MAIS INFORMAÇÃO, MENOS PRECONCEITO

Passeata teve como tema “Mais informação, menos preconceito”

Apae Caratinga promove caminhada de conscientização do autismo

CARATINGA- Uma pesquisa recém-publicada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos revela que 1 a cada 36 crianças americanas com menos de 8 anos têm autismo. No Brasil não há estatísticas oficiais, mas, o aumento de crianças diagnosticadas também é observado por especialistas.
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Caratinga realiza atendimentos a crianças com autismo. Com o tema “Mais informação, menos preconceito”, a instituição realizou uma caminhada fazendo menção ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
Conforme o presidente Luis Henrique Bittencourt, a Federação Nacional das Apaes sugeriu a movimentação, com objetivo de quebrar tabus na sociedade. “Isso que queremos levar para a população, tratar a todos com condições de igualdade, inclusão social e o que a Apae busca é justamente isso. Trazer a família e a sociedade para conhecer, não ter preconceito. Hoje são vários casos de autismo no Brasil e detectado desde cedo a pessoa pode ter uma vida normal, desde que sejam feitos os trabalhos necessários. A família tem que buscar o tratamento necessário e a Apae realiza esse trabalho com excelência. Infelizmente existe esse preconceito e é isso que tentamos mostrar, que temos que dar um tratamento digno. Todos somos iguais”.
A diretora Lara Maia explica que a Apae realiza dois tipos de atendimento com os autistas, um deles é voltado para crianças de até 12 anos de idade, através da clínica de autismo. “É feita uma avaliação se ele já tem condições de ser inserido no trabalho em grupo ou se a gente precisa começar com ele um trabalho individual; olhamos muito a particularidade de cada um”.
Os que têm acima de 18 anos são encaminhados para as oficinas, onde também recebem um trabalho individualizado. “Durante o percurso escolar também temos autistas que estão nas escolas regulares, mas, temos alguns autistas severos na nossa escola da Apae. O trabalho é individualizado, analisando a situação de cada um, toda a equipe de fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, dentre outros serviços médicos e terapia”.
Lara também destaca a importância do apoio da família no diagnóstico precoce e apoio à criança. “O maior passo que damos aqui é quando a família aceita. Temos muitos casos que a família assusta, é um choque, algo novo. Educar um filho já é um desafio e quando ele é autista esse desafio é ainda maior. Quando a família aceita é mais fácil, a gente já inicia o trabalho. Também o setor social faz o trabalho de acolhimento para que a família possa ver que independente se ele é autista, existe ali dentro dele um potencial que precisamos desenvolver e levá-lo ao máximo da capacidade dele”.
João Gabriel Lima foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista. Ele reforça o tema da passeata, de que é preciso informar mais. “É a primeira vez que participo dessa passeata. Acho que o autismo deveria ser mais valorizado porque as crianças que têm autismo não são tão valorizadas. Deveria ter mais essa atenção, tem muitas crianças com autismo na minha escola. É muito triste, a gente não pode fazer nada, mas, se desse a gente fazia. Deveria ter mais cumplicidade, mais atenção, acho que isso vai ajudar”.