Sempre que iniciamos um novo ano, renovamos nossa esperança. No futebol regional não é diferente. Apesar de todos os esforços ainda não conseguimos organizar um calendário minimamente planejado. Como sempre, não sabemos ainda quando teremos as principais competições do nosso futebol. Dessa vez não temos nem mesmo a “desculpa” de ano eleitoral ou Copa do Mundo. Por isso, espero que breve possamos ter notícias das competições do nosso futebol. Por outro lado, imagino que nossos principais clubes também estejam se planejando para a temporada 2015.
Mineiros: Muita calma nessa hora
Quando o assunto é futebol, a maioria dos brasileiros – inclusive eu – se acham entendedores capazes de diagnósticos rápidos e precisos. Diferente da maioria, prefiro analisar com cautela os resultados da pré-temporada. O Atlético fez um grande jogo contra os ucranianos do Shakhtar Donetsk e venceu com facilidade por 4 a 2. Além do placar, a ótima atuação da equipe de Levir Culpi deixou o torcedor tão empolgado que poucos se lembraram que o time não tem mais Diego Tardelli. Aliás, a única perda de peso sofrida pelo Galo. O restante do time é praticamente o mesmo que encerrou o ano conquistando a Copa do Brasil. Porém, ainda não me arrisco a dizer que o alvinegro está pronto e que será o grande favorito nas competições que tem pela frente esse ano. Acho que o começo foi muito bom e que o time esta no caminho certo.
Do outro lado da lagoa, o Cruzeiro perdeu mais de meio time titular. Dedé (lesionado), Egídio, Lucas Silva, Marcelo Moreno, Ricardo Goulart e Everton Ribeiro. Por mais que as peças de reposição sejam de qualidade, a Raposa perdeu o entrosamento. Marcelo Oliveira terá como principal objetivo nesse começo encontrar seu time titular e entrosá-lo. Coisa que convenhamos não é nada fácil em meio à competição. Para quem imaginava um time durante a pré-temporada, terá outro bem diferente daqui para frente. Por isso, o futebol fraco e os resultados ruins apresentados até agora não me surpreendem. O favoritismo quase unânime do time para 2015 precisa ser reavaliado.
Mercado diferente
A saída de jogadores brasileiros para o exterior é algo que acompanho desde os anos 80 quando comecei a me interessar por futebol. Lembro-me como se fosse hoje da venda de Zico para a Udinese da Itália. A torcida literalmente chorou a ida de seu maior ídolo para o futebol europeu. Se o torcedor chorasse atualmente a cada vez que um craque de seu time fosse embora, suas lágrimas secariam. O futebol a cada dia que passa se torna mais negócio, e menos paixão. O torcedor como sempre é a parte mais frágil dessa relação de amor e ódio. Com a venda de Everton Ribeiro para o futebol dos Emirados Árabes Unidos, o Cruzeiro chega a arrecadação de 90 milhões com as vendas. Entretanto, o torcedor quer mesmo é continuar ganhando títulos e “zoando” o rival. Por outro lado, o jogador que aceita proposta do futebol árabe e até mesmo chinês, me parece que não está tão preocupado em continuar sendo convocado para a Seleção Brasileira. Algo que um dia já foi sonho de consumo de 10 em cada dez jogadores. As coisas mudaram muito.
Rogério Silva
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