Perdoando e Colhendo Bons Frutos
Na última semana mencionei que a fé tem algo a ver com estar pronto para perdoar o nosso próximo. As palavras de Jesus ditas logo após ele ter reaparecido para o grupo (só faltava o Tomé, que ficou conhecido como aquele que duvida: Não seja como Tomé!) foram claras e diretas:
Jesus lhes disse pela segunda vez: Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, também eu envio a vocês… Se vocês perdoarem os pecados de alguém, serão perdoados; se os retiverem, serão retidos.
Como assim – perdoar é tão importante assim?
Preciso concordar, e quando alguém me faz um mal, é essa a luta que tenho dentro de mim: Perdoar, ou não perdoar!
Por um lado, isso tem a ver com o nosso crer nele, e as palavras dele é que o representam aqui nesse caso: fé em Jesus é cumprir o que ele nos manda fazer, isto é, não guardar ressentimento ou rancor NUNCA.
Às vezes acho isso impossível.
Algumas experiências nossas têm raízes muito profundas. Aliás, parece que uma vez que a gente não perdoa, é aberto uma “espécie de depósito” no nosso interior. Este fica com as antenas ligadas e toda vez que algo que se assemelha àquela primeira experiência de frustração, engano, traição acontece – ele as recolhe e aumenta a pressão.
Há pessoas que se tornam amargas, e incapazes de crer que alguma coisa boa possa acontecer.
Todos nós já passamos por isso, não é verdade?
É como se um monstro estivesse crescendo dentro de nós. E, às vezes, nem ajuda mudar de lugar – o ‘bicho’ vai junto, porque está dentro de nós.
Uma experiência muito vívida eu tenho do meu tempo de ministério no Rio de Janeiro. Um dia chegou uma senhora com câncer no rosto. Ela estava mal, e iria fazer uma cirurgia. A única coisa que pude dizer foi: Você quer que eu ore por você?
Ela disse sim, e antes de eu começar com a oração, imediatamente veio uma pergunta-sugestão na minha mente: Pergunte pra ela se ela está com raiva de alguém. Foi isso que fiz.
Que surpresa para mim! – Sim, ela disse. Há vinte anos alguns policiais invadiram nossa casa – eu era bem jovem – e buscavam meu irmão, por envolvimento no movimento revolucionário. Mas não nos pouparam – fizeram mal a toda a família, especialmente a mim, uma jovem.
– E agora, o que que eu digo?
Não tive de esperar nada. – Pergunte se ela pode perdoar aquelas pessoas que fizeram o mal.
Perguntei, mesmo imaginando de que adiantaria, pois ela nunca iria encontra-las!
A senhora que sofria disse: – Sim, eu posso e quero.
Aí eu orei por ela, após ajudá-la a “concretizar” o seu desejo de perdoar: – Senhor Jesus, tu sabes todas as coisas, do passado desta tua filhinha também, que hoje sofre tanto, e que hoje perdoa aquelas pessoas que lhe fizeram mal – ouve agora a minha oração, e cure-a desta enfermidade. Em nome de Jesus, seja curada! Amém.
A senhora se despediu e foi embora. Eu esqueci totalmente, e alguns meses depois ela voltou. – Que alegria, que diferença!
– Pastor, estou bem agora. Os médicos não sabem onde foi parar o câncer. Jesus me curou. Muito obrigada.
Contei essa experiência que tive para comprovar que a nossa falta de perdão, ou então, a mágoa, o ressentimento, ou mesmo, o rancor, ódio pode crescer se não perdoarmos.
Porém, assim como Jesus ressuscitou após todo o mal que lhe fizeram, assim também nós podemos ter um novo começo se obedecermos a palavra dele:
… Se você perdoar os pecados de alguém [que lhe fez mal], você será perdoado; se os retiver, serão retidos.
Não reter o mal, mas perdoar, livra a gente de muita carga negativa, que só pode causar outros males, especialmente em nossa saúde.
Eu apelo a você a viver sempre perdoando – não importa qual a situação. Entregue essa pessoa (ou pessoas) a Deus. Se você não consegue, peça ajuda a alguém em quem você confia – mas vá a ela com o desejo de cumprir as palavras do seu Senhor e Mestre, Jesus.
Quando você perdoa, sua fé aumenta da noite para o dia! E você colhe frutos muito bons em sua vida!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum E-mail: [email protected]