‘Cala a boca’
Conforme matéria publicada no site da revista Carta Capital, em mais um dia de aparições orquestradas em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro desdenhou, nesta terça-feira 05, das denúncias de agressão que enfermeiros sofreram após um protesto em Brasília e mandou uma jornalista “calar a boca” por fazer uma pergunta.
Como de praxe, um grupo de apoiadores do presidente estava aglomerado esperando pela passagem de Bolsonaro – ato repreensível devido à pandemia de coronavírus. A maioria não usava máscara, assim como o presidente. Uma das presentes alegava que estava no protesto dos enfermeiros, no dia 01 de maio, e diz que havia apoiadores “infiltrados” que foram para cima de um grupo de profissionais da saúde. Em resposta, Bolsonaro diz que a mídia superdimensionou o fato com intuito de “tirá-lo do poder”.
Depois, após ouvir mais eleitores que se dizem empenhados em combater o comunismo, Bolsonaro partiu para o ataque contra a imprensa, que o aguardava no local ao lado. “Pessoal, jogo rápido aqui, só vou falar uma coisa e vou embora: manchete da Folha – novo diretor da PF [Polícia Federal] assume e acata pedido de Bolsonaro. Que imprensa canalha a Folha de SP. O atual superintendente do RJ… para onde é que está indo? Pra ser o diretor-executivo da PF. E eu tô trocando ele? Isso é uma patifaria.”, reverberou. Quando os jornalistas tiveram a intenção de reafirmar a pergunta, Bolsonaro mandou-os “calar a boca” – e foi aplaudido pelos grupo de apoiadores.
Sobre esse episódio, o jornalista José Roberto Burnier comentou na GloboNews: “Antes de encerrar, se me dão licença, eu vou mandar um recado ao sr. presidente Jair Bolsonaro. Nós não vamos calar a boca”.
Em sua conta no Twitter, a jornalista caratinguense escreveu: ““Cala a boca já morreu”, ministra Cármen Lúcia, num inesquecível voto sobre liberdade de expressão. Mas o tiranete que nos governa adora gritar “cala a boca” para os jornalistas. Como se funcionasse”.
Criatividade em meio à crise
O caso do trabalhador que está alugando cadeiras na fila da Caixa Econômica Federal de Caratinga para complementar a renda, repercutiu nas redes sociais do DIÁRIO. Esta foi a alternativa que Sidnei Ferreira encontrou para driblar a crise. Iniciativa elogiada. Tempos de crise, tempos de se reinventar.