Consumir, palavrinha doce aos ouvidos dos pequenos, médios e grandes empresários, quem dirá aos olhos do consumidor final.
Somos intensamente bombardeados por promoções, descontos, liquidações, barganhas, com a finalidade de nos levarmos ao consumismo desenfreado de todas as formas e modalidades.
Somos tentados até mesmo pelos instintos, olfato, paladar e outros sentidos à disposição do vendedor; consumir palavra que incomoda em tempos de crises, sobretudo, está pela qual estamos vivenciando no presente momento.
Há inúmeras técnicas que nos influenciam na hora de comprar, aliás, é um mercado que cresce nos estudos, tudo para desvendar a “mente do consumidor”, que é o alvo mais almejado para um empreendimento alcançar sucesso em vendas.
O consumidor é afetado em todos os termos, seja pelo meio sociocultural no qual está inserido, seja pelos grupos de amigos e familiares, personalidades famosas, dentre outros fatores influenciadores.
O que se sabe é que uma das explicações que nos levam a consumir é que estamos sempre em busca da aceitação na sociedade atual, já que vivemos em um mundo que ter é tudo, e que o ser, parece não significar nada. Este é o modelo de capitalismo que vivemos.
Com a economia desacelerada e a inflação em alta, os hábitos de consumo são afetados, principalmente os das classes mais baixas, que são motores do crescimento do país nos últimos anos.
Com o bolso cada vez mais apertado, o consumidor tem que fazer escolha e que escolhas? Para algo entrar no carrinho, algo tem que sair.
Setores de necessidades primárias, como alimentação, já sentem o impacto provocado pela crise. Muitos consumidores deixam de comprar alguns produtos e/ou na maioria das vezes compram em quantidades semelhantes, mas de marcas diferentes.
Fato é que, malabarismos estão sendo feito com o objetivo de reduzir gastos, economiza-se no consumo da água, poupa-se energia, reduz o uso gás de cozinha, só não conseguimos mesmo é reduzir a boca, ou seja, com a alimentação e pagamento de impostos.
Essa percepção de que tudo está mais caro têm impactos, tanto no preço, quanto no comportamento do consumidor. Com a inflação em alta, o consumidor começa a voltar a pesquisar preços, algumas famílias estão retomando velhos hábitos, como o de estocar mercadorias em promoção e cortar atividades de lazer, como saídas para jantar e viagens.
Os empreendimentos vem tentado nos levar a consumir a qualquer preço, já que vários empregos estão nas mãos dos consumidores; as campanhas de marketing tornam-se cada vez mais uma “arma” nas mãos destes empresários.
Empreendedor, para se adaptar ao novo comportamento do consumidor, não basta seguir as velhas regras varejistas. É preciso fazer mais e melhor. Transformar a venda em uma experiência de compra.
O consumidor, na maioria dos casos, acaba se submetendo aos encantos da mídia e panfletos promocionais, esquecendo-se de toda a meta traçada para driblar os problemas econômicos. O pior é que sempre “estes”, estão não surpreendentemente no vermelho.
Que desejos ou necessidades são essas que na maioria das vezes não conseguimos controlar, ou não conseguimos fazer escolhas.
Consumir é ótimo, desde que não nos levem à depressão e pior à falência física.
Optar por escolhas mais racionais em tempos atuais é uma boa maneira de solucionar nossas dívidas, devemos priorizar as reais necessidades, e deixar as necessidades secundárias para outro momento.
Talvez, comportando de maneira mais moderada, com menos impulso aos desejos, não teremos que deixar de fazer o que gostamos tanto, CONSUMIR, escolhas existem para serem feitas.
Michelle Batalha Rodrigues, advogada e professora universitária dos cursos de Administração, Educação Física e Segurança do Trânsito da UNEC – Centro Universitário de Caratinga, especialista em Criminologia pela Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas.