Família clama por justiça e reclama que Carlos precisou ficar 36 horas na UPA esperando ser transferido para Ipatinga
DA REDAÇÃO – Morreu na madrugada de domingo (1), Carlos Barros da Silva, 23 anos. Ele havia sido baleado na última quarta-feira (27/9) após uma discussão na rua José Alves Pereira, mais conhecida como ‘rua do Buraco’, no
bairro Santa Cruz. O suspeito de autoria do crime é Wesley Saturnino Ferreira, 28, que se encontrava foragido até o final dessa edição.
Desde o acontecido na última quarta-feira, a família de Carlos estava lutando por sua transferência, já que ele foi encaminhado para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e estava com três projéteis de arma de fogo alojados no corpo, necessitando de uma intervenção cirúrgica. Foram aproximadamente 36 horas de espera para que o jovem fosse transferido no final da manhã da última sexta-feira (29/9) para o hospital Márcio Cunha em Ipatinga, mas Carlos foi operado e acabou falecendo logo depois.
FAMÍLIA PEDE JUSTIÇA
O velório de Carlos aconteceu na manhã de ontem, na rua Manoel Marcos Valente, Bairro Santo Antônio, onde a família clamou por justiça. Rosangela Alves da Silva, tia do jovem, disse que faltam recursos na unidade de saúde. “Desde o início, quando ele chegou em estado crítico na UPA, vi que aqui não tinham recursos. Quero justiça, meu sobrinho morreu por falta de atendimento. Ele tinha que ser transferido na hora”, disse Rosangela.
A viúva de Carlos, Francislene Vicente Corrêa, também reclamou da demora na transferência. “Aqui alegavam que o estado dele era estável, mas soube que devido à demora do atendimento, se agravou muito. O relatório que encaminharam ao SUS Fácil estava muito fraco e médico nenhum conversava com a gente aqui, só enfermeira.
Quando saiu a transferência, que fui fazer a ficha lá em Ipatinga, ele foi rapidamente entubado em estado gravíssimo. A situação piorou por conta na demora aqui”, disse.
PREFEITURA DE CARATINGA
A respeito desse caso, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Caratinga emitiu a seguinte nota:
“A Prefeitura de Caratinga informa que logo após os primeiros atendimentos na UPA, todos os procedimentos para a transferência foram adotados através de uma Central de Regulação montada dentro da Unidade de Pronto Atendimento. Porém, a transferência para uma unidade de saúde mais avançada não depende do Município, e sim do Governo do Estado, que coordena e gerencia as vagas e leitos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por esse motivo, e entendendo a gravidade do caso, ressaltamos que todos os esforços foram feitos para que Carlos Barros fosse transferido o mais rápido possível. A Prefeitura de Caratinga e a Secretaria Municipal de Saúde lamentam a morte do paciente. Aproveitamos para esclarecer que a UPA é uma unidade de saúde de urgência e emergência. O corpo clínico atua de forma a estabilizar o quadro dos pacientes, e quando em caso de necessidade, transferir os pacientes para um hospital que realize cirurgias e faça internações. A Secretaria de Saúde de Caratinga tem realizado reuniões com a direção do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, que é conveniado com o Sistema Único de Saúde, para que a UTI seja reaberta e possa atender os pacientes que necessitarem de cirurgias e internações”.