Foi apenas na cidade de Antioquia (hoje, na Turquia) é que os cristãos receberam esse nome (Atos 11:19-30). Até então eram apenas seguidores do Messias judeu, Jesus de Nazaré.
Em Antioquia começaram a atrair e converter gregos – isto é, pessoas que os judeus consideravam gentios, ou pagãos, pois eles não criam no único Deus, e geralmente tinham – além da turma dos filósofos – aquele “panteão” de deuses, como o conhecemos da história da Grécia, e, principalmente, em Atenas.
A “igreja de Jesus” começou em Jerusalém, e o que aconteceu lá logo no início não teve paralelo igual em outros lugares não-judeus. Lemos com os olhos umedecidos que em Jerusalém (Atos 2:44-45):
“Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que possuíam. E vendiam as suas propriedades e outras coisas e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de cada um”.
E dois capítulos adiante (4:14): “E não havia entre eles nenhum necessitado”.
Por que será?
Teria sido por causa de uma liderança forte, que exigia que cada novo convertido entregasse suas posses, fazendo oferta altas – para compensar o tempo de ter estado longe de Deus?
Não, de jeito nenhum.
Ou era por que o pessoal de Jerusalém era rico?
Também não.
Você se lembra do Zaqueu, aquele homem que subiu numa árvore para ver Jesus passar? Uma história favorita desde nossos tempos de criança! Por que ele subiu na árvore? Porque ele queria ver Jesus de quem tinha ouvido falar tanta coisa boa – e era homem de pequena estatura.
Zaqui era judeu, mas também, muito odiado por eles, porque assumiu o lado dos conquistadores – os romanos, e até cobrava impostos dos seus irmãos judeus, ricos ou pobres, que ia para os cofres do governo do imperador romano.
Quando ele desceu daquele seu esconderijo-árvore e levou Jesus para sua casa aconteceu algo inédito, pois depois de estarem juntos almoçando, o “baixinho” se levantou e disse:
“Senhor, decidi: Vou dar a metade dos meus bens aos pobres, e se eu roubei de alguém [quando cobrava impostos], vou devolver a ele quatro vezes mais do que tirei.”
Opa, o que tinha acontecido?
Zaqueu, tendo estado na companhia do Senhor Jesus, viu que as riquezas deste mundo de nada valem se não temos a paz que vem dele!
Jesus levantou e explicou: “Amigos, este homem aqui também é um dos nossos, um filho de nosso pai Abraão!”
Em Antioquia reconheceram que Jesus era o Salvador do mundo, mas não tinham a base ensinada em Deuteronômios e Levíticos, bem como nos Provérbios e Salmos, e nos Profetas, de como tratar o pobre, as viúvas, os órfãos, e os estrangeiros.
Depois vieram Barnabé e Saulo, e ensinaram a lei de Deus a esses novos convertidos. Mas vejam o que aconteceu logo depois: Ouviram de grandes dificuldades em Jerusalém, e decidiram enviar uma grande oferta para lá, e “cada um deu de acordo com o que tinha”.
Eis o fruto do ensino aos novos convertidos: um coração sensível ao próximo!
A cultura de “FAZER O BEM AO QUE NÃO TEM” começou na comunidade/igreja de Jerusalém! E em muitas igrejas isso está faltando até nos dias de hoje.
Pior ainda: Os que fizeram/fazem dessa atividade um negócio lucrativo, foram duramente criticados por Jesus, e também, por outros líderes da época. Exploração dos outros pela igreja? Isso nunca foi um ensino bíblico.
E ser reconhecido como “filho de Abraão” é ser como Zaqueu: ver/reconhecer e ajudar os menos favorecidos!
A generosidade é uma lição cada vez mais necessária no mundo de hoje!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum; E-mail: [email protected]