Exames ficam parados à espera de análise e idosos aguardam prescrição de medicamentos
CARATINGA- Há pelo menos oito meses, o Lar dos Idosos Monsenhor Rocha está sem médico para atendimento dos assistidos. Com a falta do profissional, pilhas de exames ficam paradas à espera de análise e prescrição médica, para compra de remédios que aliviariam a dor ou sintomas de doenças diagnosticadas nos idosos.
De acordo com a enfermeira do Lar dos Idosos, Cristiane Pereira Corrêa, os transtornos tiveram início após a saída de um médico que se aposentou. Ele era funcionário da Prefeitura de Caratinga e atendia os assistidos há 30 anos. “Colocaram outro médico, que ficou uns três meses e foi desviado de função. Depois veio uma médica que ficou aqui mais ou menos uns dois meses também e já tiraram, ficamos sem médico. O Unec (Centro Universitário de Caratinga) fez um projeto ‘Médico na Comunidade’, com médicos de várias especialidades para atender a comunidade e atendia aos idosos. Era um trabalho bem bacana, mas depois surgiu o Casu (Centro de Assistência à Saúde), para atender consultas diárias de urgência e emergência e eles saíram daqui”.
Sem médicos disponíveis para trabalhar com frequência na instituição, eles têm contado com auxílio de um médico do Estratégia Saúde da Família do bairro e às vezes, algum voluntário atende à solicitação, como aconteceu ontem. “Hoje (ontem), por exemplo, estava aproximadamente com uns 40 exames laboratoriais com resultado com algum tipo de alteração e eu não tinha o que fazer. Uma médica voluntária conseguiu olhar todos esses exames e medicar os pacientes. Tinham muitos com infecção urinária e a gente não tinha o que fazer, porque não tinha como prescrever, não tinha receita de antibiótico pra eles. Infelizmente sem o médico a gente dá dipirona ou paracetamol, que é um medicamento comum”.
São muitos pacientes que precisam de consulta ou acompanhamento em determinada especialidade e que ficam impossibilitados de um tratamento adequado. Cristiane destaca a necessidade de um atendimento eficiente à demandas dos assistidos. “Temos muitos pacientes diabéticos e como não tem acompanhamento médico, às vezes vai só piorando. Chega um ponto de o paciente precisar ir para o PAM (Pronto Atendimento Microrregional) ou ser até internado, por uma coisa que poderia ter sido até resolvida aqui. O deslocamento é difícil, porque são muitos idosos e geralmente não é só um que precisa, mas vários”.
Médicos que desejarem atuar como voluntários no Lar dos Idosos, por meio de mutirão ou com disponibilidade de pelo menos um dia por semana, pode entrar em contato com a instituição pelo telefone 3321-2426, falar com Cristiane ou Silvânia.