Margareth Maciel de Almeida Santos
Advogada e doutoranda em Sociologia Política
Pesquisadora CNPQ
Estou sempre lembrando que estamos perto das eleições, e que é nosso dever ir às urnas para escolhermos os nossos representantes. A palavras de ordem: escolher para que possamos votar bem. Vivemos em uma democracia e assim precisamos pensar quais são os candidatos que irão colocar em risco o nosso sistema político e econômico?
Democracia envolve igualdade de todos perante a lei? Controle do poder? Eleições livres? Imprensa livre?
Primeiramente, a liberdade de expressão é uma grande riqueza, poder falar livremente e respeitar o outro. Se não houver a liberdade de expressão como irão nascer as grandes ideais, as políticas públicas? É necessário ouvir o grito de socorro do outro. E quem é o outro?
As injustiças existem no mundo, penso que, aonde existir gente, existe egoísmo, falta de amor. Afinal não somos perfeitos, não é? E isso não é só em nosso país. Se olharmos as questões dos refugiados em busca de estruturas, de assistência, vemos que em vários países, existem muitos que reclamam do uso de impostos para beneficiá-los, além de protestarem contra o aumento da competição no mercado de trabalho.
Tanta corrupção, tanta desordem que urge a necessidade de pensar e refletir muito sobre “escolher”. Diante de tudo o que está nos acontecendo, penso que os movimentos sociais não podem desaparecer, pois foi por meio deles que ocorreram muitas conquistas sociais. Além do mais, só existe democracia porque o povo pode mudar as regras do jogo para que “todos” possam se beneficiarem. Se lembram dos protestos de junho de 2013 e a partir dele, contra o aumento das tarifas de ônibus, o uso excessivo da força por parte dos policiais? Protestos também contra os gastos exorbitantes da Copa do Mundo?
O desemprego está aumentando, os direitos dos trabalhadores como os dos aposentados estão em risco e também o desenvolvimento econômico no Brasil. A cada hora surge uma “novidade”.
Assim pensar sobre qual é o modelo ideal de Estado para que possa suprir as necessidades básicas dos cidadãos por meio das políticas públicas sociais, faz-se necessário analisar o que ocorreu após os movimentos sociais que deram suporte para a participação cidadão no Estado Social e Democrático de Direito no Brasil. Lembremos que as políticas públicas envolvem conflitos de interesse entre as classes sociais e as respostas do Estado para muitas das questões colocadas podem atender a interesses de “alguém” em detrimento de outro “alguém”.
Neste momento de efervescência para disputas eleitorais, o que vale a pena é a discussão acerca da emergência para que se possa denunciar as injustiças, e reconhecer os direitos sociais da ordem de gênero, raça, ocupação, propriedade, educação e renda. Esses são os critérios utilizados para que haja uma distribuição seletiva entre todos os cidadãos.
De quem é a culpa desse caos que estamos vivendo? Quem prometeu correção e ética na política e não cumpriu? Quem entregou o país aos ladrões? Quem permitiu a roubalheira?
Todas essas questões devem ser debatidas na tentativa de manter a ordem jurídica, a distribuição de direitos para não colocarmos em perigo o processo de expansão da cidadania. Não podemos colocar em perigo os avanços conquistados até aqui. Sabemos que tudo não é estável, mas historicamente os fatos nos mostram que muitos se beneficiaram do modelo que ainda se perpetua em nosso país.
Paz e Bem!