Desde o período pós Segunda Guerra Mundial e com o início da Guerra Fria entre os EUA e a antiga União Soviética, o planeta passou por diversos momentos de uma eminente guerra nuclear. O tempo passou e acordos têm sido ratificados anualmente a fim de que tais momentos de crise não voltem a atormentar nosso planeta.
No entanto, uma silenciosa guerra nuclear já estourou há algum tempo, mas poucas pessoas se deram conta disso. Hoje as mudanças no clima são tratadas como uma verdadeira guerra nuclear, devido seu impacto sobre o planeta e nossas vidas.
Quando pensamos que o efeito de uma bomba nuclear seria pontual ela teria o poder afetar somente uma dada região, tornando-a inviável para a vida humana. Desta mesma forma acontece com os efeitos das mudanças no clima, pois tais mudanças possuem o potencial de tornar, também, áreas que inicialmente eram tidas como produtivas em totalmente inviáveis para a vida humana.
Desta forma, o que resta destas áreas seria o aparecimento dos refugiados climáticos, que se deslocariam para áreas próximas consideradas viáveis para serem habitadas.
A partir deste momento, com a chegada destes refugiados os conflitos provenientes da necessidade de posse de terras habitáveis seriam reais e o caos sobre essas áreas seria eminente.
Há também um consenso que as mudanças no clima é o maior desafio do século XXI. Na ultima COP (Conferencia das Partes) realizada em Paris na segunda semana de julho deste ano, concluiu-se que as mudanças no clima estão ligadas a forma como tratamos a energia, desde a sua produção e até como utilizamos, como estamos gerindo a produção de alimentos, que por muitas vezes tratamos de produzir em massa até tornar solos improdutíveis para consumirmos mais que precisamos, e também pela nossa falta de respeito sobre o ambiente natural.
Na minha experiência sobre a temática, por participar de eventos que objetiva a discussão desta temática como ocorreu na Rio+20 em 2012, os textos finais destas reuniões tendem para uma conscientização sobre os riscos das mudanças no clima para a população em geral e de uma forma critica para algumas populações em especial. Já que o termo justiça não é reconhecido por tais mudanças, alguns países que estão contribuindo menos para o avanço destas mudanças serão os mais aferrados, como já vem ocorrendo na costa leste da África e alguns países da Ásia.
Para o Brasil, ainda é difícil dizer sobre os efeitos frente tais mudanças. Devido a dimensão continental do nosso pais e, também, devido a necessidade de avançarmos no desenvolvimento da ciência do clima. Para que isso seja possível é necessário o investimento em pesquisas de impacto, alto investimento, nesta área. Entretanto, tais pesquisas são financiadas, na maioria das vezes, por capital externo como EUA, Europa e Japão, e por muitas vezes são priorizados os interesses destes países sobre os efeitos destas mudanças futuramente na nossa produção agrícola e industrial.
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Paulo Batista Araújo Filho é formado em Ciências Biológicas e Recursos Naturais pela UFES. Atualmente trabalha no renomado Lawrence Berkeley NationalLaboratory (LBNL), Berkeley – Califórnia/EUA
Por fim, diversos países estão se organizando frente uma eminente crise climática, que possui efeitos próximos de uma guerra nuclear. Refugiados, devido a crises econômicas, serão mais frequentes e os conflitos por terra de qualidade serão mais constantes. Governos que não tem como prioridade atual a utilização de fontes limpas de produção e utilização consciente de energia serão privilegiados no futuro e o Brasil não participará deste seleto grupo.