Raízes e Rumos: Projeto celebra identidade cultural de Dom Modesto

CARATINGA- A Escola Estadual Maria Júlia de Mattos, em parceria com a AMODOM – Associação de Moradores de Dom Modesto, realizou o encerramento do projeto “Raízes e Rumo: Celebrando Nossas Identidades Culturais”, iniciativa dedicada ao resgate e valorização da história, memória e patrimônio simbólico do distrito.

A ação contou com a exibição do documentário “Dom Modesto – Terra de Raízes Vivas” e apresentação de trabalhos produzidos pelos alunos. Pessoas que fizeram parte da história local foram convidados a prestigiar o evento, fortalecendo o diálogo entre gerações.

Para a supervisora Débora Rodrigues, a iniciativa busca reconectar os jovens às suas raízes. “A intenção de retomar essas memórias é justamente isso. Talvez o cotidiano simplifique coisas que têm grande importância para a comunidade. Trazer essas pessoas que fizeram parte da história do distrito é muito importante, especialmente considerando que muitos alunos desconhecem essa trajetória. O projeto surgiu para promover esse resgate”.

Débora explica que, além do documentário, rodas de conversa e debates abordaram a importância da memória, do patrimônio cultural e da identidade local. Um concurso de fotografias e desenhos complementou a proposta. “Deixamos os alunos livres para retratar o distrito sob sua perspectiva. Surgiram paisagens, referências religiosas, personagens e espaços históricos. A comunidade escolar participou da votação, e agora faremos a entrega da premiação”, contou.

O presidente da AMODOM, Luan Venâncio, ressaltou a relevância do projeto para a construção coletiva da história de Dom Modesto. “Para nós, é muito importante reviver as histórias e entender como tudo começou, desde a época da ferrovia até hoje. Nossa vida é como um carro: olhamos pelo retrovisor para reconhecer o passado, mas enxergamos pelo para-brisa o futuro que queremos construir. Dom Modesto não ficou no trilho do trem, a história avança e estamos sendo protagonistas dela”.

Segundo Luan, a exposição reúne pinturas e fotografias que apresentam casas antigas, figuras tradicionais da comunidade e elementos da religiosidade, marca forte da identidade local.

“Isso valoriza cultural e socialmente nossa comunidade, enaltece quem vive aqui”, afirmou.

O evento também marcou a conclusão de um mural artístico iniciado em anos anteriores e retomado pelo professor Leonardo Xavier, em conjunto com o estudante Miguel Arcanjo Ramos. “Quando conheci o Miguel, vi que ele era um aluno exemplar e grande artista. Propus continuarmos essa obra, que se encaixa perfeitamente no projeto. Foram muitos dias de trabalho, e o resultado mostra o quanto essa experiência foi significativa”, relatou Leonardo.

Miguel, autor do mural exposto, define a obra como uma representação afetiva da comunidade: “A pintura mostra a simplicidade acolhedora de Dom Modesto. Temos casas antigas e reformadas, a igreja — que é o ponto central da comunidade — porque tudo aqui gira em torno da religiosidade”.

Entre os convidados, o secretário de Agricultura de Caratinga, João Paulo de Paiva, ex-aluno da escola, falou sobre o significado do momento. “Fui estudante aqui até 1998 e ver esse projeto me deixa muito honrado. É essencial que as crianças valorizem a história, para que entendam de onde vieram e possam chegar longe. Dom Modesto é o lugar que amo, e estar aqui hoje traz memórias e muita felicidade”.

O encerramento reforça que a identidade de um povo se fortalece quando é contada, mostrada e vivida — e que os jovens do distrito não apenas recebem essa memória, mas tornam-se também agentes de sua continuidade.

Mural artístico foi representação artística da comunidade
Exposição na AMODOM

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