NOTÍCIAS DO AGRO

50%

O anúncio, no final da tarde da última quarta-feira (9), da imposição pelo governo Trump, de tarifa adicional de 50% sobre as exportações brasileiras para os EUA, surpreendeu o mercado, que agora está analisando e procurando enxergar os desdobramentos dessa decisão.

 

50% II

No caso do café, a imposição de uma tarifa de 50% sobre nossas exportações para os EUA, foge à lógica, tecnicamente é incompreensível, e prejudica fortemente os negócios de café tanto no Brasil como nos EUA. É uma decisão que não tem ganhadores. Certamente os importadores americanos de nossos cafés irão trabalhar conosco para tentar reverter essa decisão danosa para os cafeicultores brasileiros e para os consumidores americanos.

 

Avaliação

Conforme o Escritório Cavalhaes, de Santos/SP,
“teremos de aguardar os próximos dias e observar os desdobramentos da imposição dessa taxação inexplicável, que atrapalha e pune os centenários negócios de café entre brasileiros e americanos. A primeira reação do atual governo brasileiro foi política e não contribui com uma solução negociada. Acreditamos que essa taxação sobre nossas exportações de café será revista. Se mantida, os cafeicultores brasileiros e os consumidores americanos serão prejudicados. O Brasil é responsável por mais de trinta e cinco por cento da produção mundial de café, o consumo global está em alta, e com os seguidos problemas climáticos em todos os principais países produtores de café, não existem estoques tanto nos países produtores como nos consumidores. Essa é a razão da forte alta dos preços nos últimos anos. Se a decisão das novas taxas americanas para os cafés do Brasil for mantida, pode haver algum prejuízo momentâneo, mas acreditamos que, por falta de alternativas, grande parte das compras serão mantidas pelas torrefações americanas. Em nossa opinião, no mercado cafeeiro, os fundamentos permanecem os mesmos: estoques historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo mundial”.

 

ICE

Na sexta-feira (11), os contratos de arábica com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram 1.255 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 2,9760 na máxima do dia, em alta de 980 pontos. Fecharam valendo US$ 2,8650 em queda de 130 pontos. Na ICE Europe, os contratos de robusta para setembro próximo bateram, na máxima do dia, em 3.416 dólares por tonelada, em alta de 96 dólares. Fecharam o pregão valendo 3.216 dólares, em queda de 104 dólares.

Estoques

Os estoques de cafés certificados na ICE caíram, sexta-feira (11),  4.805 sacas. Estão em 826.914 sacas. Há um ano eram de 808.901 sacas, subindo nesse período 18.013 sacas. Somaram queda nesta semana de 15.309 sacas e na semana passada de 2.046 sacas. Caíram 24.248 sacas na semana anterior à passada. No mês de junho caíram 47.217 sacas. No mês de maio somaram alta de 74.722 sacas. No mês de abril subiram 43.192 sacas. No mês de março recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 11, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 153.053 sacas.

 

Dólar e o mercado

Na sexta-feira (11), o dólar subiu 0,05% frente ao real, fechando o dia a R$ 5,5480. Encerrou a sexta-feira passada (4) a R$ 5,4240 e a sexta-feira anterior à passada (27/06) a R$ 5,4830. Em reais por saca, os contratos para setembro próximo na ICE Futures US, fecharam valendo R$ 2.102,59. Terminaram a última sexta-feira valendo R$ 2.077,84 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.203,07.

 

Embarques

Até dia 11, os embarques de julho estavam em 486.622 sacas de café arábica, 140.234 sacas de café conilon, mais 53.035 sacas de café solúvel, totalizando 679.891 sacas embarcadas, contra 1.114.667 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 11, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 971.852 sacas, contra 1.392.128 sacas no mesmo dia do mês anterior.

 

Bolsa Nova Iorque

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 3, quinta-feira, até o fechamento de sexta-feira (11), caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 310 pontos ou US$ 4,10 (R$ 22,75) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 4 a R$ 2.077,84 por saca, e sexta-feira (11), a R$ 2.102,59. Ainda na última sexta, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 130 pontos.