* Sanderson Dutra Rocha Gouvêa
Passamos por longo período de estiagem, com consequências das mais variadas. O calor intenso nas áreas urbanizadas, hoje muito impermeabilizadas devido à forma de ocupação do solo, trouxe desconforto notável; a diminuição da umidade do ar nos foi perceptível, pois além de levar à impressão de sensações térmicas cada vez maiores, proporcionou alterações em nossos organismos quando, por exemplo, ficamos com nossas narinas ressecadas.
A iminência da possibilidade de falta d’agua trouxe consigo toda uma discussão em relação ao uso da mesma. “Precisamos economizar água”. Aí me pergunto…” Deveria tal preocupação com quantidades disponíveis de água acontecer só quando sentimos que estamos prestes a ficar sem água?
E RESPONDO. Devemos cada vez mais preocupar-nos em ser mais sustentáveis. Cabe à sociedade uma organização que possibilite cobrar de nossos governantes ações conjuntas para promover conscientização de todos sobre os cuidados em virtude da manutenção da água disponível, que o tema seja abordado de sistêmica. Não podemos simplesmente cruzar os braços, pois temos condições de juntos fazermos um mundo melhor, e a água é um bem fundamental neste propósito.
Em áreas rurais, quando se veem pequenas nascentes secando; quando a vegetação responde aos baixos níveis de água disponíveis; árvores soltando suas folhas para evitar perda de água por evapotranspiração, proporcionando mudanças paisagísticas; quando queimadas se alastram por todos os lados; a preocupação de todos é imediata, pois talvez infelizmente seja somente neste momento que nos lembramos da falta de água no ambiente.
Talvez devêssemos lembrar que evitar ou diminuir a derrubada de árvores, evitar que coberturas vegetais venham ser queimadas, proteger nosso solo com cobertura vegetal principalmente em topos de morros, proteger nossas nascentes, enfim, lembrar de todos os procedimentos que são amplamente divulgados nos diversos canais de comunicação como assuntos do nosso cotidiano e não apenas só dar ênfase quando se chega ao período de longa estiagem como o que acabamos de passar.
E AÍ VEM A CHUVA. Comemorada por todos, garantindo a todos melhores condições de temperatura, umidade do ar, disponibilidade para consumo, etc.
Mas em centros urbanos, o que é uma dádiva da natureza, “as chuvas”, por termos impermeabilizado tanto o solo, por não termos tomado cuidado em proporcionar redes de escoamento adequado de água de chuva, por construirmos em áreas de risco, falamos nos problemas decorrentes das chuvas. Quanta incoerência.
Enquanto em áreas rurais o verde passa a predominar, as nascentes ficam cada vez mais volumosas, as cachoeiras cada vez mais robustas e bonitas, o aumento da produtividade cada vez maior. Para áreas urbanizadas, falamos em transtornos de época de chuva.
Temos que pensar, temos que agir de maneira organizada. Sei que muitos fazem, mas precisamos aumentar o número de pessoas que pensam e fazem. Ações que nos proporcionem cada vez mais, melhores condições de vida devem sempre ser incentivadas.
Acredito que nossa casa seja o melhor lugar para vivermos, é o local onde devemos iniciar nossas ações. O nosso planeta é a nossa casa, e área em que vivemos é o nosso quarto. VAMOS CUIDAR DO LUGAR ONDE VIVEMOS!!!
* Sanderson Dutra Rocha Gouvêa é professor do Centro Universitário de Caratinga, possui graduação em Ciências pela Fundação Educacional de Caratinga (1992), graduação em Matemática pela Fundação Educacional de Caratinga (1994), graduação em Química pela Universidade do Oeste Paulista (1999), especialização em Química pela Universidade Federal de Lavras (2000) e mestrado em Meio Ambiente e Sustentabilidade pela Fundação Educacional de Caratinga (2004).