(Noé Neto)
É comum nesta época do ano em que o povo cristão celebra o Natal as casas, os templos religiosos e até mesmo as vitrines do comércio utilizarem o presépio como ornamento, como fonte de lembrança, recriando a cena do nascimento de Jesus.
O presépio nos mostra a simplicidade do menino, nascido em uma manjedoura nos enviando seu exemplo de humildade. Ressalta o amor dos pais, presentes ao seu lado, velando pela criança, protegendo-a. Nele vemos a fé dos “homens de boa vontade”, os pastores que acreditaram no chamado do anjo e foram visitar o recém-nascido. Ao observar a cena vemos os reis, reverenciando ao menino Jesus e o presenteando para exaltar sua majestade.
A montagem e desmontagem dos presépios é envolvida de amor, simbolismo, carinho e agradecimento. Ele se desfaz com a passagem da folia de reis, que deixa nas casas a alegria e os votos de paz no ano vindouro. Com mastros, bandeiras, fantasias e muita música, acolhe-se os personagens pedindo que o Cristo menino renasça diariamente naquele lar.
Porém, além dos presépios de resina, de barro ou cera, mais que nunca precisamos nos atentar para os inúmeros presépios humanos que se montam, não com tanta alegria, diariamente diante de nós.
Pequenos meninos que nascidos sem berço e sem manjedoura, são envoltos em panos e aquecidos pela caixa de papelão. São Josés e Marias que veem seus rebentos chorarem de fome e não conseguem alimentá-los. Não há leite, falta fralda, quem dirá ouro, incenso e mirra.
São pequeninos que chegam diariamente ao mundo, mas que passarão sem que o mundo os note. Não há casa para receber a folia, os pastores não virão velar por seu sono, a música da alegria será cantada sem força pelos tocadores da folia.
A estrebaria muitas vezes será a praça pública, a cracolândia ou o a sombra do viaduto. Crescerá o menino sem saber ao certo a data de seu aniversário, pois não há festejos, comida à mesa ou roupas novas.
Quando crescer o menino, talvez seu alento seja ver no dia de seu aniversário as pessoas carregando muitos presentes, montando as mais fartas mesas e se vestindo da maneira mais brilhante para a festa. Em muitos casos ele não será convidado a participar, será substituído por um “bom velhinho”, mas se alegrará ao saber que no dia seguinte se fartará, matará sua fome com o desperdício dispensado no lixo, pode ser que consiga um brinquedo quebrado que foi trocado pelo novo e talvez em uma linda hipótese, alguém até o abrace e lembre que ele é o dono da festa.
Prof. Msc Noé Comemorável.
Escola “Prof. Jairo Grossi”
Escola Estadual Princesa Isabel
Gestão de Pessoas CASU/FUNEC