Há Solução para a Guerra?
Uma jovem, VKB, 15 anos, reagiu assim ao artigo no. LXVI, da semana anterior:
“Oi …!! Acabei de ler o seu artigo. Obrigada por compartilhar seus pensamentos…. gosto de ouvir o que você pensa sobre assuntos como esse da guerra; acho que ainda não conversamos sobre isso juntos, rs.
Totalmente concordo com o que vc disse sobre “o errado na igreja começa em cada um de nós”: Acredito que com a igreja na mãos de homens que nem sempre são os melhores, às vezes ela acaba virando uma coisa totalmente diferente do que ela era para ser, um lugar de amor, entendimento e fé.
Vc disse: “… temos de voltar ao início do verdadeiro movimento de Jesus. Não podemos continuar a fazer o jogo do inimigo. E temos de começar conosco…” – achei essa mensagem muito importante! Concordo completamente com você! A mudança para o melhor da igreja começa em cada um de nós e como nós nos comportamos em casa, com amigos, etc., e a mensagem que passamos . Obrigada por passar essa mensagem…!
Vc , Querida, … VOCÊ captou a mensagem principal! Parabéns! Um excelente dia
para você…!
Outro leitor, de mais idade, com as iniciais E.T., assim se pronunciou:
– Sr., suas palavras são muito contundentes. Aceitando o que você diz sobre igreja, o que é que ela deve fazer – digamos, o Papa Francisco, que está querendo fazer algo em relação à invasão da Rússia na Ucrânia, mas pelo jeito não está tendo sucesso. Seja bem claro, prático – há jeito de mudar “as coisas”?
– Caro A.R.: Obrigado pelo seu desafio. Quero ser muito simples e direto, mesmo sendo este um assunto complicadíssimo, e cheio de implicações.
- Jesus foi anunciado como o Príncipe da Paz. Isso significa nada mais nada menos que nós, como SEGUIDORES dele, cremos que ele é a autoridade para falar sobre esse assunto, sobre o porquê há guerras, brigas, conflitos, e como acabar com eles.
Por isso, minha resposta começa com
(1) o que é seguir a Jesus: ele arrebanhou pessoas dizendo: “Vem, segue-me.” E ele continua a fazer isso até hoje. O que quer dizer isso? Claramente, isso quer dizer que deve haver um relacionamento pessoal com ele. Quem é ele? Ele nos ensinou a orar: “Pai nosso que estás nos céus…” Esse pai é o pai de todos nós, inclusive dele. Então, ao orarmos “Pai nosso” nós estamos estabelecendo uma
(2) relação pessoal com o nosso Criador e Deus! Com esse processo, que vai se firmando, o nosso interior recebe vida, se torna vivo. Isso é exatamente o que muita gente está buscando hoje, em tantos lugares, para ter a paz interior: meditação, treinamento autogenético, desenvolver pensamentos positivos, yoga, etc. e etc. A grande descoberta, porém, vem quando descobrimos que SOMOS FILHOS DO MESMO PAI, e que ele está muito interessado nessa comunicação – mais ainda, na comunhão com seus filhos. O mistério entra aí: nós recebemos esse mesmo espírito (que é santo, pois é especial, diferente, total e completamente bom, amoroso, perdoador – como Jesus era!), e somos guiados a fazer as mesmas coisas que Jesus fazia, isto é:
– A atitude muda: A atitude de Jesus era de profunda e sincera humildade diante de Deus, o Pai, e, por outro lado, ele não tinha medo nenhum de qualquer ser humano, ou outro ser vivo (considere ele diante de Pilatos, que ‘tinha’ o poder de tirar sua vida);
– Planos: Ele não tinha planos – ele começava o dia falando com o Pai, pegando dele o plano para o dia, e assim dizia a ele: “Quero fazer a tua vontade!”;
– Estratégia: Então, o fato de ele estar sempre do lado dos fracos, injustiçados,
perseguidos, envergonhados, condenados – aos quais oferecia perdão: “Teus pecados estão perdoados”, e os mandava de volta para a vida, dizendo-lhes: “Vai, e não peques mais!”, É QUE ESSA É A VONTADE DE DEUS, O PAI – essa é a estratégia DELE, DE DEUS (e não dos comunistas, socialistas ou outro grupo semelhante);
– “O outro vem primeiro”: Assim, JESUS colocava o OUTRO antes dele; ele se importava com o problema do outro, não importava quem ele era, de que raça, cor, gênero, classe ele era;
– As Autoridades: Em se tratando de autoridades, ele as respeitava até o ponto em que elas eram justas e coerentes naquilo que diziam ou exigiam – caso contrário, as criticava abertamente: “Hipócritas” (falsos), “Raça de víboras” (cobras venenosas), “Sepulcros caiados” – por fora, pela aparência, se parecem perfeitos, mas por dentro estão cheios de maldade…”, ou, sua posição diante de Pilatos, Herodes e qualquer outro “poderoso” deste nosso planeta Terra;
– A Casa de Deus: Em se tratando da casa de Deus: não era POSIÇÃO, LUGAR nem MEIO para se fazer negócios, comércio, ganhar dinheiro, ganhar influência, PODER – porque facilmente nos tornamos gananciosos, ávidos por mais, e esquecemos da necessidade do próximo – somos dominados pelo egoísmo, que é o espírito contrário ao espírito dele, de doação, de autodoação. Para ele, a casa do Pai era um lugar muito especial, e que o Pai realmente habitava e que ali ele vinha ao encontro das pessoas que o procuravam;
Muitas coisas mais podem ser acrescidas – e parece que nem ainda abordei sua pergunta. Mas, meu caro E.T., você se lembra como Jesus vivia? Ele nunca gastaria tempo administrando uma instituição – mas ali onde ele ia, o que ele fazia? Semeava boas sementes. Em muitos lugares elas cresceram e se tornaram árvores, que também se reproduziram e criaram mais árvores boas. No fundo, porém, cada um que segue a ele, a Jesus – é uma árvore, uma árvore boa que dá frutos bons!
A questão central é: SEGUIR A JESUS.
Assim, existem no mundo muitas árvores que dão fruto bom, agradável ao paladar, que não só alimentam, mas sustentam e promovem vida ao seu redor.
O QUE O PAPA DEVE FAZER, ou qualquer um em qualquer posição de liderança – PRA QUE EXISTE RABINO, PASTOR, BISPO, APÓSTOLO, PATRIARCA, com posses, rico, disputando a corrida de QUEM É O MAIS RICO NO MUNDO? Você pede que eu seja bem claro, prático – se há jeito de mudar “as coisas”?
Por que há guerras, brigas, conflitos, e como acabar com eles?
Diferente do que imaginamos, DEVEMOS SER – no dia a dia, nas pequenas coisas, e, depois, naquelas nas quais nos envolvemos – o exemplo de luz, de paz, de solidariedade, de amor, isto é: S_E_M_P_R_E os OUTROS são mais IMPORTANTES que EU! Por isso, eu devo fazer tudo dentro das minhas possibilidades e no meu alcance para ajuda-los – mesmo SE ISSO ME TROUXER MÁ FAMA!!! (Você se lembra o que diziam de Jesus na hora em que foi condenado?).
Se o seguidor de Jesus é rico, Jesus disse para ele vender tudo, renunciar a tudo (isto é, não ser dominado pelo seu dinheiro), mas ser sensível aos que estão em necessidade, em outras palavras, dar àqueles que têm carência (“pobres”) e continuar a seguir a Jesus nas outras coisas também: começando em casa, com os pequeninos, frágeis (crianças, idosos, mulheres, doentes, refugiados) – aqueles que não podem pagar de volta! O que Jesus estava dizendo sobre o dinheiro, as posses, etc. – é que eles não devem nos dominar.
Por isso a ÊNFASE de cada um de nós deve ser,
– Tornar Jesus conhecido pelos nossos atos e palavras,
– Ser consequente em tudo o que cremos,
– Fugir do mal, da vaidade, do engano,
– Fazer o bem, não importa a quem.
Se os líderes de nossas organizações (igrejas e cidades, clubes e diversões – todas!) pensassem e agissem sempre assim, NÃO HAVERIA GUERRA. E também não haveria pobreza, injustiça, e tantas outras coisas que tiram a dignidade humana de qualquer um que cai “na desgraça”.
Sim, também: o próprio SISTEMA SERIA DIFERENTE.
A igreja sobre a qual estou escrevendo nessa coluna reflete o GLORIOSO INÍCIO da primeira igreja em Jerusalém: “… ninguém afirmava ser sua alguma coisa que possuísse, mas tudo era compartilhado por todos… Pois não existia nenhum necessitado entre eles;
porque todos os que possuíam terras ou casas, vendiam… e traziam o valor … E se repartia a qualquer um que tivesse necessidade.” (At 4.32-35)
ANUNCIAR, CELEBRAR QUE Jesus É o Príncipe da Paz – é viver cada dia como ele viveu!
Se a leitora, ou leitor quiser dar a sua opinião sobre o assunto, você pode me escrever. O endereço é:
Seja um instrumento de paz em sua família, em sua igreja, onde quer que você vá!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum