A tendência natural do ser humano é não valorizar as coisas que possuem, não valorizar o momento presente, não dar a devida atenção aos fatos que o cercam. Salvo os fatos escandalosos ou que produzem grande comoção.
Dentro desta realidade, acredito que esta seja a atmosfera que circunda um jornal, principalmente do interior. E com um agravante, com o advento das redes sociais e as diversas mídias digitais, torna-se um enorme desafio criar e fomentar diariamente um órgão midiático em formato de papel.
Os desafios estão aí, presentes no cotidiano de qualquer redação, alguns jornais fecharam as portas, tantos outros migraram para os meios digitais, todavia, hoje comemoramos as bodas de prata do Diário de Caratinga.
Diário que começou tímido, um braço do Diário do Aço, da vizinha cidade de Ipatinga, mas que aos poucos foi se encorpando e ganhado cada vez mais espaço e leitores, tornando um dos principais meios de comunicação da região.
Nesses anos todos, mais do que noticiar, o Diário tornou-se cada dia um registro da própria história da nossa Caratinga e região. Nos seus milhares de páginas, que desde a primeira edição estão gravados os contos, os causos, os fatos, as opiniões, os acontecimentos que contam um pouco da nossa história, da nossa forma de viver e perceber a vida. Estão gravados os momentos que contagiaram a população, como na mesma proporção, os momentos que provocaram lágrimas. Mas este é o papel de quem se dispõe a noticiar.
Só que de notícia em notícia, de edição em edição, mais do que um informativo, o Diário está se tornado uma fonte histórica. Fico imaginado daqui a algumas décadas ou até mesmo séculos, as pesquisas, os escritores ao produzirem seus livros sobre a nossa sociedade, os estudantes ao procurarem informações para os seus trabalhos escolares, encontrarão no acervo do Diário, que deverá estar nas mãos de um bom curador, um pouco do que fomos, do que gostamos, de como vivemos.
Nestes 25 anos, portanto, mais do que um jornal com todas as suas características que permeiam a era da sua existência, o Diário transfigura-se no nosso pergaminho e nele leva junta a nossa história.
Hoje podemos afirmar que a História dos últimos 25 anos de Caratinga e região, com todos os seus enredos e contornos, é também a História do Diário. Uma simbiose política, econômica, social, literária, religiosa, enfim, uma junção de elos que formam o cotidiano das pessoas, que geram os fatos e que foram eternizados nas folhas de papel, ganhando o nome de Diário de Caratinga, permitindo assim que o futuro nunca esqueça o passado.
Parabéns aos leitores, parabéns aos colaboradores, parabéns aos diretores e funcionários do Diário! Avante, pois a história continua e o Diário faz parte dela.
Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.