Perdoar ou Não Perdoar?
Alguém me perguntou:
– Quais são as consequências de não perdoar?
Foi um amigo meu que fez essa pergunta. Ele, um homem já experimentado na vida – um incansável pesquisador, cientista, inventor, doutor em Física Nuclear.
Senti que ele estava fazendo uma pergunta bem séria – minha resposta também deveria estar à altura.
Comecei a pensar no início dessa série sobre a incredulidade que tinha se alojada no coração de um discípulo de Jesus – do Tomé. Pois, tudo bem – não crer imediatamente em algo que nunca aconteceu antes, como a ressurreição – é algo até fácil de imaginar.
Mas insistir como ele insistiu: “Só crerei se eu puder colocar meu dedo nas mãos e nos pés feridos de Jesus”, isto é, “mesmo que vocês, colegas, discípulos também, dizem que o viram, que ele estava aqui nesta sala – eu não acredito a não ser que eu possa colocar meu dedo…”
Uma semana depois Jesus aparece novamente entre eles – entre os 11– e se dirige diretamente para Tomé e lhe mostra as mãos e os pés com as cicatrizes das feridas dos caibros – daqueles pregos enormes!!!
Jesus diz pra ele: – Por que você não creu no que eu disse – eu falei claramente que iria ser morto e ao terceiro dia voltaria, ressuscitaria?
Jesus terminou essa sua fala, dizendo: – Felizes os que não viram, e creram!
Ainda emendou: – Se perdoardes os pecados de alguém, serão perdoados; se os retiverdes, serão retidos.
Eu entendo que a mensagem de Jesus aqui é também bem clara: é sobre NOSSA ATITUDE em relação ao PECADO CONTRA NÓS pelo nosso PRÓXIMO: se eu o perdoo, sou perdoado também; mas se EU não perdoo, também não sou perdoado.
Meu amigo físico foi além: – Você acha que isso tem a ver com a nossa salvação pessoal? Esse “não ser perdoado” significa que “meu pecado permanece, e que praticamente me fecha a porta de entrada no reino eterno de Jesus”?
Claro que isso nos leva às fronteiras de doutrinas que tem sido discutidas através dos séculos, como “o que é que pode impedir que eu vá ao céus – preciso aceitar a Jesus, e que mais? OU: Uma vez salvo, sempre salvo?
Eu fui respondendo assim:
– Meu caro amigo e irmão cientista, por que será que nas palavras e histórias ou parábolas que Jesus usou vemos tantas vezes essa ênfase sobre o perdoar nosso ofensor? Inclusive quando lhes ensinou a única oração – o Pai Nosso, ele a incluiu assim: … “e perdoa as nossas dívidas [ofensas, ou pecados] assim como nós perdoamos a nossos devedores [ofensores]”?
Eu continuei: – Esse “eu não te perdoo pelo que você fez” – o que significa isso? Será que não é tomar uma posição de superior a esta pessoa? Não é verdade que, muitas vezes, logo depois, vemos que nós também tínhamos ‘culpa no cartório’!
– Como você sabe, querido amigo, eu continuei – em sua Palavra Deus fala que “o julgar ao próximo pertence somente a Ele”. Isso é bem óbvio, pois somente Ele vê todos os lados, inclusive o antes, e até o depois. Nosso julgamento sempre é e será limitado. De qualquer forma, quem julga ou não perdoa o próximo está assumindo o lugar de Deus!
– Sim, e eu continuei a responder, não perdoar é coisa tão séria que Jesus, após seu “mergulho no além”, fez questão de lembrar seus seguidores mais próximos desse detalhe importantíssimo: SE VOCÊS PERDOAREM… SERÃO PERDOADOS – SE NÃO… NÃO SERÃO PERDOADOS, isto é, em outras palavras, sua culpa continua valendo, e você continua sendo réu de ofensa/crime não perdoado!
E terminei assim: – Não me sinto na posição de julgar alguma doutrina das diferentes linhas cristãs. Mas tenho plena convicção que o assunto é tão sério, e que quando ele, Jesus, falou, ele “não estava brincando”!
Quais são, então, as consequências por não perdoar?
Tenho mostrado nessa série que nossa saúde pode ser grandemente afetada – muitos casos de câncer e outras doenças terminais são curadas quando o perdão é acionado, mesmo anos após. Há testemunhos de cura de maldições hereditárias, quando houve o perdão – isso pode até ser, digamos, séculos depois do acontecido.
Para ser bem honesto comigo mesmo, isso significa também que precisamos estar abertos para reconhecer onde nós erramos, ou onde nós permanecemos no erro de nossos antecedentes, como, por exemplo, no caso de racismo ou de qualquer outra discriminação contra outras pessoas ou povos.
Enfim, muitos males – inclusive psicológicos – podem ter sua origem na falta de nosso perdoar. Sendo sinceros, e buscarmos e perguntarmos a Deus, creio firmemente que Ele nos revelará, pois o NOSSO BEM é do maior interesse Dele.
Por isso, neste aniversário de nossa CARATINGA, com um profundo desejo de que todos, especialmente os pequeninos, os idosos, os que estão às margens do progresso – ENFIM, todos, faço esse APELO DE CORAÇÃO:
Vivamos uma vida de perdão! Sim, com a intenção de sempre fazer o bem, E DE PERDOAR A QUEM NOS FEZ MAL!
Assim, as bênçãos – as coisas boas que o Pai das Luzes tem para nós TODOS não serão impedidas por nada deste mundo – elas chegarão, a nós e a nossos queridos!
Isso é uma grande responsabilidade, mas também, uma oportunidade grandiosa!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum E-mail: [email protected]