Conforme levantamento, Caratinga registrou 59 casos de arboviroses
DA REDAÇÃO – A Superintendência Regional de Saúde (SRS), de Coronel Fabriciano, apresentou nessa terça-feira (12), os resultados do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) dos 35 municípios que compõem a região de saúde do Território Vale do Aço e as estratégias que serão realizadas junto aos municípios para o enfrentamento ao Aedes aegypti, principal vetor das arboviroses (Dengue, Zica vírus e Chikungunya).
Segundo a Rejane Balmant, coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador (NUVEAST), o objetivo do LIRAa é identificar as áreas das cidades com mais proporção e ocorrência de focos do mosquito Aedes aegypti. “As informações obtidas nesse levantamento possibilitam a intensificação das ações de combate ao vetor, como mutirões, vistorias mais detalhadas, entre outras medidas”, detalhou Rejane.
Em 2017, até o momento, Minas Gerais registrou 28.042 casos prováveis (entre casos confirmados e suspeitos) de dengue. Desses, 14 (quatorze) casos vieram a óbito e outros 12 (doze) seguem em investigação. Em relação à Chikungunya, Minas Gerais registra 16.973 casos prováveis da doença e 12 (doze) óbitos confirmados. Outros 8 (oito) óbitos suspeitos estão em investigação. Já com relação à febre pelo Zika Vírus, são 735 casos prováveis no estado em 2017.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Monitoramento, no Território Vale do Aço foram registados, ao todo, 4.815 casos de arboviroses, Dengue (2857 casos), Chikungunya (1887 casos) e Zika Vírus (71 casos). Dentre esse número, 2.200 são de Ipatinga, 933 de Coronel Fabriciano, 400 de Timóteo, 82 de Santana do Paraíso e 59 de Caratinga.
A Superintendente Regional de Saúde, Déborah Cabral, destacou que os focos do vetor ainda permanecem, em sua maioria, dentro das residências. Por isso, as campanhas realizadas pelo governo visam os cuidados básicos em relação ao controle dos focos e cuidados extras que são de conhecimento da população, como o acumulo de água parada em qualquer tipo de recipiente. “Há pelo menos 30 anos, os locais de foco do Aedes aegypti continuam praticamente os mesmos, como caixa d’água destampada, vaso sanitário que não é usado e fica exposto, vaso de planta, vasilhas de animais com água, pneus, brinquedos que ficam jogados e que acumulam água. Tudo isso são focos em locais que a própria população deveria ter total controle e domínio para eliminarmos”, afirma.
Municípios que não realizarem o LIRAa podem ter recursos bloqueados
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador (NUVEAST), Rejane Balmant, apenas quatro munícipios, dos 35 da área de abrangência da SRS, não apresentaram o LIRAa.
“Segundo o Ministério da Saúde, esses munícipios terão os seus recursos da segunda parcela do piso variável da Vigilância em Saúde (PVVS) bloqueados a partir de quinta-feira (14) até que regularizem sua situação. A última pesquisa realizada demonstrou que temos 11 municípios em estado de alerta e 20 em estado satisfatório”, destaca.
Índice de Chikungunya aumentou na região
A Referência Técnica em Arboviroses, Camila Subtil, informou que desde 2016 a região tem a circulação do vírus Chikungunya, mas foi a partir de 2017 que se observou um aumento do número de casos da doença, diferente do Zica Vírus, em que o surto foi em 2016. E junto com essas duas, também tinha a dengue para lidar ao longo desses anos. “Em 2017, a circulação da Dengue foi insignificante, porque foi um número menor de casos, mas teve um aumento de Chikungunya, que foi trazido por pessoas de fora. Estamos com uma expectativa de que continue aumentando, caso não seja introduzido ações de combate. Só em Minas Gerais tivemos 12 óbitos confirmados por causa de Chikungunya, dos quais, um desse era de Ipatinga”, ressalta.
Ações de enfretamento ao Aedes aegypti
Os técnicos da SRS de Coronel Fabriciano já definiram ações específicas para o enfrentamento ao vetor destas arbovirores, como uma reunião no dia 19, com os gestores municipais, que estão em alerta, além das intensificações das ações de campo e de bloqueio vetorial, alerta dos profissionais de saúde e nos hospitais da região, e acompanhamento dos indicadores previstos no plano de contingência.