20 respiradores e 10 monitores devem ser encaminhados ao Casu-Hospital Irmã Denise ao longo desta semana
CARATINGA- Até a última sexta-feira (24), Caratinga acumulava quase 600 casos confirmados, considerando desde o início da pandemia de covid-19. O número de pacientes curados era de 535.
Com o objetivo de falar sobre a situação da microrregião, bem como da estrutura assistencial aos pacientes internados em Caratinga, o DIÁRIO entrevistou o superintendente regional de Saúde Ernany Duque de Oliveira Júnior, que confirmou a chegada de respiradores e monitores para o Casu Hospital Irmã Denise, que é referência no tratamento da covid-19.
Como a Regional de Saúde tem acompanhado a questão do isolamento social nos municípios? Alguns aderiram ao Plano Minas Consciente do governo e outros não.
Esse acompanhamento é diário, desde o início da pandemia em nosso estado, na verdade desde fevereiro, estamos fazendo todo os esforços junto com os municípios para acompanhamento e enfrentamento da pandemia. Agora, através do “Minas Consciente”, um plano de coordenação não só da flexibilização da economia, mas, principalmente, dos protocolos sanitários necessários, para que consigamos fazer o isolamento correto, e principalmente preservar o grupo de risco nesse momento.
Caratinga foi um dos primeiros municípios a reabrir o comércio em meio a pandemia. São posicionamentos diferentes nos municípios da região em relação a isso. Há uma tendência de alinhamento das ações entres os municípios da regional?
O plano “Minas Consciente” está passando por uma revisão, conforme dito pelo governador e pelo secretário de Saúde. Essa revisão vai ser discutida e publicizada até o final do mês, para todos os municípios, para que consigamos uma padronização com relação ao serviço.
Caratinga tem a maior proporção ocupada covid de leitos de enfermaria da macrorregião do Vale do Aço. Como está a situação assistencial de insumos, equipamentos e estruturação de leitos?
Precisamos agradecer e parabenizar o trabalho desenvolvido pela secretária de Saúde Jacqueline, dos hospitais; o Casu como referência do Covid, ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora que é uma retaguarda importante para não covid, para evitar que tenhamos um colapso assistencial na região. O Casu está recebendo mais 20 respiradores e 10 monitores que estão chegando ao longo da semana que vem, chegando a 60 leitos de covid para adulto, cinco leitos pediátricos, além dos leitos clínicos. Essa robustez assistencial no Casu e com essa retaguarda, tanto do hospital Nossa Senhora Auxiliadora, quanto da UPA de Caratinga, tem proporcionado à região uma segurança assistencial muito boa; proporcionado assim que os secretários de saúde da região, com seus prefeitos possam tomar a decisão mais assertiva com relação ao enfrentamento ao covid.
O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora de Caratinga chegou a ficar fechado e ainda enfrenta problemas financeiros. Como está a situação do HNSA, conforme o que a superintendência tem acompanhado?
O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora tem passado por uma modernização assistencial, uma melhora no seu fôlego financeiro. Sabemos que é muito difícil para um hospital do tamanho do Nossa Senhora Auxiliadora passar pela crise financeira que passou, pelo fechamento recente, mas a administração atual tem dado todo suporte necessário para que isso seja deixado para trás. Desde o ano passado, temos acompanhado praticamente semanalmente, juntamente com o comitê gestor que foi montado pelos secretários da região e temos observado que o hospital está se reerguendo, se reorganizando, tá mudando quadro clínico, profissionais de uma forma geral, justamente para trazer à região a mudança necessária. O estado sempre viu o hospital como uma referência, e agora os dois hospitais para região de Caratinga, o Casu e o Nossa Senhora Auxiliadora estão trazendo essa segurança também. Vamos trabalhar assistencialmente, para melhorar a assistência para os munícipes da região de Caratinga.
E como se deu a escolha de hospital referência para tratamento do Coronavírus? Por que o Casu e não o Nossa Senhora Auxiliadora?
Porque o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora já é referência para maternidade de alto risco, já é referência para porta de urgência e emergência, já tem sua referência enraizada para a população em geral. Então, para que evitássemos onde há muitas incertezas com relação à contaminação do vírus do covid, preferimos trabalhar com hospital que tivesse essa condição de ampliação rápida da forma como foi, tendo a retaguarda e o fluxo já estabelecido anteriormente, sem alteração, para que não confundíssemos também a cabeça da população da região e, ao mesmo tempo, fizesse assistência da melhor forma possível. Lembrando que não paramos de fazer assistência por causa da covid, o fluxo elaborado pela Superintendência de Saúde junto com os gestores e diretores hospitalares, visava desde o início a manutenção e a assistência de toda população, independente se tiver covid, ou não.
Sobre a questão da covid-19 nos presídios. Como está essa situação nos municípios que fazem parte da regional?
Os surtos são acompanhados diariamente, temos essa análise os municípios encaminham para gente as informações, que é encaminhada ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) em Belo Horizonte, para a Secretaria de Estado de Saúde, mas tomamos sempre as medidas necessárias em contato direto com os gestores municipais, com intuito de rapidamente isolar essas pessoas e fazer a ação correta.
Atualmente, como está a situação da covid-19 na região?
Temos observado uma diminuição da incidência da semana passada para essa semana, apesar do R0, que é a taxa de contaminação, ter tido uma pequena elevação, mas está ainda em patamares ideais. Temos observado e acompanhado para que as ações sejam feitas de forma assertiva, diariamente, juntamente com os municípios que são os principais responsáveis pelas ações de enfrentamento ao covid.