Encontrei na internet o fragmento de texto que aqui apresento. O conteúdo chamou minha atenção, pois, aborda temáticas importantes para o nosso tempo, como a questão das gentilezas, do amor ao educar e do compromisso de “todos” com a educação. E como estamos em pleno início de período letivo, senti vontade compartilhar algumas poucas reflexões com vocês, caríssimos leitores, sobre esses temas.
Primeiramente, quero que façam uma pausa e pensem no seguinte: por que você envia seu filho à escola? O que você espera que a escola faça pelo seu filho? Na sua concepção, qual é a função da escola?
Pois bem. Pensou? Então agora, vou lhe responder parte desta especulação, pois, a outra parte é subjetiva, é de cada um. Nós professores, aprendemos que cabe à escola formar cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, conscientes de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vive, preparados para participar da vida econômica, social e política do país e aptos a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa.
Aprendemos também que a função básica da escola é garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores necessários à socialização do indivíduo. Cabe à escola propiciar o domínio dos conteúdos culturais básicos, da leitura e da escrita, das ciências, das artes, das letras. Sem estas aprendizagens, dificilmente ele poderá exercer seus direitos de cidadania.
A escola, portanto, tem o compromisso social de ir além da simples transmissão do conhecimento sistematizado, preocupando-se em dotar o aluno da capacidade de buscar informações segundo as exigências de seu campo profissional ou de acordo com as necessidades de desenvolvimento individual e social.
Ficou claro o compromisso social que a escola e o educador têm com seus filhos? Recebemos esse cidadão das mãos das famílias, nos responsabilizamos por eles grande parte do tempo de suas vidas e desenvolvemos um trabalho que necessita ter continuidade. Quando eles retornam para suas casas, o trabalho desenvolvido na escola deve “continuar”.
E a escola também parte desse principio, de que deve “continuar” um trabalho educativo que já foi iniciado em casa. Então, eu me lembro de um velho ditado: “educação vem de berço”!
É justamente neste ponto que eu queria chegar. Disser para vocês que a escola recebe um ser humano impregnado da educação do seu “meio”. Que esse sujeito que nos chega, carrega consigo uma bagagem de aprendizado e que a sua vida na escola será construída de acordo com o que aprendeu na escola da vida.
Se lhe ensinaram gentilezas (por favor, muito obrigado, com licença…), provavelmente, estabelecerá relações gentis. Se lhe ensinaram respeito, provavelmente respeitará as autoridades escolares, os colegas, a comunidade. Se lhe ensinaram que mais importante do que levar material escolar de primeira linha é levar um coração puro, reto e grato, provavelmente, as relações estabelecidas por esse cidadão serão fraternas e solidárias.
Mas, a realidade estampada nos meios de comunicação preocupa. Agressões, humilhação, ausência de limites. Nove em cada dez educadores reclamam que as salas de aula estão cada vez mais incivilizadas. Onde está a educação de nossos alunos/cidadãos? O que eles estão aprendendo fora da escola? Moral, ética e cidadania se aprendem, não são espontâneas (LA TAILLE, 2008).
Criar cidadãos éticos é uma responsabilidade de toda a sociedade e suas instituições. A família, por exemplo, desempenha uma função muito importante nesse sentido, e começa na primeira infância até o fim da adolescência, enquanto tem algum poder sobre os filhos. A escola também, na medida em que apresenta experiências de convívio diferentes das que existem no ambiente familiar – se deixo meu quarto bagunçado, o problema é meu; se deixo uma classe bagunçada, o problema não é só meu.
É a ideia do “público e privado” (DA MATA, 2008), onde as regras e convenções criadas para a CASA são diferentes daquelas criadas para a RUA. O brasileiro não sabe como proceder ante as regras criadas para todos os indivíduos representados pela Rua – o espaço público – pois fora criado na Casa – o espaço privado, o espaço da satisfação e das vontades da pessoa.
Portanto meus queridos, fica aqui o alerta: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.”(Pv 22:6), e não te envergonhará! Encha a mochila de seus filhos com bons materiais escolares, pois, é sinal de zelo, mas, não esqueça o principal: valores e princípios éticos e morais e a educação que você lhe deu!
Prof. MSc. Inês A. S. Azevedo
Professora do Centro Universitário de Caratinga – UNEC
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do?metodo=apresentar