Em tempos de guerra: Como podemos viver em paz?
No nosso legado comum (judaico-cristão) constam as Escrituras Sagradas. Não canso de agradecer ao nosso Criador por essa comunicação direta – e à Ciência, que toda vez que vira essas informações de ‘pernas pro ar’, fica pasmada e perplexa a respeito delas, e nos induzindo a uma enorme dívida de gratidão ao povo que a pôs “no papel” e a preservou, de sorte que hoje podemos lê-las facilmente – pelo menos no mundo livre.
Você se lembra do anúncio do nascimento de Jesus? O que é que o anjo proclamou? “- Não temais, porque vos trago novas de grande alegria para todo o povo, é que hoje, na Cidade de Davi, vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” E continua assim:” Então, de repente, uma grande multidão do exército celestial apareceu junto ao anjo, louvando a Deus e dizendo: “- Glória a Deus nas maiores alturas, e PAZ NA TERRA ENTRE AS PESSOAS QUE ELE AMA.”
Isso está datado: aconteceu há apenas!!! dois mil anos. Mais incrível, porém, foi o que aconteceu antes: 700 anos antes Deus se comunicou com o profeta Isaías, que assim interpretou: “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi concedido. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, PRÍNCIPE DA PAZ!”
Nessas duas passagens bíblicas descobrimos logo a nossa missão como seguidores de Jesus: é de, primordialmente, viver em paz, e promover a paz. Assim sua vinda foi anunciada, e assim eles foram enviados pelo próprio Senhor: “- PAZ SEJA CONVOSCO. ASSIM COMO O PAI ME ENVIOU, TAMBÉM EU VOS ENVIO.”
Paz, paz, paz! Por isso a pergunta: Existe uma estratégia para viver em paz, para ficar em paz com os outros – uma estratégia de paz? Eu creio que sim, com certeza.
Como tenho escrito nessa série, a igreja/comunidade sobre a qual estou escrevendo possui muitas características da igreja primitiva de Jerusalém.
Indaguei o fundador sobre como eles tem trabalhado esse aspecto dos relacionamentos. Pois mesmo entre as igrejas através dos tempos temos encontrado grandes dificuldades. Como em qualquer outro tipo de grupo, ou movimento que cresce e persiste, os mesmos sintomas doentios e malignos ocorriam nelas também, como – por exemplo – a busca ou, melhor, a luta pelo poder, pelo lugar mais alto, de maior influência, etc. – atitudes e ações que geram inveja, intrigas, conflitos. Porque o poder corrompe, em qualquer lugar que o ser humano o busca. Segundo Tiago, é aí que jazem as raízes da guerra – no nosso eu egoísta e sem escrúpulos. A igreja não está isenta desse mal – infelizmente!
Na resposta do fundador a primeira coisa que ele apontou, com toda a humildade, é que ele não tinha estratégia própria – foi Deus que o chamou e lhe deu a estratégia, a qual incluia vários “elementos”.
Como tinha crescido dentro de uma das maiores denominações do Brasil, ele zelou desde o início no respeito aos superiores: “- Deus chama, e dá a visão ao pastor, e quem segue a ele, precisa se alinhar a esta visão. Isso é algo muito simples e claro.”
“- Por isso”, ele foi contando, “quando recebi a visão de ir ao mundo com o
Evangelho, fui falar com os meus superiores, sempre dizendo que se Deus falasse a eles algo ao contrário, eu deixaria de lado ‘minhas ideias’”.
“- Também falei com dez pastores que me conheciam, que eu respeitava, e que me respeitavam. Todos eles me aconselharam a ir em frente, concordando comigo que o chamado era de Deus.”
Outro elemento importante: é necessário entender bem o que é exigido pelas autoridades civis. “- Se vamos abrir uma igreja num certo lugar ou país, temos de cumprir as exigências que a Constituição coloca. Precisa haver o registro. É a primeira coisa que fazemos quando começamos num lugar novo, seja numa cidade, e, muito mais ainda, num país diferente”.
Contudo, e com um sorriso muito leve e expressão de profunda reverência, ele
continuou: “- A primeira coisa ou o mais importante para quem inicia um movimento é preciso responder para você mesmo as seguintes perguntas:
– É Deus mesmo que está lhe mandando fazer isso?
– Por quê? Qual é a Visão que ele deu?
– Você tem a confirmação?
– Você está pronto para pagar o preço?
– E sua esposa, ela está pronta também? Seus filhos? Seus amigos de verdade, o que eles estão dizendo?”
Mais um elemento importante: nosso amigo pastor falou também sobre ter clareza na questão doutrinária: quais serão os princípios, as crenças principais? No caso dele, ele não tinha nenhuma crença ou doutrina nova, ou diferente. A única coisa já estabelecida era que nessas comunidades novas – uma vez que estariam sendo abertas em praticamente qualquer lugar do mundo, e em qualquer regime, cultura ou tradição – eles nunca iriam exigir ou forçar os costumes e tradições do povo do fundador. Em outras palavras, as igrejas cresceriam dentro da cultura e tradições locais ou regionais, ou nacionais. Todas elas seriam movimentos nativos, que respeitam, AMAM o lugar onde estão se desenvolvendo.
Jesus disse: “- Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.”
Desde o primeiro dia nessa série comparo a igreja a uma árvore que tem crescimento normal, saudável e que produz brotos, que dão árvores novas – ali onde o mesmo Espírito dessa árvore deseja – não importa aonde, não vai pela estatística, facilidades, benefícios ou coisa parecida. É fundamental lembrar que a obra pertence a Deus – que está à frente de todas as iniciativas, que é ele quem abre portas, que aplana caminhos difíceis, tira as pedras – ele é o desbravador, que conhece todos os detalhes quanto aos passos seguintes, e dá a direção necessária.
“- Nós apenas seguimos as instruções que recebemos de cima,” ele continuou. “- Ou ficamos no aguardo. Se for esse o caso, temos de esperar. Se avançamos sem ter uma palavra do Alto, estaremos trilhando um caminho totalmente diferente, onde a palavra do ser humano é mais importante, e Deus está no segundo plano. Aí Deus fica no canto. Ou, até, sai de cena.”
Aprendemos, pela própria revelação na Bíblia, que o Espírito de Deus é soberano. Ele sabe muito bem o que nós, humanidade, carecemos e precisamos de fato.
Por esta razão, Jesus falou de forma clara, quando o sondaram sobre quem assentaria à sua direita, e à sua esquerda. A resposta foi direta: “Entre vós não será assim!! … quem quiser ser servido [ou ser o chefe, mandar ou comandar!], SIRVA AOS OUTROS!”
Qual é o endereço da PAZ, afinal? Está lá dentro do nosso coração! Começa dentro de cada um de nós, na HUMILDADE, e com Jesus no controle!
Se você, cara leitora, caro leitor, quiser dar a sua opinião sobre o assunto, você pode me escrever. O endereço é:
Muita paz em sua vida, em sua família, em sua igreja! É o primeiro e grande legado que recebemos, e que sempre podemos passar adiante. Não custa nada, não!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum