cidade de Pirapora, que eu estava como superintendente do Rio São Francisco”.
Sobre a chegada a Caratinga, o novo supervisor destacou que se sentiu acolhido e que já foi possível fazer os primeiros contatos com autoridades e políticos da região. No dia 24 de junho, ele reuniu-se com prefeitos para sua apresentação oficial. Estiveram presentes ainda o superintendente do Dnit, em Minas Gerais, engenheiro Fabiano Martins Cunha e o deputado federal Mauro Lopes. “A recepção foi boa. Gostei da cidade, da população, do povo em si. Estou muito satisfeito de estar em Caratinga. Já tenho tido bastante contato com a classe política, prefeitos, vereadores da região, tive um encontro também com o Ministério Público. Estamos começando a conhecer os atores e começar a participar efetivamente do dia a dia das cidades”.

No dia 24 de junho, Robson Santana reuniu-se para sua apresentação oficial, que contou com as presenças do prefeito de Simonésia, Laerte Augusto; do superintendente do Dnit, Fabiano Martins Cunha; e do deputado Mauro Lopes (Foto: Arquivo Pessoal)
DESAFIOS
Robson ainda destacou seus objetivos de trabalho à frente da unidade e citou os desafios na região. “A gente tem muito trabalho com relação a nossa malha rodoviária, deixar as nossas rodovias em boas condições de trafegabilidade, com segurança, sinalização, melhoramento constante das nossas rodovias. Os principais desafios são as travessias urbanas, principalmente de Manhuaçu e de Caratinga”.
Em abril do ano passado, o Dnit anunciou que está retomando as atividades de fiscalização de peso nos Postos de Pesagem de Veículos – (PPV). Em 2009, a balança de pesagem de Caratinga retomou seu funcionamento, após nove meses. Na época, o Dnit afirmou que notificava, em média, 130 motoristas por dia por causa do excesso de peso de carga. A Polícia Rodoviária Federal também alegou que não havia inspetores trabalhando no posto anexo ao Dnit porque o local não apresentava estrutura adequada.
Mais tarde, com a suspensão de 2014, o posto fechou novamente. Em abril de 2016, de acordo com o Dnit, o PPV de Caratinga estava entre os 12, que deveriam ser reativados nos próximos meses, o que ainda não aconteceu. De acordo com Robson, esse é um dos assuntos que estão sendo tratados pela nova gestão. “A reativação do posto de pesagem é uma situação também que a gente vai tratar junto ao nosso superintendente em Belo Horizonte e Brasília, pra ver se a gente consegue fazer uma experiência, um projeto piloto para que Caratinga possa largar na frente, porque hoje todas as balanças praticamente do País estão paralisadas”.
PERÍMETRO URBANO DA BR-116
Outra questão considerada urgente e alvo de constantes manifestações da população é a situação do perímetro urbano da BR-116. Deferida em parte, a liminar ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) com o objetivo de pedir providências ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) em relação a trechos considerados críticos no perímetro urbano BR-116; o Dnit pediu a concessão de um prazo de 375 dias para abrir licitação para a execução das obras, em setembro de 2015.
Na ação civil pública, contra a união e o Dnit, o servidor público, Clausiano Peixoto, autor do requerimento, pediu deferimento de tutela antecipada, para que fosse determinada a realização de melhorias no trecho urbano de Caratinga da BR-116. Foram apontados quatro pontos críticos, sendo eles, em frente à rodoviária nova, próximo à Engelmig, trecho próximo à estátua do “Menino Maluquinho” e região do quilômetro 526,5, no Bairro Esplanada. Dois deles foram considerados de urgência e outros dois, com necessidade de adaptações.
Após uma análise do Tribunal Regional Federal, subseção judiciária de Manhuaçu, o juiz federal, Gustavo Moreira Mazzilli deferiu em parte a liminar, impondo ao Dnit a instalação de redutores de velocidade eletrônicos próximos ao cruzamento das pistas na passagem localizada em frente à Engelmig, descrita pelo Ministério Público Federal (MPF) como ponto crítico dois e colocação de novas placas indicativas da existência de passagem inferior para pedestres, na rodovia e em seu entorno, no trecho das imediações da estátua do ‘menino maluquinho’, indicado pelo MPF com ponto crítico três, no prazo de 180 dias.
Questionado sobre essa decisão judicial e o andamento deste projeto, Robson afirmou que “não tem conhecimento” da decisão judicial, mas que está ciente dos problemas do perímetro urbano. “Vamos realizar estudos para fazer alguma intervenção paliativa, porque a solução definitiva é o projeto com as passagens inferiores, onde a cidade circula sem precisar parar, tanto quem está entrando na rodovia, quanto quem está saindo para acessar o município. É o projeto de adequação de capacidade da travessia urbana, que vamos começar a mexer com ele agora, para tentar incluir dentro dos orçamentos que a gente já tem para esse ano, para poder contratar o projeto para quem sabe no ano que vem a gente ter obra. Demanda tempo, porém, antes que a gente consiga tirar esse projeto do papel, vamos estar fazendo estudos para soluções paliativas, que envolvem campanhas de trânsito, instalação de alguns dispositivos de redução de velocidade; o Dnit não é favorável a semáforos na rodovia, mas não vamos deixar de estudar e passarelas”.
O supervisor também comentou sobre as obras que estão em andamento na região. “Estamos trabalhando com os nossos contratos de conservação rodoviária enquanto a gente não recebe os projetos para as intervenções maiores na rodovia, desde João Monlevade até a divisa com o Espírito Santo, 196 km na BR-262, que passa dentro de Manhuaçu; a BR-116 de São João do Manhuaçu até o km 470, que fica após a entrada do trevo de Ipatinga e a BR-474, toda sua extensão, que é Caratinga a Aimorés, com exceção de trecho que está a cargo do DER. Estamos prevendo estudos, projetos, intervenções em toda a nossa malha”.
Robson finalizou reafirmando o compromisso de uma gestão aberta e participativa. “O Dnit está de portas abertas para a população, para a classe política, temos uma forma de trabalhar bem próxima, para conseguirmos fazer o nosso trabalho da melhor forma possível. Todos os apoios são importantes pra que a gente consiga unir forças, para tirar do papel nosso planejamento. A nova gestão veio para melhorar a imagem do órgão perante a população, isso faz parte da nossa estratégia de trabalho também”.