Grupo atestou qualidade do café produzido na região
SÃO DOMINGOS DAS DORES- Um grupo de sete visitantes, entre compradores e torrefadores de nacionalidades chinesa, polonesa, americana e irlandesa, estiveram em visita a propriedades da região no último domingo (11).
A chamada Trip to Origin faz parte da programação oficial da Semana Internacional do Café e contou com apoio do Sicoob Credcooper, que é membro do Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas e dos parceiros Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
A primeira parada, aconteceu no início da tarde, na unidade das Fazendas Reunidas Laia & Souza, situada à Rodovia LMG-823, KM 13, em São Domingos das Dores. Em seguida, a equipe esteve na fazenda Vila da Cascata, em Piedade de Caratinga. Os visitantes puderam conhecer as características do café produzido e estreitar o relacionamento com produtores locais.
A Região das Matas de Minas é uma origem produtora de cafés especiais, composta por 63 municípios, situada em uma área de Mata Atlântica, do qual fazem parte Caratinga, São Domingos das Dores e outros municípios da região. Para o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Credcooper, Kdner Valadares, a visita internacional demonstra o reconhecimento do café local. “É uma conquista do nosso produtor de café. Receber uma missão internacional que vem conhecer a qualidade, extensão da grande variedade do nosso café é muito gratificante. É a segunda equipe internacional que vem conhecer o café da nossa região, isso através da divulgação, começou com implantação do projeto Café das Matas de Minas, que era visto como “patinho feio” do café, região de um café que não apresentava qualidade, mas os nossos produtores viviam ganhando concursos. Hoje temos reconhecimento que o café produzido aqui é de grande qualidade. Isso para nós é uma vitória, uma conquista muito grande, que vai adquirir riqueza para nosso associado, isso é muito importante”.
Kdner ainda ressalta o trabalho realizado pela cooperativa, em subsídio ao produtor rural. “Temos diversos projetos, como o GQC, projeto de Gestão de Qualidade; essa semana tivemos levando nossos produtores para participaram da Semana Internacional do café. Eles estão tendo conhecimento do que produz e realmente faz café de qualidade, isso com certeza vão receber no bolso o resultado”.
A VISITA
O DIÁRIO conversou com K.J Yeung que fez parte do grupo de visitantes e deu mais detalhes sobre a visita realizada. “A visita às origens é uma continuação da Semana Internacional do Café, que do nosso ponto de vista é uma plataforma de conexão entre toda a cadeia produtora de café, desde os produtores até torradores, provadores, exportadores, enfim e inclusive os consumidores finais, que são as pessoas que movimentam esse nosso mercado. Formamos esse grupo com compradores internacionais de café verde, de diferentes perfis de empresas, alguns são distribuidores para cafeterias, outros torrefadores que estão na Europa, Estados Unidos e na Ásia”.
O grupo participou da sessão de Cupping (degustação de cafés), que segue um conjunto de protocolos pré-estabelecidos pela Associação Mundial de Cafés Especiais. K. J fala sobre os procedimentos realizados. “Serve para o provador, comprador ou quem tiver interessado conhecer mais um pouco do café que está sendo posto na mesa. Neste procedimento ele cheira o café, vai sentir o aroma, a fragrância e depois ele é provado, escaldado com água quente, a diferentes temperaturas, para conhecer todo o perfil sensorial desse café.”
Ao final da prova em São Domingos das Dores, a avaliação do grupo sobre os cafés produzidos na região foi positiva, conforme destaca Yeung. “O pessoal achou o café com qualidade bem constante, são cafés bem limpos, doces, com uma acidez cítrica que salta na xícara e com certeza com uma limpeza de xícara também bem aparente. Além disso, sobrevoamos a região e eles estão muito impressionados com a beleza e a qualidade dos cafés que a região apresenta”.
PARCEIROS
Ereni Emerick, analista do Sebrae, explica a função do órgão no fomento do desenvolvimento territorial. “O nosso papel é trazer ferramentas, possibilidades, aproximar o produtor com o mercado comprador. Somos um elo de ligação do produtor com potenciais compradores. Isso com certeza, futuramente, teremos frutos do produtor fazer o contato direto da sua propriedade, família, com o comprador final, que é o torrefador”.
Silvana Novais, gerente regional do Senar Minas, que também representou o Sistema Faemg, ressalta a importância de unir compradores e produtores no mesmo espaço. “Quando eles chegam numa mesa de prova, ficam pensando que o café é diferente, mas não conhecem a região. Quando se traz eles ao local, começam a ver o tanto de Mata Atlântica que temos, perceber que temos sustentabilidade, que a família trabalha em conjunto e isso muda a visão deles com relação aos cafés das Matas de Minas. Esse é o maior ganho, porque divulgamos que a região tem um trabalho em conjunto, não unitário do produtor, a família dele se envolve, ele está preocupado na preservação ambiental. Isso é importante para o nosso sistema, para vermos o que um comprador espera que ainda não estamos fazendo e podemos melhorar e fazer. Se organizar a cada ano e ajudar os produtores a se aperfeiçoarem também”.