Mais que estética

Professor Amarildo afirma que se exercitar é investir em qualidade de vida

 

CARATINGA- Licenciado e bacharel em Educação Física, professor universitário nos cursos de Educação Física, Nutrição e Fisioterapia do UNEC, Amarildo César de Oliveira reúne uma formação robusta e uma prática profissional sólida: é pós-graduado em Fisiologia do Exercício com foco em grupos especiais, Nutrição Esportiva, Cross Training e Treinamento Funcional. Treinador de musculação, CrossFit, treinamento funcional e corrida, ele alia conhecimento científico e experiência prática para explicar, de forma acessível, como o movimento transforma o corpo e a mente.

Nesta entrevista, Amarildo fala sobre a relação entre exercício e bem-estar, desmonta mitos e reforça: a maior mudança que alguém pode fazer é na mentalidade. O corpo responde —, mas só quando a vida se move.

 

Na prática, qual é a relação entre movimentar o corpo e sentir-se bem?

Bom, esse assunto é amplo, mas vamos tentar resumir brevemente aqui em alguns tópicos. Primeiro que a gente pode fazer uma analogia que o exercício é como se fosse uma farmácia interna e de maneira natural, porque ela mexe com as questões neurológicas e químicas, questão neuroquímica. E dentro desse fator, a gente pode falar que os exercícios liberam as endorfinas, as pessoas veem muito falar sobre a questão da endorfina.

Então, o que são essas endorfinas? Elas são as analgésicos naturais, elas vão bloquear algumas percepções de dor, ela pode promover ali aquela sensação de euforia, por exemplo, você sai para correr e algumas pessoas relatam que sentem aquela euforia no final da corrida. Além das endorfinas, a gente pode relatar também a questão da liberação de dopamina, que ela é um neurotransmissor que é responsável pela sensação de recompensa e prazer e ela tem uma relação muito interessante também na questão da motivação, que ela motiva ali a repetição, aquele comportamento da repetição da atividade. Então, correu hoje, sentiu endorfina, corre de novo.

Depois nós temos aí a serotonina, que também é liberada no nosso corpo, outro neurotransmissor, regula o humor, regula o sono, regula o apetite. Então, isso já é um pilar muito importante e isso aí, o exercício, ele vai elevar naturalmente a liberação desse neurotransmissor. E um fato também que a gente tem que lembrar, que quando essa serotonina está baixa, ela tem relação com a depressão, com a ansiedade.

Então, de certa forma, isso ajuda, além de outros fatores também. Além disso, um outro pilar importante é a questão da limpeza do estresse. Nossa vida está aí cheia de cortisol, que é o hormônio do estresse, esse estresse crônico da vida cotidiana, cheio de tarefas.

Então, de uma certa forma, o exercício físico, ele vai ajudar ali a produzir as sensações de relaxamento, retirando o excesso desse cortisol e trazendo uma qualidade de vida melhor. Outro fator importante que a gente pode relatar aqui é a questão psicológica. Então, o fato é que as pessoas que fazem exercício físico, elas começam a ter ali, por exemplo, elas começam a colher os frutos das próprias capacidades físicas que elas conquistam.

Então, a pessoa começa caminhando e depois ela consegue correr e daí a pouco ela está até participando aí de uma competição, né? Isso aí é bom. Por outro lado, também, nesse comportamento psicológico, a gente vê que por causa dos neurotransmissores que vão sendo liberados, ele vai ajudar também, de uma certa forma, a tirar ali alguns pensamentos negativos, alguma coisa nesse sentido. Então, basicamente, vamos falar desses três pilares.

Então, resumindo aí, vai melhorar a ansiedade, tirar tensões, vai trabalhar também na questão se a pessoa está com desânimo, se a pessoa está aí com comportamento de tristeza, vai diminuir o cansaço mental, vai melhorar a autoestima.

 

Inserir movimento no cotidiano é mais importante do que treinos intensos esporádicos?

Na realidade a gente tem que ver o que a sociedade era, o que ela passou a ser e como que ficou essa necessidade. Se a gente analisar 50, 60 anos atrás, onde o Brasil além de ser um país de uma grande movimentação, predomínio rural, quem vivia na cidade também se movimentava muito, então era muito comum as pessoas irem de bicicleta ou caminhando para o trabalho. E é claro, as pessoas que trabalhavam na zona rural, queimavam muitas calorias, tinham uma atividade física, uma atividade muscular bem expressiva aquela época e não se falava em pessoas fazerem academia pensando em estética, saúde, não era comum. Mas, à medida que a gente foi evoluindo e vindo aí para atualidade, onde as pessoas têm muito acesso a motos, carros e elevadores, isso no contexto urbano, mesmo no contexto rural as pessoas estão utilizando algumas máquinas ali para economizar energia ou utilizando de outro recurso. Então essas atividades da vida cotidiana, que mantinham nas pessoas uma certa capacidade física e um certo condicionamento físico, que mantinha elas mais ativas; isso o tempo, a própria evolução, a própria modernidade foi tirando isso dessas pessoas. Foi tendo a necessidade de aumentar a prática de exercício físico, que é aquilo que você faz estruturado, prescrito dentro de uma academia. Quando a gente fala dessa sociedade atual, ela precisa aumentar as atividades do cotidiano. Tem pessoas, por exemplo, que tiram o carro da garagem para comprar um pão na padaria, a 400 metros de casa. Isso é um absurdo. Ela deveria ir a pé. Então, essas atividades do cotidiano são muito importantes, são muito necessárias. A falta delas, inclusive, tem culminado para uma sociedade cada vez mais sedentária. Por outro lado, os treinos, os exercícios, seja corrida, academia, o que for, eles fazem complemento para ganho de capacidade física, porque vamos pensar, uma pessoa que faz uma caminhada até a padaria para comprar um pão ou vai caminhando até o trabalho, ela tem um gasto calórico, mas não evolui o seu organismo, ela mantém. Quando se treina, mesmo duas, três vezes na semana, moderado ou intenso, seguindo as recomendações da OMS, ela tem como objetivo, talvez estético, mas a gente tem que deixar claro que o mais importante, antes do caráter estético é a pessoa manter a sua condição física, a sua capacidade funcional. Hoje uma pessoa que tem disponibilidade para fazer dois treinos na semana, na academia, já consegue e é claro se esse treino for intenso, ele vai ser de muita importância para evoluir os seus aspectos físicos. Mas, não tira a importância de se fazer as atividades da vida cotidiana, gastar mais energia, então, eu vejo que não é um mais importante do que o outro, mas os dois devem se complementar. Dentro da sociedade atual, ela precisa dessas duas atividades e um fato importante também. Vamos imaginar um cenário que uma pessoa treina cinco vezes na semana durante uma hora. Então ela mantém no final da semana cinco horas de treino lá na academia ou na corrida ou o que for. Mas se do restante do dia dela, ela se manter utilizando muito do carro, de elevadores, evitando essas atividades físicas e até mesmo se alimentando mal, pode ser que ela mesmo fazendo exercício, vai ganhar peso e vai ganhar condição física também. O fato que essa pessoa pode engordar mesmo treinando, se ela não se cuidar no que está acontecendo fora do ambiente de academia.

 

Qual mudança de mentalidade mais transformaria a relação das pessoas com o corpo?

Bom, uma das coisas que me incomoda muito como profissional de educação física é as pessoas que olham apenas para o exercício como se ele fosse apenas de função estética. E a gente sabe, a própria OMS sabe que tem dados mostrando que o sedentarismo no mundo só vem aumentando, apesar das inúmeras academias que tem. Mas isso é a OMS diz e ela não traz boas previsões. Mas a questão da mentalidade, enquanto as pessoas olharem para o exercício apenas como estético, poucas irão animar nesse sentido ou se motivar e exercitar, mas a partir do momento que a pessoa pensa no exercício físico como algo como se fosse uma poupança, que você fazendo as atividades do cotidiano, exercícios físicos estruturados, planejados por um profissional de educação física, ou seja, um complementando o outro, o que se sabe é que essa pessoa vai manter muito as suas funções fisiológicas. Além das suas das suas capacidades físicas, ela vai manter também a melhoria da sua capacidade metabólica e se ela mantém a capacidade aeróbica, mantém força, ela ergue carga, constrói músculos, trabalha flexibilidade, isso de uma maneira geral vai trazer para ela qualidade de vida. Então, a mentalidade tem que estar voltada para a melhoria da qualidade de vida através do movimento, seja ele estruturado como exercício físico dentro da academia ou seja ele não estruturado, quando as pessoas fazem atividades físicas da vida cotidiana fora, ali no seu trabalho ou no seu lazer. Gostaria que as pessoas levassem o exercício físico, a atividade física, mais a sério, sabendo dos inúmeros benefícios, que não dá para listar todos aqui, mas todo mundo já entende que isso é benéfico para saúde.

 

Musculação ou crossfit? Qual escolher?

Essa pergunta colocando sempre o crossfit de um lado e a musculação do outro, surgiu aí no meio das pessoas que se exercitam, mas até antes de focar nisso, gostaria de primeiro separar quais são os propósitos de cada uma. Essencialmente, a musculação tem sido vista pelas pessoas como algo na busca da estética, construindo músculos e emagrecendo, porém, a função primária da musculação não é essa. Ela tem na realidade, quatro objetivos: o estético, que a gente conhece; o terapêutico, então pessoas usam também para melhorar sua saúde; a questão profilática, como prevenção e preparação física; além do quinto elemento, que é a competição. Mas o objetivo principal ali, o mais almejado é a questão estética. Por outro lado, o crossfit não pode ser comparado com a musculação, porque ele tem outro propósito. O propósito é performance física, quando eu falo performar, significa eu ter uma pessoa que tem inúmeras capacidades físicas. Então, quem é um praticante de crossfit é cobrado dele, mais força, mais resistência física, mais potência, mais flexibilidade, mais agilidade, mais velocidade, equilíbrio, precisão. Então, são capacidades físicas que ele tem que provar ali e provando de cada uma, onde que ele se encaixa dentro dos seus resultados. Então quando se faz crossfit, virou até piada, às vezes a pessoa sai para correr na rua, mas tem box de crossfit que tem esteira. Então, quando ele sai para correr ele tem que mostrar seu melhor tempo. Quando ele ergue uma carga, ele tem que mostrar se ele consegue fazer força, subir uma carga alta ou se ele consegue fazer várias repetições com determinado peso. A vida do crossfiteiro, ela vive de números, de maior carga que pega, o mais rápido que corre, coisa que a musculação não cobra. Agora um detalhe muito importante, a musculação ela também faz parte da rotina do crossfiteiro. Da mesma forma que um jogador de futebol precisa da musculação para preparação física, nadador, ciclista ou outras pessoas de quaisquer outros esportes que usam da musculação, como um treino acessório para melhorar a sua capacidade de fazer seu esporte; a musculação ela também está dentro do crossfit. Um crossfiteiro tem uma ficha de musculação para melhorar alguns aspectos dos movimentos, para que ele tenha uma qualidade de musculatura melhor, para ter segurança para fazer o crossfit. Então, não posso pensar nas duas separado, tenho que pensar propósito de cada um e é claro eu tenho que entender que a musculação faz parte do crossfit como exercício acessório. Agora, quando a gente fala qual escolher, que é para responder à pergunta, a gente tem que aumentar essa lista, porque eu posso ir para musculação, crossfit, corrida que está muito em alta. Na realidade as pessoas precisam entender que a gente precisa de três pilares fundamentais: treinar força, resistência aeróbica e flexibilidade.  Isso posso fazer junto e posso fazer separado. Quem faz musculação precisa de uma corrida e fazer um trabalho de flexibilidade, talvez ir até para um pilates, que aí completa os 3 pilares: força e resistência na musculação, o pilates de flexibilidade e a corrida no caráter aeróbico.  Quem faz o crossfit, já está tudo junto lá dentro, então, ele não vai precisar de ir para um pilates, porque tem od trabalhos de mobilidade. Ele não vai precisar de fazer uma corrida, que a corrida faz parte do do crossfit. Ele não vai precisar de ir para musculação porque ele já faz força. Essa é a ideia.

 

Muitas pessoas estão usando canetas emagrecedoras em busca de mudanças rápidas no corpo. Na sua visão, qual é o maior equívoco sobre elas?

Primeiro, as canetas foram criadas para tratamento do diabetes tipo 2, aí eles perceberam que as pessoas estavam emagrecendo, as canetas deixaram, vamos falar assim, no conhecimento popular, de pertencer a classe de medicamentos para pessoas do diabetes e estão sendo utilizadas para o emagrecimento. O fato é que isso já está comprovado, quem inclui as canetas pensando em estética vai emagrecer, quando retira, praticamente todo mundo, se não mudar o estilo de vida, vai ter o reganho daquele mesmo peso e talvez vai até passar mais. A própria bula deixa claro que é no tratamento coadjuvante para diabetes do tipo 2 e precisa ser combinado com dieta e exercício, porque a pessoa que faz só uso da caneta e não treina, não faz dieta, de cada dez quilos que a pessoa perde de peso corporal, quatro quilos, próximo disso é perda de massa muscular. A pessoa vai ter uma flacidez muscular e corporal, pela perda dessa massa muscular e quem perde músculo perde força e vai perder capacidade funcional. Vai causar também envelhecimento. Essa caneta é para quem tem obesidade, o problema é que as pessoas estão lá discretamente acima do peso e estão utilizando essas canetas, então não é interessante.

 

Mesmo com remédios que reduzem apetite, por que o exercício segue sendo indispensável?

A gente tem que separar aqui a função do exercício e a função desses medicamentos. Os medicamentos que diminuem o apetite, muita das vezes a pessoa tem uma ansiedade, precisa tomar um ansiolítico para diminuir a compulsão alimentar. Então, isso tem que ser feito com muito cuidado porque uma pessoa que não alimenta também de quantidades necessárias, ela não consegue fazer o exercício. E lembrando, exercício físico é diferente de atividade física. Exercício físico é aquilo que é estruturado, sistematizado por um profissional de educação física, prescrito, monitorado e supervisionado com profissional do lado. Atividade física é aquilo que se faz fora de uma academia, aquilo que se faz no cotidiano, limpar um quintal, por exemplo, ou fazer uma caminhada até o trabalho, isso não é exercício físico, isso é atividade física, isso não tem estruturação de profissional. Mas, todo exercício físico é uma atividade física. Mas, o exercício é imprescindível, independentemente de a pessoa estar magra, gorda, se ela tem algum problema de saúde, porque existem substâncias que são liberadas na contração muscular, que nem a ciência conseguiu descrever totalmente. O que se sabe é que se tem benefício, isso é fato. O exercício é imprescindível para manter as capacidades físicas, força, resistência, potência, capacidade aeróbica; para manter, a estrutura física fortalece os músculos, os tendões, os ossos, regula metabolismo e mais ‘n’ coisas aqui que a gente não vai mencionar. Então esse medicamento para reduzir apetite, na realidade, tem que reduzir a compulsão alimentar, tudo que está se comendo além do necessário, porque a dieta básica café da manhã, o lanche, o almoço, café da tarde, o jantar, isso tem que ser muito bem equalizado, tem que ser muito bem organizado, especialmente, por um profissional nutricionista e essas compulsões são aquelas em detrimento à ansiedade, a pessoa tem compulsão por doce, atacar geladeira de madrugada, esses excessos. Mas, se uma vez que esses excessos forem controlados a alimentação for configurada para ser nutritiva e saudável, combinado com exercício físico não tem como dar errado.

 

O que acontece com o corpo de quem emagrece sem se exercitar?

Vamos pensar o seguinte: quando a gente fala desse emagrecer porque a pessoa fez uma dieta, vamos pensar, numa dieta normal ou talvez ela potencializou isso com a caneta emagrecedora, o fato que a gente tem que saber separar o que que é emagrecer e perder peso. Emagrecer é diminuir tecido de gordura, perder peso é subir na balança e estar mais leve, que não quer dizer que essa pessoa emagreceu. Existem pessoas que emagrecem, mas o percentual de gordura sobe, mas como isso pode acontecer? Porque ela perde peso mais tecido muscular, preserva tecido de gordura, sobe na balança, está mais leve, mas quando faz avaliação física perdeu muito músculo, pouca gordura e ficou mais gorda. A relação de peso de gordura e peso total dela ficou maior. O fato de não se exercitar, a gente tem que pensar no tônus muscular e a combinação básica de treino de força pode ser musculação, crossfit, treinamento funcional verdadeiro, que tem algumas pessoas que fazem treinamento funcional e não colocam treino de força e o treino funcional é treino de força. Ou até mesmo calistenia, que é exercício com peso corporal. Fazer força e por outro lado trabalhar a capacidade aeróbica, corrida pedalada, basicamente esses dois, tem outros exemplos também, mas nesse processo de emagrecimento, quando se faz o exercício especialmente de força complementando com exercício aeróbico, a musculatura é preservada e essa pessoa fica com as linhas corporais harmoniosas com base nesse desenho muscular. Algumas mulheres têm medo, “ah não vou fazer força na academia porque vou ficar muito masculinizada”. Essa questão só irá acontecer se a pessoa utilizar hormônio, outra coisa isso não acontece da noite para o dia, a pessoa não dorme sem músculo e acorda com músculo. Durante o processo de conquista muscular essa pessoa vai vigiando, monitorando a aparência dela no espelho e se ela vê que algo está desenvolvendo demais, ela pode configurar o treino para que faça a manutenção muscular e não ganhe mais em determinada região que possivelmente pode incomodar. A importância de se exercitar é para você manter não só a questão metabólica, mas a questão de estrutura corporal também.

 

Muitas pessoas param de treinar porque esperam resultados rápidos demais. Como trabalhar a paciência durante o processo?

Bom, essa pergunta está direcionada exatamente para quem vê o exercício apenas como uma ferramenta de recurso estético. Essa pessoa, vão imaginar que ela vai e respeita o processo, ela queria emagrecer cinco quilos, emagreceu cinco quilos e para de treinar. É uma forma muito medíocre de olhar para o exercício, a gente como profissional de educação física fica muito triste com isso. A gente ouve muito “vou exercitar porque eu preciso emagrecer”. Mas porque que a pessoa não fala, “eu preciso exercitar porque eu tenho que controlar minha pressão”, “minha ansiedade”, “manter minha condição física”? Isso é um ciclo infinito, você planta hoje para ir colhendo o mês que vem e colhendo daqui 10, 20 anos. Ou seja, o que eu estou colhendo hoje próximo dos 50 com exercício, plantei 10, 15, 20 anos atrás. Agora vamos especificamente na questão do rápido demais. Não tem negócio de rápido demais, se a pessoa pensou em exercício e dieta não tem rápido demais. Para quem está realmente em quadro de sobrepeso e obesidade e vai utilizar do recurso do exercício físico e da dieta somente como um objetivo de emagrecimento, existe uma regra básica que é o seguinte: perder entre meio quilo e 1kg por semana nas fases iniciais e depois esse valor vai caindo. Algumas pessoas que perdem na balança valores maiores, provavelmente foi desidratação porque uma pessoa quando está acima do peso e às vezes tem o hábito de comer muito carboidrato simples, a insulina dela aumenta, de uma certa forma essa insulina tem uma afinidade com o sódio, que vai segurar o sódio e o sódio segura a água. Então a pessoa fica pesado, se ela controla a dieta e a insulina baixa, porque ela está comendo carboidratos melhores, automaticamente, a insulina baixa, o sódio baixa e essa pessoa começa a liberar mais água e vai perder peso. As pessoas precisam estar orientadas a esperar esse processo, esse processo na verdade é eterno, porque interromper perde o serviço, ou seja, a pessoa pode até começar a fazer o exercício pensando em perder peso, porém, o dia que ela bater a meta dela, vai continuar como qualidade de vida, sabendo que até o dia que ela bateu a meta, vários outros benefícios foram acontecendo nesse processo de emagrecimento.

 

Se pudesse deixar um conselho para quem quer iniciar uma vida ativa com foco no bem-estar, qual seria?

Comece já, comece logo. Preferencialmente, pela atividade que vai conseguir sentir mais prazer em fazer. Hoje a gente tem grupos de corrida, comunidades que tem as pessoas que sempre acolhem, como as que pedalam, o crossifit. A musculação, vejo que ela tem um problema, as pessoas às vezes vão para academia, pode até que faça alguns ciclos sociais, mas geralmente estão ali no seu fone de ouvido, na sua ficha e não estão fazendo algumas relações ali. O que eu observo, vou dar exemplo aqui de Caratinga, nós temos aqui duas academias de rede, não vou falar das que não são de rede e as pessoas que estão lá reclamam que o ambiente é muito frio, não tem um senso de comunidade. Elas vão para outras academias, tem uma galera que acolhe, que motiva, que ajuda essa pessoa no processo de iniciação. Pessoal da corrida do mesmo jeito, acolhe aquele iniciante. Agora, infelizmente, algumas pessoas, às vezes, escolhem algumas atividades que elas às vezes não se dão bem, não é bem acolhida, a iniciação dela pelo professor que recebe não é bem-feita. Fato que ela tem que testar, vai lá, experimenta, começa e vida que segue. O fato é ela não desistir, pensando apenas no espelho, ela tem que pensar no seu bem-estar, em vários aspectos da sua qualidade de vida, aí sim ela vai ser consistente.

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