Resenha de campeões
Esta semana recebi no programa Abrindo o Jogo o presidente do Santa Cruz Ronaldo Cascão e o técnico campeão regional João. Sempre acompanhado do enorme troféu conquistado no último domingo (27/11) depois do empate contra a ASBJ, a emoção de ambos era visível ao falar dos desafios da campanha vitoriosa do Gorila. Mesmo tendo colocado o Santa Cruz na lista entre os cinco favoritos no início do certame, confesso que olhava para outros elencos e via teoricamente mais opções. Porém, o time foi ganhando corpo e se fortalecendo ao longo do caminho. O ponto crucial, segundo os dois, foi a partida da fase quartas de finais diante do 1ª de Maio em Santa Rita de Minas. Teve bate-boca, xingamento e muito falatório. O resultado do jogo em 1 a 1 deixava a vaga em aberta para o jogo da volta no estádio Dr. Maninho. O Tricolor venceu o segundo por 3 a 1 e avançou na competição. Daí por diante, todos tiveram a certeza que tinham time pra chegar. Parabéns a toda a comunidade do bairro Santa Cruz. Principalmente aqueles que abraçaram o time e caminharam juntos até a consecução do objetivo final.
Tristeza sem tamanho
Como na manhã do dia 1ª de maio de 1994, foi exatamente assim que me senti quando recebi as primeiras informações sobre o trágico acidente que dizimou praticamente toda a equipe da Chapecoense. A maior tragédia do esporte mundial chocou não só nos brasileiros, mas, todo ser humano com o mínimo de sensibilidade. Exatamente no momento em que o jovem clube vivia seu melhor momento na história. Visto por muitos como um modelo de gestão entre os pequenos e médios clubes do Brasil, a Chapecoense desde que subiu a primeira divisão a três anos, não caiu jamais. Outras tragédias aéreas envolvendo times de futebol já aconteceram ao longo da história, o timaço do Torino em 1949 foi a primeira que se tem registro. Manchester em 1958, Alianza Lima em 1987, Seleção da Zâmbia em 1993. Porém, nenhum com tantas vítimas fatais como esse. A imprensa também sofreu muitas perdas. Narradores, comentaristas, cinegrafistas, jornalistas. O desfalque no futebol é enorme. Entretanto, o desfalque nas famílias de cada um e maior ainda. Na minha humilde opinião, a Chapecoense irá se levantar e ficará ainda mais forte dentro de algum tempo. Embora tudo isso será lembrado para sempre e todos esses que morreram eternizados nos corações de torcedores e galeria de heróis do clube, outro time será formado, outros ídolos surgirão. Porém, o vazio dentro das famílias que perderam pais, irmãos, filhos, esse jamais será preenchido. Força Chape!
Chapecoense: Que tudo seja cumprido
Sempre depois de uma tragédia, principalmente dessa magnitude, a comoção faz surgir o espírito de solidariedade de todos os cantos do mundo. Dessa vez não foi diferente, clubes oferecendo além das condolências, se propuseram a emprestar jogadores sem custo para o time catarinense, outros irão propor para que a Chapecoense seja “anistiada” de queda pra segunda divisão por três anos, alguns gigantes europeus irão fazer doações em dinheiro. Porém, espero que não fique só no discurso de momento. Que na prática as coisas realmente possam acontecer para amenizar, se é que isso é possível, a dor desse clube que se tornou ainda mais querido por todos nós.
Rogério Silva
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