Floriano Peixoto: O Marechal de Ferro!
Em seus três anos de governo como presidente, Floriano Peixoto enfrentou a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul. O apelido de “Marechal de Ferro” popularizou-se devido à força com que suprimiu tanto a Revolução Federalista, que ocorreu na cidade de Desterro (atual Florianópolis, em honra do nome do Marechal), como a Segunda Revolta da Armada.
Vice-presidente do Marechal Deodoro da Fonseca, acabaria por assumir a presidência após sua renúncia em 23 de novembro de 1891.
Nascido em Maceió/AL em 30 de Abril de1839 numa família rica de tradição política; seu avô Aciolli de Vasconcelos já em 1817 tinha participado em campanhas revolucionárias, no entanto com algumas dificuldades econômicas, vem a ser criado pelo seu tio e padrinho Coronel José Vieira de Araújo Peixoto.
Ingressa na Escola Militar em 1861, depois de formado recebe a patente de primeiro-tenente em 1863. A sua formação na Academia Militar era na área das Ciências Físicas e Matemáticas.
Até á Guerra do Paraguai, Floriano era um simples oficial do quadro, vindo a ser nomeado tenente-coronel devido a sua valorosa contribuição. Ingressou na política como presidente da província de Mato Grosso, cargo que manteve entre setembro de 1884 e outubro de 1885. Durante nove meses, de abril 1890 a janeiro de 1891, foi também Ministro da Guerra.
O seu casamento ainda hoje desperta alguma curiosidade aos historiadores, pois Floriano casou-se em 1872, aos 33 anos, com a sua irmã de criação Josina e prima, filha do coronel José Vieira de Araújo Peixoto e de sua segunda esposa, Teresa Goufino Rosa.
No dia da Proclamação da República, encarregado da segurança do ministro Visconde de Ouro Preto, Floriano se recusou a atacar os revoltosos e assim justificou sua insubordinação, respondendo ao Visconde de Ouro Preto: “Sim, mas lá (no Paraguai) tínhamos em frente inimigos e aqui somos todos brasileiros”. Sendo assim, aderiu ao lado dos republicanos e deu voz de prisão ao Visconde.
Ao assumir a presidência, tentou formar um governo estável, com políticas com tendência nacionalistas. Estas políticas não agradava a outra tendência republicana, a chamada tendência de “Republica dos Fazendeiros”, bem como população urbana da capital (Rio de Janeiro). Haveria nesta altura ainda fortes ecos e recordações do Imperador D. Pedro II, a República ainda corria sérios riscos. A elite de São Paulo via na figura de Floriano a melhor forma de manter a república. Seu governo teve grande oposição de setores conservadores, como a publicação do Manifesto dos 13 generais. A alcunha de “Marechal de Ferro” devia-se à sua atuação enérgica e ditatorial, pois agiu com determinação ao debelar as sucessivas rebeliões que marcaram os primeiros anos da República do Brasil. Recebeu também o título de “Consolidador da República”.
Floriano lançou uma ditadura de salvação nacional. Demitiu todos os governadores que apoiaram Deodoro da Fonseca. Na chamada Segunda Revolta da Armada, agiu de forma contundente, vencendo-a de maneira implacável, ao contrário de Deodoro.
Em abril de 1892 decretou estado de sítio, após manifestações e divulgação de manifestos na Capital Federal. Prendeu opositores e desterrou outros para a Amazônia. Quando Rui Barbosa ingressou com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal em favor dos detidos, Floriano Peixoto ameaçou os ministros da Suprema Corte: “Se os juízes concederem habeas corpus aos políticos, eu não sei quem amanhã lhes dará o habeas corpus de que, por sua vez, necessitarão”. O STF negou o habeas corpus por dez votos a um.
Mesmo com a ampla oposição das elites cafeicultoras, os paulistas convenceram Floriano Peixoto a apoiar a candidatura de Prudente Moraes, que se tornaria o primeiro civil a ocupar o cargo da presidência. Apesar da violência e do paternalismo, que lhe deram força política, Peixoto não quis prolongar o mandato e, em 15 de novembro de 1894, foi substituído pelo candidato paulista. Muitos achavam que ele daria um Golpe de Estado para prejudicar a posse de Prudente de Moraes, porém nada fez e Prudente assumiu a presidência em 15 de novembro de 1894.
A expressão ‘Florianismo’ foi precursora nos cultos à personalidade, mais tarde outras aplicações se deram ao “ismos” como ‘Getulismo’, ‘Malufismo’ e até ‘Lulismo’.
Floriano Peixoto morreu em julho de 1895.
João Abreu é natural de Angola, mas tem nacionalidade portuguesa. Ele reside em Caratinga e é empresário com formação em Marketing.
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