UMA COMBINAÇÃO PERFEITAMENTE POSSÍVEL.
* Vagner Maciel Freris
Entendemos que grande parte da população já está convencida sobre os benefícios que os exercícios físicos trazem para a manutenção da nossa qualidade de vida. Exercitar-se, seja através de qual atividade for, tendo o prazer como mola propulsora para que haja uma frequência cada vez maior a essa prática, se torna a cada dia, não só um luxo, mas, uma necessidade, como se fosse o nosso próprio alimento de cada dia. Isso é afirmado por diversos estudiosos que realizam pesquisas e comprovam esse fato.
Infelizmente, nem todas as pessoas têm acesso a um local apropriado que ofereça um programa de exercícios físicos, nem tampouco, a maioria das pessoas não tem o principal, o acompanhamento por um profissional especializado – o profissional de educação física -. Outro fator que sempre nos chama a atenção é a famosa desculpa para a não realização dos exercícios físicos, “não tenho tempo!”.
Pois bem, também já é notadamente conhecido o ditado de que, “quem não encontra tempo para fazer exercícios, cuidando da sua saúde, brevemente, terá que encontrar tempo para tratar dos seus problemas de saúde, gerado pelo sedentarismo”.
Muitas pessoas alegam que passam longas horas em seus locais de trabalho e acabam não encontrando um tempo disponível para fazer exercícios. Os empresários que detêm uma boa visão empresarial e entendem que seus colaboradores constituem o maior patrimônio de sua empresa, utilizam de um recurso de extrema importância para sua empresa, oferecendo a prática da ginástica laboral.
Livros especializados em ginástica laboral registram que esse tipo de ginástica acontece desde 1925 na Polônia e vem ao longo do tempo sendo cada vez mais utilizada no mundo todo.
Para entendermos melhor vamos compreender o significado de ginástica laboral. Ginástica é a arte ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo e Laboral é relativo ao ato de trabalhar. Mais precisamente, ginástica laboral é o conjunto de práticas de exercícios físicos realizados no ambiente de trabalho.
Imediatamente você deve estar pensando, como isso acontece? Pois bem, vamos a uma breve explicação. Nesse modelo de ginástica, os funcionários de uma empresa são atendidos por um profissional de educação física especializado nessa área, que passa em cada setor, por um período de até 15 minutos em média orientando exercícios físicos específicos para as atividades laborais dos funcionários daquele setor. Normalmente ele utiliza de algumas estratégias tais como: alongamentos musculares; exercícios de fortalecimento muscular e atividades específicas para melhorar o sistema circulatório.
Esse profissional de educação física, antes de planejar sua intervenção, realiza uma avaliação de diagnóstico onde identifica o tipo de atividade que cada setor executa e quais são as necessidades físicas que os colaboradores precisam ser estimulados, principalmente para evitar a famosa lesão por esforço repetitivo, mais conhecido como LER. Atualmente utiliza-se a nomenclatura DORT, distúrbio osteo-muscular relacionado ao trabalho.
Você pode perguntar, será que somente 15 minutos de exercícios diários são suficientes para evitar lesões aos funcionários? Posso lhe afirmar que sim. Porém, defendo que, esses exercícios precisam ser orientados por um profissional de educação física, devido a sua formação acadêmica.
Portanto, parar um setor por até 15 minutos para fazer a ginástica laboral, tenho certeza que não atrapalha o rendimento daquele setor da empresa. Na verdade, essa empresa estará oportunizando aos seus colaboradores o seguinte: melhora da circulação sanguínea; melhora da postura corporal; mudança na rotina; melhora da autoestima e promove a integração social e o sentido de grupo, uma vez que diversas atividades propostas são feitas em duplas ou grupos maiores.
Ao contratar um profissional de educação física para desenvolver um projeto de ginástica laboral para seus colaboradores, o empresário não deve pensar que está tendo uma despesa e sim executando um investimento em sua própria empresa.
* Vagner Maciel Freris possui graduação em Educação Física pela Universidade Castelo Branco-RJ. Tem o curso de pós-graduação “lato sensu” em Psicomotricidade pela Universidade Castelo Branco-RJ e cursou o mestrado em Desenvolvimento da Criança pela Universidade Técnica de Lisboa – Portugal. É professor universitário do Centro Universitário de Caratinga – UNEC. Presta serviços na Coordenação de Pesquisa do UNEC. É membro do Conselho Regional de Educação Física do Estado de Minas Gerais.
Mais informações sobre o autor, acesse: http://lattes.cnpq.br/6985562952360662).