Intenção é zerar fila de espera, mas alguns pacientes cadastrados estão se recusando a fazer os procedimentos alegando que irão viajar ou que estão com medo
CARATINGA- A Secretaria de Saúde está realizando um mutirão de cirurgias eletivas, com recursos devolvidos pela Câmara Municipal e por meio da portaria do Ministério da Saúde com o estado de Minas Gerais. São inúmeras pessoas que aguardam há anos na fila de espera para realização deste procedimento, mas, o curioso é que a Prefeitura tem enfrentado dificuldades em captar estes pacientes.
O secretário de Saúde, Wagner Barbalho explica que são duas situações: Na campanha do estado, os pacientes cadastrados no SUS-Fácil até o dia 27 de novembro realizarão a cirurgia na Associação Mineira de Assistência à Saúde (Aminas) de Bom Jesus do Galho ou no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Já para o mutirão com recursos da Câmara Municipal, o cadastro provavelmente acontecerá ao longo do mês de dezembro até o dia 10 de janeiro.
No entanto, mesmo com cronograma estabelecido, o secretário relata que há grande dificuldade de contato com os pacientes. “Aqueles que foram cadastrados devem procurar novamente a Secretaria de Saúde para a gente agilizar os exames, para que eles façam as cirurgias. Vamos ter mais ou menos entre 500 e 600 cirurgias e não estamos conseguindo o número de pacientes suficientes para colocar de acordo com a agenda disponibilizada principalmente pelo hospital”.
Já os pacientes que fizeram contato com a Secretaria de Saúde estão oferecendo resistência à realização da cirurgia. No entanto, é preciso ficar atento sobre os prejuízos em caso de recusa. “Há pacientes alegando que vão viajar de férias, que está com medo de fazer a cirurgia. Uma cirurgia, uma vez diagnosticada a necessidade, com medo ou não você vai precisar fazer. E outros pacientes que já fizeram inclusive os exames, dizendo que não vão poder fazer porque têm contrato novo de prestação de serviço; existem várias situações acontecendo. O paciente deixando de fazer cirurgia, volta, sai do sistema. E ele já fez todo o processo para fazer a cirurgia e outros pacientes que estão aguardando não fizeram ainda. Ou seja, estamos criando uma dificuldade para nossa equipe de TFD (Tratamento Fora do Domicílio) e de marcação de cirurgias, além de gerar um custo para o sistema, com os pré-operatórios e não faz a cirurgia. O paciente tem direito a cirurgia, o problema que não temos como oferecer a data que ele quer. Aquele que não quiser a cirurgia nesse momento, sai do sistema e vai ter que entrar novamente”.
Quanto ao receio de algumas pessoas em realizar cirurgia no HNSA, Wagner garante que o local tem total suporte para os procedimentos cirúrgicos. “Alguns pacientes precisam fazer a cirurgia em hospital que tem UTI. O hospital hoje já conta com os leitos necessários para fazer e dar suporte às cirurgias. O paciente pode ter tranquilidade que vai para um hospital que está funcionando. Obviamente que não voltou na sua integralidade, mas os procedimentos que lá forem feitos têm a equipe médica e UTI que vai dar toda a retaguarda necessária”.