* Sanderson Dutra Rocha Gouvêa
Somos movidos por informações. Não faz muito tempo o ritmo de vida era bem mais lento, talvez, devido a vagareza de circulação das informações e à indisponibilidade das mesmas. A abrangência da informação muitas vezes era regionalizada e não globalizada como nos dias de hoje.
As pessoas sem tanta informação globalizada e com menos veículos facilitadores para tal, conversavam umas com as outras percebendo a informação num todo, pois ao conversarmos pessoalmente, sentimos energia, ouvimos sons e visualizamos feições, havia calor humano, emoção e contato, as pessoas paravam num final de tarde para um chá, um café e ali colocavam os assuntos em dia. Trabalhava-se durante o dia, aproveitava-se o início da noite para encontros sociais, dormíamos mais cedo, consequentemente acordávamos mais cedo. Dez, onze horas já estávamos em casa para o repouso noturno. “SEM CORRERIA”.
“COMO MUDOU!”
Comparando com os outros animais da natureza, estes mantêm seu ritmo de vida ao longo de sua existência, ritmo que só é mudado pela interferência do ser humano, talvez nossa correria seja devido dentre muitos outros motivos pela velocidade com que as informações hoje viajam pelo mundo, e se não acompanhamos o ritmo dessas, ficamos parados e até obsoletos.
Para acompanhar tal ritmo acabamos por exceder na correria do dia-a-dia e repito, muitas vezes, não nos damos conta disso. Não estamos percebendo, mas não estamos parando para um chá, para um café, não estamos mais visitando amigos ou vizinhos, estamos ficando reféns de ferramentas tecnológicas que facilitam a troca de informações e que acabam por privar de maneira intensa, o contato frente a frente entre pessoas. “O DIÁLOGO ESTÁ CADA VEZ MAIS VIRTUAL”.
Com isso os horários mudaram, pode-se trocar informação a qualquer momento, pessoas chegam até a trocar o dia pela noite. Dez, onze horas é horário em que muitos saem de casa para estabelecerem convívios sociais e na maioria das vezes com chegada prevista para o amanhecer do dia seguinte. “MUDAMOS MUITO’.
É pena que talvez só os que estão aí a quatro ou mais gerações se lembrem de como era a vida naquela época e talvez tenham saudades. Os mais jovens já se desenvolveram dentro da modernidade aqui mencionada, e talvez não consigam viver sem a correria excessiva dos dias de hoje, e até não a percebam.
É importante que as pessoas se entendam levando em consideração as épocas, as gerações de cada um, assim evitaremos conflitos, pois os avanços tecnológicos estão proporcionando cada vez mais, grandes velocidades de circulação de informações e a todo tempo vai ser exigido de cada um de nós capacidade de adaptação. Existimos em maior número no planeta e povoamos praticamente todas as partes dele por termos alta capacidade de adaptação.
Em poucos anos o ser humano teve que se adaptar tanto que estamos hoje com costumes muito diferentes, o que provavelmente nos leva à correria excessiva e desenfreada em nossas vidas. “SER HUMANO: INTRIGANTE, INTERESSANTE E ADAPTAVEL”.
* Sanderson Dutra Rocha Gouvêa é professor do Centro Universitário de Caratinga, possui graduação em Ciências pela Fundação Educacional de Caratinga (1992), graduação em Matemática pela Fundação Educacional de Caratinga (1994), graduação em Química pela Universidade do Oeste Paulista (1999), especialização em Química pela Universidade Federal de Lavras (2000) e mestrado em Meio Ambiente e Sustentabilidade pela Fundação Educacional de Caratinga (2004).