Em disputa acirrada, Dilma é reeleita com 51,64% dos votos
DA REDAÇÃO – A petista Dilma Rousseff venceu a eleição presidencial ocorrida neste domingo (26). Ela obteve 54.501.118 votos (51,64%) contra 51.041.155 votos (48,36%) do tucano Aécio Neves. Um dos fatores decisivos nesta corrida presidencial, além da expressiva votação de Dilma Rousseff em todo o Nordeste, foi o fato dela ter vencido em Minas Gerais, onde recebeu 5.979.422 (52,41%) votos contra 5.428.821 (47,59%) concedidos a Aécio Neves.
Outro fato que chamou atenção foi o número de abstenções, 30.137.165 (21,10% do eleitorado). 1.921.819 (1,71%) pessoas votaram em branco, enquanto 5.219.787 (4,63%) anularam o seu voto. Na disputa pela Presidência em 2010, também no 2º turno, 4,40% dos votos foram nulos (4,68 milhões) e 2,30% foram brancos (2,45 milhões). O total de abstenções foi de 21,47% (29,1 milhões).
PRONUNCIAMENTO DE DILMA
A presidenta reeleita Dilma Rousseff falou em união e reformas em seu primeiro discurso após o resultado das urnas. Em Brasília, Dilma negou que o país esteja dividido e pediu paz entre todos. “Conclamo, sem exceção, todas as brasileiras e brasileiros a nos unirmos em favor de nossa pátria, de nosso país, do nosso povo. Não creio que essas eleições tenham dividido o país. Entendo que elas tenham mobilizado ideias e emoções, às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca por um futuro melhor para o Brasil”, disse.
A presidenta disse também que entendeu o recado das urnas sobre a necessidade de mudanças. “O caminho é muito claro. Algumas palavras e temas dominaram essa campanha. A palavra mais repetida, mais falada, foi mudança. O tema mais amplamente convocado foi reforma. Sei que estou sendo reconduzida para ser a presidenta que irá fazer as grandes mudanças que a sociedade precisa”, disse.
Segundo a presidenta, a primeira reforma que ela buscará será a política. Dilma disse que vai procurar o Congresso Nacional para conversar, assim como movimentos da sociedade civil. Ela voltou a insistir na necessidade de um plebiscito para “dar força e legitimar” a reforma.
“Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política. Deflagrar essa reforma, que é de responsabilidade do Congresso, deve mobilizar a sociedade por meio de um plebiscito, de uma consulta popular. Somente com um plebiscito nós vamos encontrar a força e a legitimidade para levar adiante este tema. Quero discutir isso com o novo Congresso eleito. Quero discutir igualmente com os movimentos sociais e as forças da sociedade civil.”
Em seguida, Dilma voltou a prometer empenho no combate à corrupção. “Terei um compromisso rigoroso com o combate à corrupção, fortalecendo os mecanismos de controle e propondo mudanças na legislação para acabar com a impunidade, que é a protetora da corrupção”, disse Dilma.
Na área econômica, a presidenta disse que vai promover “com urgência” ações localizadas na economia para a recuperação do ritmo de crescimento com a manutenção de empregos e da renda dos trabalhadores. O combate à inflação também será uma prioridade, segundo ela. “Vou estimular, o mais rápido possível, o diálogo e a parceria com todos os setores produtivos do país”, disse. Por fim, Dilma disse que hoje está “muito mais forte, mais serena e mais madura” para a tarefa que lhe foi delegada.
Dilma Rousseff durante pronunciamento após resultado das eleições 2014 (foto: Portal Uai)
AÉCIO AGRADECE
Derrotado na eleição mais apertada desde a redemocratização do país – foram 3,4 milhões de votos de diferença –, o senador Aécio Neves (PSDB) agradeceu o apoio dos mais de 51 milhões de brasileiros que o escolheram nas urnas e defendeu a união do país em torno de um projeto “honrado” para a população. Pouco depois da confirmação da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o tucano fez um rápido pronunciamento, cercado de aliados, em que contou ter ligado para a petista e desejado a ela “sucesso” nos próximos quatros anos à frente do Palácio do Planalto.
“Ressaltei que considero que a maior das prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado para todos os brasileiros”, afirmou Aécio, ao lado da esposa Letícia Weber. O tucano destacou que metade do eleitorado que foi às urnas acreditou em sua proposta de mudança. “Serei eternamente grato a cada um e a cada uma de vocês que me permitiram sonhar e acreditar em um novo projeto. As cenas que eu vivi ao longo desses meses jamais sairão da minha mente e do meu coração”, disse.
No final do rápido pronunciamento, Aécio Neves citou célebre frase do Apóstolo Paulo, dizendo que combateu o bom combate. “Mais vivo do nunca, mais sonhador do que nunca, eu deixo esta campanha ao final com o sentimento de que cumprimos nosso papel. Combati o bom combate, cumpri minha missão e guardei a fé. Muito obrigado a todos os brasileiros”, finalizou o tucano, que deixou o salão de um hotel no Centro de Belo Horizonte sem conceder entrevista à imprensa.
Ao final de seu pronunciamento, Aécio Neves citou o Apóstolo Paulo (foto: Portal Uai)